Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Por Poncho.

Passei a aula inteira pensando em Annie. Nos seus cabelos compridos que pediam pra serem puxados, nos seus olhos inocentes e ao mesmo tempo sensuais, nos seus lábios delicados que faziam cada coisa... Eu não conseguia tirar aquela loira marrenta e irritante da minha cabeça. Era só fechar os olhos, nem que fosse por breves segundos e lá estava ela, me beijando, me chupando, em cima de mim...

O cheiro dela. O gosto dela. A pele dela.

- Vai ficar aí o dia inteiro? - Christian me cutucou.

A aula já tinha acabado e todos saíam da sala, mas eu desenhava uma menina com longos cabelos no topo da folha.

- Não vou almoçar hoje, preciso pegar um livro. - Dei de ombros, guardando minhas coisas.

Eles assentiram e saíram da sala, implicando com Chad por alguma coisa.

Não demorei muito pra sair também, caminhando rapidamente até o ginásio, só pra chamar Annie pra almoçar comigo. Eu sou um via/do, eu sei.

- Oi, Poncho.

Parei bruscamente no corredor, impedido de passar por um corpo esguio e bronzeado.

- Oi. - Dei um sorriso, olhando a morena com grandes olhos verdes na minha frente.

- Sou a Nora, lembra?

- Claro.

Para de ser um mentiroso, Poncho.

- Então, é verdade que você e minha capitã de torcida estão saindo? - Ela passou a língua nos lábios, erguendo uma sobrancelha.

- Eu e Annie? - Apontei pra mim mesmo. - Não.

Soltei uma risada baixa, com raiva de ter que mentir na cara dura. Não era legal essa história se espalhar agora.

- Ah, que bom, gatinho. - Nora sorriu. - Pra dizer a verdade, Anahí pode ser a princesinha do campus e toda essa história, mas ela é bem nojentinha.

Assenti, discordando por dentro.

- Já que vocês não tão saindo, o que acha de me levar até o ensaio agora?

A morena enlaçou o braço no meu, me arrastando pelo corredor.

- Ei, não sei se é uma boa. - Reclamei. - Eu estava indo a outro lugar, Nora.

Mas ela não se importou. Caminhamos juntos enquanto a garota me contava sobre como todas as meninas iam morrer de inveja assim que ela entrasse no ginásio de braços dados comigo.

E ela estava certa. Todas as meninas com aquelas roupinhas curtas de cheerleaders olharam na nossa direção. Annie, obrigado Deus!, não estava no meio.

Mas era meio cedo pra agradecer. No instante em que Nora encostou a cabeça no meu ombro e sorriu como se fôssemos um casal, Anahí saiu do vestiário na companhia de Dulce, prendendo o cabelo loiro num rabo de cavalo alto, com um elástico na boca.

- Eu... - Tirei o braço. - Preciso ir.

- A gente se vê. - Ela abriu um largo sorriso.

Assenti e quando olhei novamente pra frente, Annie estava me fuzilando com o olhar.

- Nora, tá atrasada. - Annie gritou, se aproximando com os braços cruzados. - Como sempre.

- Nem começou ainda, Annie.

- Meu nome é Anahí! - A loira uniu os dentes e depois direcionou o olhar furioso para mim. - Que foi, quer um uniforme emprestado pra rebolar essa bundinha?

- Alguém tá de TPM. - Dei um sorriso, só pra irritar.

- Saia do meu ginásio! - Gritou, visivelmente alterada. - Agora!

- Me obrigue. - Cruzei os braços e mordi o lábio.

Anahí se aproximou, cerrando os olhos. Eu continuei exatamente no mesmo lugar, desafiando.

- Annie, qual o seu problema? - Nora murmurou. - Ele só veio me trazer, não seja uma velha reclamona.

- Não é chato quando alguém fala mal de você e sem querer você deixa cair um pouco de gasolina nela e depois acende um fósforo?

Annie estava tão ameaçadora que Nora rapidinho foi pro seu lugar.

- Sério que não foi o suficiente pra relaxar? - Sussurrei, bem próxima a ela. - A gente pode fazer mais, sem problemas, mas eu não pensei que você fosse ficar tão estressada depois de um sexo gostoso daqueles.

- Eu também não pensei que você fosse comer outra depois de um sexo gostoso daqueles. - Rebateu com ironia.

- Não tô comendo outra, tá maluca?

- Chega, sai daqui. - Annie aumentou o tom e todo mundo olhou pra gente.

- Não, vem cá! - Peguei em seu braço e arrastei a loira até o vestiário feminino.

Ela soltou tapas fortes no meu braço, mas não adiantou. Assim que entramos, joguei Annie contra os armários e apertei meu corpo contra o dela.

- Você é maluca!

- Muito mais do que você pensa!

- Será que a gente não pode ficar bem? - Uni as sobrancelhas e ela bufou bem alto, me empurrando com força.

- Você fugiu, seu babaca! - Annie soltou um tapa no meu ombro. - Acordei sozinha na cama! Você saiu de fininho no meio da noite, seu desgraçado! Eu te levei pro meu quarto, Herrera!

- Então o problema é esse?

- Claro que é esse, seu burro! - Ela riu com sarcasmo. - Eu acordei de manhã achando que você estaria lá, dormindo comigo...

Annie cobriu o rosto já vermelho com as duas mãos.

- Como eu sou burra!

Fiquei sem palavras ao ouví-la falar daquela forma, tão desesperada.

- Eu só não queria te causar problemas, gata. - Tentei tirar suas mãos do rosto. - Quer dizer, seus pais estavam lá, eles iam ver meu carro e iam ficar putos de saber que você levou um cara pra dormir com você.

- Podia ter me acordado, deixado um bilhete, ou apenas ido antes de eu dormir.

- Eu não pensei nisso, desculpa. - Fui sincero.

- E por que não ligou? - Acusou Annie.

- Eu queria falar com você pessoalmente. - Dei um sorriso, fazendo Annie revirar os olhos.

- Não força.

- Eu sou romântico, você que não deixa.

- Não, você não é!

- Como é que é? - Soltei uma risada. - Eu fui me declarar, dizer que você era diferente de todas as outras e você: "ah, que lindo, mas agora me chupa".

Annie caiu na gargalhada e então, aquele ar tenso finalmente sumiu.

- Essa Nora, ela é afim de você, sabia?

- Sabia. - Respondi. - Ela é gostosa.

Annie fez cara de ofendida, mas eu rapidamente corrigi:

- Pena que eu sou afim da capitã dela.

Ela riu, abaixando o olhar.

- Me acha mesmo diferente de todas as outras?

- Aham. - Assenti. - Eu acho.

- Isso é legal. Ainda mais vindo de você.

- Eu sei.

Encostei Annie no armário, prendendo-a entre meus braços e beijando sua boca. Ela envolveu os braços em meu pescoço, arranhando minhas costas por cima da camisa.

- Sabe, eu tô gostando dessa nossa brincadeira de cão e gato. - Puxei seu lábio entre os dentes. - Gosto porque no fim, o cachorro sempre come a gatinha.

Annie riu, envolvendo os dedos no meu cabelo.

- Vamos ver onde isso vai parar...

- Na sua cama. - Sussurrei, voltando a beijá-la com urgência.

Annie soltou risadinhas entre os beijos, mas teve que me parar ao sentir minha boca descer para o seu pescoço.

- Eu sou uma capitã, lembra? Tem gente me esperando.

Me afastei um pouco, assentindo com a cabeça.

- A gente ainda vai se ver hoje?

- Talvez. - Annie sorriu maldosa.

- Ou talvez não. - Franzi a testa. - Não quer ir lá em casa?

- Claro que não, você já comeu um time de garotas naquela cama. - Ela parou na frente do espelho para arrumar os cabelos. - Aquilo lá é um abatedouro.

Dei risada, mas aquilo me deixou um pouco incomodado.

- A gente transa no sofá, magrela.

- Piorou. Coletivo.

Revirei os olhos e desisti, desviando o olhar pelo corpo de Annie naquele uniforme azul curtinho.

- Você tá uma delicinha.

Dei um tapa na sua bun/da e apertei com força, Annie gargalhou e depois me beijou.

Saímos do vestiário juntos porque Annie queria provocar Nora.

- Adoro fazer pessoas que já me odeiam, me odiarem mais ainda. - Argumentou.

Eu acabei concordando e senti os olhares da garota furarem minhas costas.

- Rebola bem gostoso, que nem fez no meu colo, hein. - Sussurrei perto do seu ouvido.

- Cala a boca! - Annie riu e eu fiz questão de calar sua risada com um beijo molhado.

Com certeza todo mundo tava olhando nós dois, mas quem disse que eu ligava?

O que eu queria de verdade é que aquela história se espalhasse por toda a faculdade. "Annie e Poncho juntos", soava muito bem pra mim. Que todo mundo soubesse que a capitã das líderes de torcida, a loirinha marrenta que me esnobava, tinho ido no paraíso sentando bem gostoso no meu colo. Isso era bom, muito bom. Isso era uma delícia.

Sentei na arquibancada só pra assistir minha loira dançar. Minha loira. Eu nunca pensei em ninguém sendo minha dessa forma, mas com Annie as coisas realmente são diferentes. Eu estava sendo sincero quando disse que ela era diferente de todas as outras.

Porque, cara, ela é.