Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Por Dulce.

Eu sabia que devia ter seguido minha intuição, que quase gritou para que eu não colocasse meus pés na rua. E muito menos, naquela festa.

Mas eu sou teimosa, eu insisto que é coisa da minha cabeça, que vai dar tudo certo e que vou ter uma noite maravilhosa, mas olha só... Tô aqui faz uma hora e já quero voltar pra casa.

E pode acreditar, as coisas estavam ainda piores do que pensei ser possível. Eu seria capaz de fazer uma lista enumerando todas as razões pra não estar naquela festa, e todas elas giravam em torno de um único motivo. Um motivo que estava abraçado com uma garota bem na minha frente.

As pontas dos meus dedos já estavam vermelhas de tanto que eu apertava o copo nas minhas mãos. Christopher Uckermann é um grande filho da pu/ta que não tem noção do perigo que tá passando.

Ainda mais agora, me encarando enquanto aquela pirralha está pendurada em seu pescoço. Como se soubesse o quanto aquilo me deixa fora de mim. Como se estivéssemos no ensino médio, dispostos a joguinhos de ciúmes que na melhor das hipóteses, terminavam em amassos. O lado ruim é que provavelmente, a garota ainda estava no ensino médio, então não se importava nem um pouco em jogar aquele jogo.

Lilly passou por mim como um furacão e antes de subir as escadas correndo me lançou um olhar mortal. Uau.

Annie sentou-se ao meu lado ficando de costas e arfou, cansada.

- O que houve? - Franzi a testa.

- A garota já causou efeitos colaterais.

Eu soube disso quando vi todos olhando para ela na festa.

Soube disso porque foi exatamente assim que me olharam quando era eu dentro do abraço dele. Quando eu era o pedaço de carne da vez e agora, o lobo já mudou de vítima, já farejou outra.

Eu só queria saber de onde ela tinha saído. Quer dizer, a garota era linda, mas nova demais para estar na faculdade. E nova demais para estar nas garras de Uckermann, mas estava. Ela parecia extremamente amiga dos meninos e até Chad estava envolta dela naquele momento. Talvez tenha sido por isso que Lilly passou por mim querendo torcer o pescoço de alguém.

- O que sabem sobre ela? - Perguntei para Annie, torcendo para que me desse qualquer informação.

A garota era familiar. Vi esses olhos debaixo de franjas em algum lugar.

- Chad não falou muito para Lilly. Algo como "ela é amiga do Ucker", o que não parece verdade.

- Por que Lilly estava daquela forma? - Olhei para a escada por onde a morena tinha subido minutos atrás.

- Ela não quis ficar com os garotos e com a menina, então Chad também não quis sair dali. - A loira deu de ombros, naturalmente.

- Lilian tem toda a razão para ficar irritada, mas fazer essa cena só piora as coisas. - Suspirei, massageando minhas têmporas.

- Eu sei. - Annie me encarou com um olhar de quem sabia algo. - Você não faria algo assim, até porque você e Ucker... Terminaram.

Tentei ao máximo esconder minha supresa, mas acabei fazendo isso muito mal. Que merda tinha acontecido? Annie não podia saber, não tinha como...

- Eu tenho certeza que não foi do nada. Vocês não foram se afastando e ele não foi esquecendo de você assim... - Annie me encarou, seriamente. - Aconteceu alguma coisa. Alguma coisa que rompeu o laço de vez. Você fica aí com essa cara de infeliz, enquanto ele finge não te ver, mas te olha toda vez que tem uma oportunidade, nem que seja bem pequena.

Abaixei o olhar, olhando dentro do copo de cerveja, que já estava quente.

- Dul, o que diabos aconteceu? - Pressionou minha amiga.

Eu quis contar tudo, desde o dia em que Léo apareceu e as coisas começaram a descer morro a baixo. Mas eu não tinha a mínima coragem para fazer isso. Não ali, sentada com um copo de cerveja quente na mão, vestida de chapeuzinho vermelho, com meias arrastão e capuz. Não ali, enquanto Calvin Harris berrava no meu ouvido e abafava até mesmo meus pensamentos.

- Quer uma cerveja?

Ela percebeu minha mudada brusca de assunto e me olhou por longos segundos, até decidir assentir com a cabeça. Annie depois soltou um longo suspiro e eu vi a infelicidade em seu olhar. Que festa maravilhosa, para todas nós.

Caminhei até a cozinha, que era aonde as cervejas estavam, não porque eu gostasse mais de cervejas do que de drinks, mas porque a opção ir até o bar e ver Ucker de perto não era uma opção. Já estava sofrível demais observá-lo de longe.

Enchi os dois copos vermelhos inerte em pensamentos e quando me virei, completamente distraída, esbarrei em alguém.

- Oh, meu Deus, me desculpe! - Comecei a falar, desesperada.

Metade de um dos copos tinha virado sobre a garota, e corria por sua blusa curta e sua barriga invejável.

- Eu sinto...

Foi quando olhei no rosto da minha vítima.

- Muito.

Era a amiga de Ucker. Ela estava ali, sorrindo compreensiva, com sua franja curta e fofa sobre os olhos e seu rosto de boneca de porcelana. Ela era ainda mais linda de perto. 

- Tá tudo bem, eu adoro chegar em casa com cheiro de cerveja, me sinto descolada. - Ela deu uma risada, entretanto eu continuava imóvel bem na sua frente. - Uau, adorei sua fantasia. Combina demais com você. 

- Obrigada, a sua também.

- É porque não é uma fantasia, são roupas da minha mãe. - Ela deu um sorriso amplo. - Acredite, ela usa isso na rua. 

Dei um sorriso só para que ela não ficasse sem graça, mas já queria me livrar da garota.

- Sou Helena, a propósito.

Pelo menos descobri seu nome. E agora precisava sair dali antes que ela confirmasse o que todos pensavam sobre ela e Ucker.

- Conhece o Chad? - Perguntei, franzindo as sobrancelhas.

- Na verdade, acabei de conhecer. Mas ele é melhor amigo do meu amigo, então... - Helena deu de ombros. 

- Ah, sim. Você é amiga do Ucker. - Acabei suspirando.

- Conhece o Ucker?

- Sim. Quer dizer, todo mundo aqui conhece. - Fingi naturalidade.

- Uau. - Ela olhou para trás, rindo. - Não pensei que chegasse a esse nível.

Mais uma que vai se interessar na popularidade que pode ganhar ficando com ele. Ainda não sabe que isso é mais uma maldição do que uma coisa boa, mas eu também não sabia.

- Bom, boa sorte. - Dei de ombros, saindo logo depois.

Ela deve ter percebido que eu não tava afim de papo, até porque não insistiu.

Caminhei de volta até onde Annie estava, olhando na direção de Ucker. Ele esticava os pés procurando algum sinal de Helena e aquilo fez meu coração doer um pouquinho. Um pouquinho bem grande. 

- Obrigada. - Annie agradeceu. - Mas não precisava trazer tão pouco. - Disse ao ver o copo na metade.

- Troca comigo.

Peguei o copo e bebi de uma vez a cerveja que estava dentro. Parecia vodka pura, foi difícil fazer descer pela garganta, mas foi.

Acompanhei com o olhar a menina voltando para perto dele, que foi ao encontro de Helena, ajudá-la com o equilíbrio que fazia entre quatro copos de cerveja. Então ela já era escrava deles? Por que Ucker não foi buscar sua maldita cerveja? Porque ele não queria correr o risco de me ver, simples assim. Porque essa ideia o amedrontava.

Parecia mesmo uma boa ideia vim para essa festa... Boa ideia? Entrar no Titanic também era.