Fanfics Brasil - Leão faminto Todas contra Ucker (Vondy)

Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance


Capítulo: Leão faminto

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Por Ucker.


Eu sei que o planeta gira naturalmente, mas o meu estava fora do normal. Tudo rodava e eu não conseguia definir o que era chão e o que era teto e nem o que estava pisando. Sim, eu assumi o risco tanto com a minha vida quanto com a dos outros quando peguei no volante, mesmo bêbado, e dirigi até o apartamento de Dulce. Eu podia ter ferido ou até mesmo causado a morte de um inocente, me julguem a vontade. Mas ninguém sabe como é querer muito ver uma pessoa.


Eu queria ver Dulce. Eu precisava vê-la. E sabia que não teria o azar de ser parado pela polícia duas vezes no mesmo dia. Então, lá fui eu. O prédio dela era próximo e as ruas, aquela hora da madrugada de um dia de semana, já estavam desertas.


O portão ficava sempre aberto e eu tinha descoberto isso quando visitei a ruiva de surpresa pela primeira vez. Sorri involuntariamente ao lembrar daquela noite e depois arrotei alto com cheiro de cerveja. Meu corpo tinha um sistema de auto defesa onde ele estragava sempre qualquer momento romântico. Não é minha culpa, sério.


As escadas acabaram comigo. Fui batendo com os ombros nas paredes e cheguei ao andar de Dul com os braços doloridos. Estava prestes a vomitar, mas engoli em seco e sentei no degrau em que antes pisava. Ok, não abaixa a cabeça, não cai nessa cilada.


Só preciso falar com ela.


Respirei fundo para que o ar tocasse o fundo dos meus pulmões e o oxigênio chegasse mais rápido ao meu cérebro, fazendo com que eu raciocinasse com mais clareza.


Levantei quando senti a ânsia passar e sussurrei baixinho:


- Comporte-se, estômago. Só um pouquinho, depois você pode vomitar a vontade e expulsar toda essa porcaria de álcool.


Me aproximei da porta dela, imaginando o que Dul pensaria ao me ver ali antes mesmo do sol nascer. Ela ficaria brava por eu acordá-la... Brava e linda.


Estendi a mão para apertar o botão da campainha, mas parei com o dedo no caminho quando ouvi risadas. Dul estava acordada? E acompanhada?


Podia ser Annie. Ou o cara que trabalha com ela, Jimmy. Acho que são seus únicos amigos, pelo menos íntimos o suficiente para estarem em seu apartamento aquela hora.


Mordi o lábio e pensei em ir embora, dando meia volta, então ouvi uma voz masculina falar algo e Dulce rir depois. Tudo bem que minha mente alcoolizada não era muito confiável naquele momento, mas meus ouvidos ainda sabiam diferenciar um tom de voz masculino de um feminino.


Eu não ia me aguentar de curiosidade. A lógica dizia ser Jimmy, mas e se não fosse? Eu precisava ver com meus próprios olhos.


Virei rapidamente e esperei alguns minutos, tomando coragem. O silêncio então reinou no interior do apartamento e eu quis que aquela porta fosse de vidro, daqueles tipos de sala de interrogatório policial, onde eles não me veriam, mas eu poderia assistir tudo o que se passava no cômodo.


Então, tomei coragem e apertei a porcaria da campainha.


Não escutei nada e algum tempo depois, a porta foi destravada por dentro. Dul abriu apenas uma pequena brecha, colocando a cabeça ali. Ficou branca como papel ao me ver e seus olhos estavam vermelhos de sono. 


- Ucker?


Quando ela falou, senti cheiro de vinho.


- Droga, o que você tá fazendo aqui? Você tá bem?


Eu não sabia o que falar. Quer dizer, eu até sabia, mas não conseguia. As palavras fugiram de mim e eu só conseguia pensar o que ela estava escondendo atrás daquela porta. Ou melhor, quem ela estava escondendo.


- Você está bêbado, Ucker?


- Não. - Murmurei. - Quer dizer, eu não sei.


- É claro que está. - Dul então saiu de seu apartamento, ficando no corredor comigo e trancando a porta atrás de si. Ela cruzou os braços e me encarou.


A boca dela estava avermelhada como se tivesse passado a noite toda tomando vinho. O cheiro quase me fez vomitar.


- Diga. - Exigiu. - O que veio fazer aqui?


- Ver... Você. - Suspirei.


Dul engoliu em seco e encarou seus pés descalços.


- Vai pra casa. - Disse, por fim.


Senti minha garganta secar, então olhei para a porta fechada.


- Eu não posso entrar?


- Não. - Dul respondeu rápido demais.


- E por que não?


- Porque eu não quero.


Ela não quer? Como assim ela não quer?


- Você está sozinha?


- Por que a pergunta?


- Eu ouvi vozes. - Acabei dizendo.


- Era só a televisão. - Dulce deu de ombros. - Noite de insônia, sabe como é.


- Acha mesmo que eu não sei diferenciar o som da tv e de vozes?


- Posso sentir o cheiro de cerveja daqui. - Dul cerrou os olhos. - Então não, não acho que seja capaz de diferenciar os sons nesse momento.


- Não só posso diferenciar sons, como também consigo sentir o cheiro de vinho vindo de você.


- Só mais uma tentativa de pegar no sono. - Ela mordeu o lábio rosado. - Como pode ver, não deu certo. Além do mais, uma garota não pode sentar no seu velho sofá, beber um bom vinho e assistir Supernatural?


- Você me disse que teve um péssimo dia. - Insisti no assunto. - Achei que estivesse cansada.


- Não foi fácil pegar no sono depois da nossa... - Ela umedeceu os lábios a procura da palavra certa. - Briga. Vejo que pra você também não, já que encontrou refúgio no álcool.


Dul correu os olhos por mim e parecia decepcionada.


- Aliás, por que mesmo estou te dando explicações quando o bêbado na minha porta de madrugada é você? - Acusou sem piedade. - Por favor, vá embora.


- Me deixe ver quem está com você e eu vou embora.


- Não tem ninguém comigo, Ucker. - Dulce aumentou o tom da voz. - Mas que merda, saia daqui! Não quero ver você.


- Me deixa entrar. - Pedi baixinho.


- Não!


Revirei os olhos impaciente e fui mais rápido que ela, abrindo a porta. Dul tentou impedir minha entrada, mas eu já estava dentro de seu apartamento quando ela segurou meu braço.


Por mais que ela me jogasse para fora, eu já tinha visto Léo sentado no sofá. E já tinha entendido tudo.


As duas taças em cima da mesa junto a garrafa de vinho aparentemente vazia gritavam bem alto quem era a companhia secreta de Dulce.


Foi nela que ele procurou colo quando eu tirei sangue da sua cara de pa/u. E a pior parte, foi que ela deu. Deu pra ele o que não tinha dado para mim. E eu nem tô falando de sexo, cara, tô falando de carinho, de atenção. De beber uma boa taça de vinho. Por que Dul não podia ter feito isso na minha companhia? Será que ela acha que sou tão babaca assim a ponto de não saber beber com ela e passar a noite junto sem precisar transar?


É, cara. É exatamente isso que ela acha. Dulce me enxerga como um leão faminto pronto para atacar sob qualquer circunstância. E é isso que eu sou, ou pelo menos era. Não é possível que Dul fosse tão cega a ponto de não ver a mudança ocorrendo bem diante de seus olhos. Eu era outro cara. Eu me tornei outro cara. Fui burro o bastante pra mudar por uma garota que não vale meu esforço.


Meu novo eu sente tédio só de pensar em passar a noite bebendo vinho na companhia de outra que não seja ela. Só que o meu novo eu tá sozinho nessa.


- Espero não ter interrompido seu sexo, duas vezes é demais pra um dia só, né? - Encarei Dulce.


Ela abriu a boca e fez cara de ofendida. Adoro quando ela se faz de sonsa.


- Ei, cara, o que você pensa que... - O filho da puta começou a falar.


- O que, você também quer apanhar pela segunda vez? - Me virei pu/to da vida.


Eu queria quebrar os dentes dele e fazer ele engolir todos os cacos.


- Qual o seu problema? - Ele alterou a voz.


- Léo, não. - Dul estendeu a mão pra ele. - Não vê que ele não tá bem?


Soltei uma gargalhada, cruzando os braços.


- Eu? - Apontei para meu próprio peito. - Eu tô ótimo.


- Ucker, eu não te devo explicação nenhuma. - Dul murmurou.


- Ah, eu não mereço saber porque mais cedo era no meu colo que você rebolava e agora tu tá transando com esse cuzão? - Gritei.


- Fala baixo. - Ela exigiu entredentes. - Eu não vou discutir com você.


- Não quero que discuta comigo, só quero que me diga porque você é tão burra! - Não abaixei o tom da voz. - Olha bem o que esse filho da pu/ta fez com você, Dulce!


- Vai embora daqui. - Dul apontou para a porta, então vi aquela veia que se formava na sua testa sempre que ela estava irritada e segurava a raiva dentro de si. Era tão típico dela que me irritava saber isso, reparar em todos os detalhes.


- Sabe o mais engraçado? Eu achei mesmo que você era diferente. - Ri pelo nariz, sem humor. - Sério cara, juro que eu cheguei a pensar. Mas você é só mais uma va/dia, igual a todas as outras que eu comi e depois joguei pra fora da minha vida.


Senti então meu rosto virar com o tapa que Dul tinha acertado. Minha bochecha ardeu, mas nada comparado a dor da decepção.


- Isso, fica a vontade. - Dei um sorriso irônico. - A verdade realmente deve doer, muito mais que um tapa. Então se vinga, gata.


Ela me encarou com os olhos cheios de lágrimas, mas não permitiu que elas caíssem.


- Pra ser sincero, você é o pior tipo, daqueles que não assume o que é. - Neguei com a cabeça. - Fica com essa pose de intocável, mas na verdade, agora eu consigo ver perfeitamente quem você é. E eu sinceramente não sei porque me apaixonei por você, Dul.


Senti minha narinas inflarem sozinhas quando percebi que estava prestes a chorar. Não cara, não faz isso, por/ra.


Passei ao lado dela rapidamente, evitando qualquer contato físico ou visual. Mas assim que pisei no corredor de Dulce, senti sua mão segurar meu ombro e me causar uma corrente elétrica. Nem com raiva eu conseguia controlar meu corpo para que ele não entregasse o quanto eu ainda era dela.


- Ucker...


- Não me encosta. - Virei, tirando sua mão de mim.


Léo estava bem atrás dela, sem camisa, mostrando todas as suas tatuagens que faziam com que ele parecesse um presidiário.


- Na moral, vocês se merecem. - Empurrei Dul e ela caiu pra trás, apoiando o corpo no peito dele.


Desci as escadas dela quase correndo. Agora mais do que nunca eu queria vomitar, mas não só o álcool que tinha dentro de mim. Eu queria poder expelir qualquer sentimento, qualquer parte aqui dentro que ainda fosse dela. Eu só queria ser capaz de expulsar isso do meu organismo.


Mas eu não era.


Dul não veio atrás de mim e foi melhor assim, de verdade.


Quando desci o último lance de escadas que dava no térreo do prédio, esbarrei com alguém que surgiu na minha frente do nada.


- Ei, vai com calma, amigo. - Uma voz doce disse, rindo baixinho.


Foi nesse momento que senti o cheiro de morango que a garota exalava, seu perfume era extremamente adocicado e fez meu estômago se espremer. Não teve como segurar nem por mais um minuto. Minha cabeça rodou e minha única alternativa foi apoiar as mãos nos joelhos e vomitar violentamente bem aos pés da desconhecida.


- Uau, é uma reação bem atípica pra se fazer quando conhece uma pessoa. - Brincou, passando a mão nas minhas costas com carinho.


Lembrei de como mamãe cuidava de mim quando eu estava nessas situações.


Quando levantei para olhar quem era a garota me ajudando, ela sorriu com compaixão pra mim, fazendo seus olhos se apertarem e quase se fecharem por completo.


- Minha boa ação do dia. - Murmurou, segurando minha mão e me fazendo subir novamente as escadas em sua companhia.



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Autor(a): primasdaweb

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 525



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  • isabellearruda Postado em 03/10/2021 - 21:24:23

    espero que você volte!!!

  • candy_girl Postado em 08/11/2020 - 00:18:21

    Dulce justiceira, certissima.

  • rafa_evencio Postado em 17/07/2017 - 20:18:54

    Eu estou aqui ainda :) e se um dia você voltar serei uma das primeiras a ler!!!

  • vondyfforever Postado em 25/06/2017 - 00:04:18

    Eeeeeuuu tooo aquilo sim, nas duas webs, e espero que vc melhore e fique muito bem para continuar, são as minhas preferidas e gostaria muito que vá até o fim. Bjo melhoras

  • vondyfforever Postado em 17/03/2017 - 01:01:11

    Eeeei vocês volteeeem por favor

  • camyemily14 Postado em 12/02/2017 - 16:45:46

    voltem a postar, please, só pra finalizar, please!!!!!!

  • malu_vieira Postado em 07/12/2016 - 14:27:53

    Vocês sumiram e me deixaram de coração partido esperando!!! Amo essa webb! VOLTEMMMM

  • vondypft Postado em 30/11/2016 - 14:37:31

    Saudades dessa fic :(

  • Melina Postado em 11/07/2016 - 12:18:51

    Sou leitora nova ONDE esta vc? Eu amo essz fanfiction

  • Postado em 25/05/2016 - 18:37:16

    Heloo cade vc?


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