Fanfics Brasil - Primeiro passo Todas contra Ucker (Vondy)

Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance


Capítulo: Primeiro passo

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Por Annie.


Poncho é de longe o cara mais grosso que conheço. Ele consegue me irritar só com um olhar, com um sorrisinho sacana daqueles que parece um chamado pro sexo. É sério, não precisa de muito, só ser ele mesmo e pronto, já tô irritada. Mas por mais impossível que isso pareça, ele sabe ser fofo as vezes. Acredite, é raro, quase tanto quanto um eclipse, mas acontece uma vez ou outra, quando ele faz coisas como me chamar de linda ou me convidar pra jantar. Tudo bem, era no apartamento dele e eu detestava aquele lugar porque era quase um "abatedouro", onde eles comiam todas que entravam. E ainda tinha o fato de que provavelmente ele ia arrotar durante a janta ou me embebedar pra não quebrar a tradição e me levar pra cama. Apesar disso, por alguma razão desconhecida, eu aceitei o convite.


Já estava arrependida antes de entrar no elevador. Quando me olhei no espelho então, percebi como estava arrumada e pensei: isso tudo pra seduzir Alfonso Herrera? Será que ele merece esse batom vinho maravilhoso, com esse efeito matte divino?


- Olha, depois eu que sou o narcisista.


Tomei um susto, percebendo só agora que o elevador estava aberto e eu de costas me admirando no espelho. Vi o reflexo de Poncho parado na porta aberta do apartamento, com uma calça jeans e uma camisa preta do Kiss.


- Oi. - Sorri, me virando para ele. Por que eu tô sorrindo desse jeito? Cara, é o Poncho. Eu tenho que parar com isso, antes que seja tarde.


- Oi, gostosa. - Ele deu uma risada e lá estava seu sorriso me chamando para o sexo.


O elevador começou a fechar as portas, então Poncho se aproximou, impedindo com uma das mãos, enquanto me olhava nos olhos.


- Por que você sempre tá vestida como se fosse pra uma festa?


- Porque a vida é uma festa.


Poncho gargalhou e me puxou pela mão, me levando pra dentro do apartamento. Lá estava quente, então tirei o sobretudo marrom, deixando o vestido preto aparecer. Poncho pendurou num cabideiro com bonés e casacos deles, uma pequena bagunça.


- Quais são os planos pra noite?


- Comer você. - Ele sussurrou extremamente baixo.


- Oi? - Perguntei, sentindo a bochecha corar.


- Comer... A comida. Jantar, cara. - Ele coçou a cabeça, nervoso. - Esse é o propósito, não?


Demorei demais pra balançar a cabeça, concordando.


- Que foi, você queria mais?


- Vai à merda, Poncho.


- Opa, colocou uma calcinha nova, foi? - Ele riu.


- Olha que ainda da tempo de eu ir embora. - Cerrei as pestanas.


- Não da, não. - Poncho fechou a porta com a chave e sorriu.


Não me senti nem um pouco incomodada em ficar trancada com ele. Era estranho, porque há pouco tempo atrás, eu não suportava sequer o cheiro desse garoto perto de mim e agora, ficar sozinha com ele era... Era excitante. Eu. Preciso. Parar. Com. Isso.


- Não vai me dizer que você cozinhou?


- Ficaria supresa se eu dissesse? - Ele riu e eu assenti com a cabeça. - Eu cozinhei, mas não fiz sozinho. Tive a ajuda do Chad.


- Esse menino é um fofo.


- Ele é. - Assentiu. - Prefere comer aonde?


- Não sei, você conhece a casa. Onde prefere comer?


- Eu gosto na cama. - Poncho colocou todo o duplo sentido possível na frase. - Mas gosto no sofá também. Na verdade, quando tô com vontade, como em qualquer lugar.


- Tá bom, chega. - Dei uma risada. - Eu tô falando de comida.


- Eu também. - Ele fez cara de inocente. - Vamos comer no sofá então.


Sério? Já vi que a intenção dele não era ser romântico.


Fomos até a cozinha em absoluto silêncio e eu até tava pensando em ir embora como castigo para Poncho, mas mudei de ideia assim que ele me mostrou o que íamos jantar.


- Costelinha com molho barbecue? - Senti minha boca encher dágua.


- Você tem espírito gordo mesmo, hein! - Ele riu. - Por fora é essa desnutrição.


- Como você sabe se nunca me viu sem roupa? - Ergui a sobrancelha desafiadora.


- Eu tiro ou você tira? - Poncho mordeu o lábio inferior.


- Será que da pra parar com esse joguinho pra gente comer de uma vez?


- Opa, apressadinha. - Ele riu, provocando. - Onde ficam as preliminares?


- Poncho! - Trinquei os dentes. - Eu tô com fome!


- Por/ra, chata. - Ele revirou os olhos e pegou dois pratos no armário.


- Só tô querendo comer.


- Eu também. - Sorrindo, ele passou o prato branco pra mim.


- Você não sabe mesmo ser romântico, hein. - Bufei, pegando da mão dele de má vontade.


- Ah magrela, você não gostaria de mim se eu fosse romântico.


- Não gosto de jeito nenhum. - Dei de ombros.


- Quanta hipocrisia dizer isso sozinha comigo aqui nesse apartamento. 


- Eu vim pela comida. - Pisquei o olho, servindo meu jantar.


- Então eu posso comer trancado no meu quarto. - Poncho fechou a última panela e saiu caminhando, sumindo no corredor. Fiquei sozinha na cozinha, sem acreditar que ele pudesse estar falando sério.


- Alfonso Herrera! - Gritei e não ouvi resposta. Terminei de servir meu prato e lutei contra meu orgulho pra seguir ele.


- Vem cá, qual é a tua? - Abri a porta com um tapa e ouvi a risadinha irritante dele.


Poncho estava sentado na cama, as pernas esticadas e cruzadas e a TV ligada na sua frente passava Friends.


- Para de ser chata e senta aqui do meu lado. - Murmurou, olhando pro prato em sua mão.


- Eu já devia ter ido embora, sabia?


- Não quero que você vá. - Sussurrou Poncho.


Não era a frase mais romântica do mundo, mas vindo dele, até que servia. Encostei a porta e caminhei até a cama, sentando ao seu lado com as pernas cruzadas de chinês.


Passamos alguns minutos em completo silêncio, apenas comendo e assistindo a série.


Poncho as vezes soltava uma risada baixa de alguma piada, mas eu já estava completamente arrependida de ter vindo. Ele não valia a pena, de verdade.


- Você tem certeza que não quer que eu vá embora? - Ergui as sobrancelhas, suspirando.


- Já falei. Não vou repetir. - Disse ainda sem me olhar.


- Me responde uma coisa.


- Até duas.


- Como você faz sexo? - Perguntei, irônica. - Quer dizer, o que as garotas veem em você? Cara, você é um ogro.


- As mulheres gostam disso, magrela. - Ele riu.


- Qual o problema delas? - Perguntei ofendida e Poncho gargalhou alto, sem me dar uma resposta. Na verdade, eu não precisava de uma porque sabia. O segredo estava naquele sorriso sedutor e naquela barba por fazer, que fazia qualquer mortal como eu imaginar como era sentir aquele atrito na pele.


O episódio da série acabou e nossas comidas também. Estava delicioso, mas eu não elogiei para não deixá-lo mais convencido do que já era.


- Vou levar os pratos. - Poncho disse, já levantando.


Peguei o controle e mudei de canal até encontrar um programa de moda.


- Sério isso? - Ele entrou no quarto e apagou a luz.


- Não se mete.


- Ok. Se importa se eu tomar um banho? É rápido, eu já volto.


Assenti com a cabeça e Poncho entrou no banheiro, trancando a porta. Era estranho se sentir tão a vontade no quarto de um homem. Fiquei observando a decoração por alguns minutos até decidir deitar de vez, colocando dois travesseiros como apoio para minha cabeça.


Ele não demorou nada.


Em poucos minutos estava de volta, sem camisa e com uma calça de moletom cinza. Não teve como não olhar aquele peito molhado e aquele cadarço desamarrado, como um chamado pra eu ir até ali deixá-lo nu.


- Posso fazer uma pergunta?


- Você faz muitas perguntas. - Poncho revirou os olhos.


Ignorei sua grosseria de sempre e continuei:


- Pra que me trouxe aqui?


- Não sei. - Ele sentou na beira da cama, de costas pra mim. - Tanto faz.


Dessa vez não teve como ignorar.


- Grosso.


- Nunca viu e já tá falando que é grosso.


- Vai se ferrar, Alfonso. - Rosnei baixinho.


- Olha, coisa feia... - Ele riu pelo nariz. - Garotas bonitinhas como você não falam palavrões.


Revirei os olhos.


- Bom, vou abrir uma exceção pra quando eu tiver te pegando de quatro, porque nessa hora você vai ter que xingar.


- Aí você vai ter que ser bom o suficiente pra me fazer dizer os piores palavrões, Herrera.


Poncho riu e jogou o corpo para trás, deitando com as costas no colchão. Ele colocou as duas mãos atrás da cabeça e fechou os olhos, como se pegasse sol na beira de uma piscina.


- Sabe por que ainda não peguei você, Annie? Porque se eu te pegar de verdade, você vai se apaixonar por mim e eu não quero isso. Não vai te fazer bem.


Senti a sinceridade emanando de sua voz. É claro que não ia me fazer bem. Mas quem disse que eu ligo?


- Olha só o que temos aqui, Alfonso Herrera se importa com os sentimentos de alguém que não seja ele mesmo? - Soltei uma risada. - Por que acha que eu me apaixonaria por você?


Porque vou fazer de um jeito que tu não vai querer outra coisa. - Ele permaneceu de olhos fechados.


- Você é o filho da pu/ta mais convencido que já caminhou sobre a face da terra. - Fiquei olhando seu rosto de cima, deixando meus cabelos fazerem cócegas em sua face. - Mas quer saber de uma coisa? Eu não sei se você percebeu, mas eu tô aqui, sozinha com você nesse apartamento, no seu quarto, na sua cama... E tô pagando pra ver. Porque até agora, Alfonso, eu só tenho escutado promessas, muitas promessas e ameaças... E eu tô cansada disso.


Ele abriu os olhos e me encarou.


- Tão cansada a ponto de perceber que o primeiro passo vai ter que partir de mim.


Num impulso, antes que meu breve minuto de coragem insana e irresponsável acabasse, segurei seu rosto com minhas mãos, uma de cada lado, e abaixei a cabeça até que minha boca encontrasse o calor da boca dele. Poncho elevou os braços e entrelaçou as mãos nos fios do meu cabelo, me beijando com vontade. O filho da mãe beijava bem até de cabeça pra baixo. Senti a barba por fazer na ponta dos meus dedos e os movimentos de sua boca enquanto sua língua me provocava, me deixando arrepiada. Suspirei no pequeno momento que tivemos afastados e quando me preparei para voltar ao beijo, Poncho se afastou, tirando as mãos de meu cabelo e abrindo os olhos.


- Se você continuar com isso, eu vou te pegar de jeito, magrela. - Disse, com a voz baixa e rouca. - Não me provoca que eu te deixo acabada...Depois da sua melhor trepada.


Ele levantou, me deixando completamente paralisada. Poncho pegou seu celular em cima da mesinha e me olhou, sério.


- Vem, vou te levar embora.


Assenti, tentando esconder minha raiva. Como ele pode ser tão bipolar? Como pode ser tão ridículo? Dizer uma coisa dessas, fazendo meu corpo inteiro reagir e um milésimo de segundo depois, levantar e me expulsar?


Fui o caminho todo em completo silêncio. Ele tentou puxar assunto, usou de suas casuais implicâncias, mas eu apenas balançava a cabeça ou assentia com a garganta. A raiva não me deixava ser madura e agir com um pouco de naturalidade.


- Viu, sei o caminho da sua casa. - Poncho brincou assim que estacionou em frente ao enorme portão.


- Obrigada. - Murmurei, tirando o cinto. - A gente se vê.


- Annie, pelo menos olha pra mim. - Pediu.


Direcionei os olhos pra ele e fiquei com mais raiva ainda. Quis beijá-lo de novo. Que merda!


- Tô olhando.


- Você tá legal?


Bufei, sem acreditar a que ponto sua cara de pa/u chegava.


- Não. - Respondi, seca. Abri a porta do carro e saí, batendo com força.


Se eu conhecia Poncho o suficiente, sabia que ele não corria atrás de mulher, mas me surpreendi quando segundos depois, ouvi a porta do carro bater e seus passos apressados chegarem até mim.


- Annie, Annie. - Ele segurou meu braço. - Não vai me dar um beijo de boa noite pra eu pensar em você antes de dormir?


Preciso de uma metáfora: Poncho é um urso. Por mais grandão, peludo e perigoso que seja, é fofo demais.


Sua natureza pode até ser selvagem, mas por dentro...


Assenti com a cabeça e ele deixou escapar um pequeno sorriso, inclinei o corpo de leve e soltei um beijo mais de leve ainda, sem deixar nossos lábios se encostarem muito, com as mãos para trás.


- Boa noite. - Sussurrei.


- Chama isso de beijo? - Ele uniu as sobrancelhas.


- Chama aquilo de jantar? - Rebati. - Quero dizer, a comida estava ótima, mas da próxima vez você podia ser um pouco mais atencioso e trabalhar nesse problema de carisma.


Poncho piscou os olhos lentamente, fazendo uma cara de quem não tinha como rebater. Era difícil acreditar que ele tinha me dado razão, porque conseguia ser o cara mais escro/to quando queria e quando não queria. Só que dessa vez, até ele tinha de concordar que eu fiz muito não indo embora.


- Mas olha só, se você caprichar mais, eu também capricho na despedida, pode ser? - Sorri amplamente e ele captou minha ironia. - Sonhe comigo, Herrera.


- Boa noite. - Disse apenas e virou de costas, voltando para o carro. Fiz o mesmo, caminhando até o portão, e antes mesmo de cumprimentar o segurança da minha casa, ouvi Poncho arrancar com o carro.


Ele que sofra. Sofra muito. Sofra pra cacete.


Que passe a noite inteira acordado, pensando o quanto era culpado e idiota.


Deus me deu pés pra sambar na cara de homem e não pra correr atrás deles.



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Autor(a): primasdaweb

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 525



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  • isabellearruda Postado em 03/10/2021 - 21:24:23

    espero que você volte!!!

  • candy_girl Postado em 08/11/2020 - 00:18:21

    Dulce justiceira, certissima.

  • rafa_evencio Postado em 17/07/2017 - 20:18:54

    Eu estou aqui ainda :) e se um dia você voltar serei uma das primeiras a ler!!!

  • vondyfforever Postado em 25/06/2017 - 00:04:18

    Eeeeeuuu tooo aquilo sim, nas duas webs, e espero que vc melhore e fique muito bem para continuar, são as minhas preferidas e gostaria muito que vá até o fim. Bjo melhoras

  • vondyfforever Postado em 17/03/2017 - 01:01:11

    Eeeei vocês volteeeem por favor

  • camyemily14 Postado em 12/02/2017 - 16:45:46

    voltem a postar, please, só pra finalizar, please!!!!!!

  • malu_vieira Postado em 07/12/2016 - 14:27:53

    Vocês sumiram e me deixaram de coração partido esperando!!! Amo essa webb! VOLTEMMMM

  • vondypft Postado em 30/11/2016 - 14:37:31

    Saudades dessa fic :(

  • Melina Postado em 11/07/2016 - 12:18:51

    Sou leitora nova ONDE esta vc? Eu amo essz fanfiction

  • Postado em 25/05/2016 - 18:37:16

    Heloo cade vc?


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