Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Por Dul.

Respirei fundo pela milésima vez tentando manter minha atenção nos cabides a minha frente, mas estava cada vez mais difícil não pensar no que tinha acontecido na noite anterior. Eu já tinha discado o número de Ucker e apagado incontáveis vezes, escrevi mensagens e não enviei. Que grande covarde eu sou.

Não que eu soubesse o que dizer, pelo contrário, cada vez que tentava formular uma explicação sensata me perdia nos meus pensamentos embaralhados.

Reencontrar Léo foi como voltar a ser a menina que eu era antes e parte de mim sente falta disso, de ser dona dos meus próprios passos, controlar minhas ações. Mas também me faz lembrar do mal que ele me causou. Ele é como areia movediça, que vai me puxando. Quanto mais me movimento pra escapar mais ele puxa. E eu não posso afundar de novo.

Não, eu não vou. Eu tenho objetivos e... Bom, tenho Ucker. Ou tinha. Por um segundo quis que as coisas fossem diferentes, que nada disso de vingança existisse, que Ucker não fosse o que é. Ri da minha ingenuidade. Se eu não fosse o que sou hoje, ele sequer me notaria. Ele nunca sentiria nada pela verdadeira Dulce Maria.

Então desisti de tentar me concentrar e saí daquela loja. Eu realmente não via diferença nenhuma entre branco e gelo, Annie só podia estar louca se achou que eu saberia escolher qualquer coisa que não fosse all star e jeans. Ótimo, meu mal humor voltou.

E então eu o vi, sentado despreocupadamente numa mesa afastada na praça de alimentação.

Minha primeira reação foi ir até lá, mas parei no meio do caminho. O que eu diria? Merda, ele viu outro cara me beijando, nada que eu diga vai mudar isso. Rápido Dul, se decida, você pode ir até ele mas ainda tem tempo de correr. Eu tinha tempo de correr. Ucker levantou o rosto, talvez procurando por alguém e a leveza de sua expressão sumiu no instante em que seu olhar encontrou o meu.

Minhas pernas mal aguentavam o meu próprio peso e meu coração batia sem ritmo. O que é isso que sinto cada vez que estou perto de Ucker? Eu queria entender porque apenas o seu olhar fazia meu coração disparar e minha respiração ficar pesada. Não é possível que alguém tenha tantos poderes sobre outra pessoa assim.

- Oi. - Minha voz soou estupidamente fraca.

Ele ficou uns segundos apenas me encarando antes de dizer um forçado "oi".

- Nós podemos conversar?

- Seu namorado não vai ficar com ciúmes? - Ele franziu a testa, irônico.

Tudo bem, eu mereço.

- Ucker, o Léo não é meu namorado.

- E você só lembrou de me falar isso agora? - Ucker suspirou pesadamente.

Eu tentava montar frases na minha cabeça mas não saía nada, nada que valesse a pena ser dito, nada que justificasse minha covardia.

- Eu não conseguiria olhar pra você. - Murmurei.

- Que tal usar de uma tecnologia chamada telefone celular?

Ucker repetiu as mesmas palavras que eu tinha dito dias atrás, não com minha típica ironia, mas com mágoa.

Foi estranho vê-lo daquela forma, sem seu ar convencido e sua certeza de que o mundo era seu. Ele parecia tão perdido.

- Me fez passar a noite acordado. - Acusou.

- Eu também não dormi. - Tentei amenizar minha culpa e nem preciso dizer que foi em vão.

- Mas não foi porque beijei outra na tua frente.

- Foi ele quem me beijou. - Justifiquei.

- E você enfiou a língua na boca dele pra ele parar?

Ucker cruzou os braços sobre o peito.

- Você vai me deixar explicar ou vai continuar sendo irônico? - Imitei seu gesto.

- Achei que você gostasse de ironia.

- Você foi embora. Não me deixou dizer nada.

Sentei na cadeira ao seu lado colocando a bolsa em cima da mesa.

- Não tinha espaço pra mim lá. - Ele deu de ombros.

- Não devia ter me deixado lá.

- Como queria que eu ficasse? O desgraçado te beijou na minha cara, Dul. Aí eu sou preso porque matei um filho da puta desse, como é que fica?

Ucker arfou passando a mão pelo rosto. Ele tinha razão, eu não queria uma briga por minha causa e se Ucker tivesse ficado era exatamente o que aconteceria. A última coisa que eu precisava era ter que escolher para qual torcer.

Suspirei e decidi por fim abrir o jogo com ele, eu não ia mais adiar isso. Estando pronta ou não, era o que eu faria.

Por tanto tempo evitei pensar sobre meu passado, digamos que não era um bom lugar pra se visitar. Era quase cruel.

Mas algo no olhar de Ucker me fez atravessar essa ponte que me mantinha longe e a salvo dos meus fantasmas que eu tanto temia e contei a ele o que nunca contei a mais ninguém.

Foi uma das coisas mais difíceis de toda minha vida encarar tudo aquilo de novo, mas foi tão bom ao mesmo tempo. Era como se eu fosse um pássaro preso numa gaiola e tivesse enfim encontrado minha libertação.

Segurar minha mão foi a primeira coisa que Ucker fez quando eu disse tudo o que precisava falar. Meus olhos ardiam por lágrimas não derramadas e seus dedos acariciaram minha bochecha.

- Por que tenho a sensação que é a primeira vez que fala sobre isso? - Ele perguntou em voz baixa mas não respondi, só tentei um sorriso. - Eu tenho mais um motivo pra querer matar esse otário.

- Eu posso imaginar. - Sorri.

- Mas também não acho que seja uma disputa muito justa. - Ucker torceu os lábios.

- Não é uma disputa se eu sei o que quero.

- E o que você quer? - Perguntou, claramente tenso.

- Eu quero que seja meu Ucker, da mesma forma que sou sua.

Opaaaaa :D

Oi, suas lindas! Nem demoramos tanto dessa vez, viram? 

Só pra constar sobre os dois personagens novos: Léo é interpretado por Adam Levine e Samuel Oliver por Colton Haynes. Procurem e se deliciem ;)

XOXO, primas da web <3