Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Por Chad.

- Ela é amiga do Ucker. - Murmurei, acho que pela quarta ou quinta vez.

- Só isso? - Insistiu Lilly e eu assenti com a cabeça. - Tem certeza, Chad?

- Foi o que ele disse, meu amor. - Suspirei. - Mas se ele me contar mais alguma coisa, eu te falo.

- Vocês são melhores amigos, ele vai te contar. - Ela cerrou as sobrancelhas e mordeu a unha do polegar.

- Por que você tá tão interessada?

- Já esqueceu da Dul? - Lilly sussurrou bem próximo, como se fosse um segredo. - Temos um plano, lembra?

- O plano era fazer a Dulce ficar com ele. - Franzi as sobrancelhas. - Acho que já fizemos isso.

- Você por acaso tá vendo ela lá, abraçada com ele nesse momento? - Lilly indicou e eu suspirei alto.

- Será que a gente pode parar de falar disso um pouquinho no dia do meu aniversário? - Pedi, colocando um braço envolta de sua cintura. Puxei Lilian carinhosamente para perto de mim e ela veio, abrindo um sorriso. - Tô meio chateado, tava no telefone com a minha mãe e senti que ela queria que eu tivesse lá, dando um festa com ela e com a minha família. 

- Ah, gatinho... - Ela segurou meu rosto e deu um selinho demorado. - Você é tão fofo. Mas são seus 21 anos, ela vai entender.

- Eu espero. - Cocei a testa, suspirando.

Lilly então mordeu o lábio inferior, me encarando de um jeito diferente.

- Vamos subir?

- Pra onde? - Sussurrei e ela riu.

- Para um quarto.

- Pra que?

Lilly revirou os olhos, com uma expressão divertida.

- Chad. - Ela sorriu. - Você não é tão inocente assim.

- Ah. - Foi o que eu disse.

Ah. Ah! Ah tá! Acho que entendi.

- Então, vamos? - Ela segurou minha mão, já virando de costas e me puxando.

- Não, Lilly. - Mantive meus pés aonde eles estavam e ela virou-se para olhar em meu rosto novamente. - É o meu aniversário, eu não posso simplesmente sumir da festa. Vem, vamos ficar com os caras e...

Sequer dei dois passos e Lilly soltou minha mão.

- Chad, eu não quero ficar com seus amigos e com a amiguinha do Ucker. - Lilian me explicou como se eu fosse uma criancinha. - Eu quero ficar com você.

Ela fez uma cara tão fofa que quase me derreteu. Só que eu estava irredutível. Precisava fazer com que Lilly percebesse que o nosso relacionamento, por mais esquisito que fosse, podia ser público. Eu não queria me esconder com ela nos quartos e nos cantinhos escuros como os outros caras queriam. Eu não tinha o menor problema em assumir para todo mundo que eu gostava, de verdade, de Lilian Adams.

- Fica só um pouco ali comigo, depois subimos. - Murmurei, mas ela negou com a cabeça. - Será que você não pode fazer esse esforço e ficar ali, abraçada comigo, no dia do meu aniversário?

Lilly então suspirou alto e eu percebi que ela já estava de saco cheio de discutir aquilo.

- Chad, nós não somos namorados.

Aquilo me pegou desprevenido.

- Nós não precisamos ficar abraçados no meio dos seus amigos. - Completou ela.

- E precisamos transar? - Rebati, magoado. - Quer dizer, não somos íntimos o suficiente pra ficarmos abraçados, mas pra transar somos?

Foi a vez dela sentir o choque.

- É diferente. - Disse, meio desconcertada.

- Ah, é? - Dei um sorriso irônico. - Sério, Lilian? Diferente como?

Ela não respondeu. Me encarou com um olhar frustrado e ao mesmo tempo furioso, que eu sabia muito bem porque estava ali.

- Tá tão acostumada a ser tratada assim que espera que eu também te trate dessa forma. - Cruzei os braços. - Quanto machismo para uma garota, Lilly.

- No fundo, você é tão babaca quanto seus amigos.

- Pode ser. A diferença é que eu sou babaca por fazer a coisa certa.

Ela arrancou a tiara de mulher maravilha, bagunçado os cabelos e manchando o batom. Me deu uma última olhada raivosa antes de virar de costas e se enfiar no meio das pessoas, empurrando elas com os braços. Acompanhei com o olhar Lilly chegar até a escada como se quisesse matar alguém e pensei em ir atrás dela, mas senti alguém colocar o braço no meu ombro e depois me dar uma gravata.

- Meu moleque tá ficando velho. - Poncho murmurou e eu senti o cheiro de álcool que vinha dele.

- Já tá bêbado?

- Não, ainda não. - Ele sorriu, me arrastando para o contrário de onde Lilly tinha ido. - Mas você cuida de mim qualquer coisa, não é?

- Você sabe que eu cuido.

- Vem, vem que eu vou te apresentar para a nova amiga vulgo peguete do Ucker.

- Ela não é nova demais para ele? - Perguntei, vendo uma garota conversando com Chris e abraçada com Ucker.

Poncho só deu de ombros e assim que chegamos perto dos três, ele me empurrou quase em cima da menina.

- Esse é o nosso aniversariante, Chad Oliver! - Exclamou Poncho, já pegando um copo de Chris. - O virgem do grupo!

- Oi. - Olhei para a garota rindo e me desculpei com o olhar pelos modos dos meus amigos.

- Oi, eu sou a Helena. - Ela abriu um sorriso espetacular. - Feliz aniversário. - Disse, animada e me abraçou rapidamente.

- Obrigado. - Respondi, envergonhado.

- Quantos anos?

- 21. - Sorri.

- Mas idade mental de uma criança de seis. - Ucker acrescentou, rindo.

Empurrei seu ombro com uma das mãos, ficando com mais vergonha ainda.

- É sério. - Christian ajudou. - Pergunta para ele se ele sabe o que é uma orgia.

- Cala essa boca! - Cerrei os olhos, de brincadeira e ouvi Helena gargalhar ao meu lado.

Passei bastante tempo ali com eles, conhecendo melhor a garota, que mesmo cinco anos mais nova do que eu, era mais esperta que nós quatro juntos. Entretanto, houve um momento da noite em que eu vi Lilly passar, ao longe, com uma expressão bem chateada, então decidi que precisava resolver aquilo. Helena se despediu e então caminhei em direção a morena, que parecia extremamente chateada, parada de braços cruzados no canto da sala. 

Eu não queria vê-la assim. De jeito nenhum. Lilian era especial para mim. Mas eu estava magoado, me sentindo um passatempo mãos dela. E a verdade... A verdade é que eu acho profundamente errado transar antes de namorar.

Quando estava a dez passos de Lilly, paralisei. Vi Samuel, meu primo mais novo chegar e cumprimentá-la, e ela respondeu com um sorriso.

Eles se conheciam. Não era o sorriso de "prazer em te conhecer" que dei para Helena ainda a pouco. Era aquela coisa de "oi, quanto tempo, bom te ver de novo". Estreitei os olhos e fiquei observando, querendo ter a capacidade de ouvir a distância. Lilly deu uma gargalhada quando Sam pareceu lançar uma cantada e apoiou a mão na parede do lado dela, inclinando o corpo. Eles então ficaram a pouquíssimos metros de distância e eu esperei o momento em que Lilian fosse afastá-lo, mas não aconteceu.

De onde eles se conheciam? Ela jogou a cabeça para trás em uma gargalhada e eu confesso, morri um pouco por dentro de tanto ciúmes. Eu queria fazer Lilian gargalhar daquele jeito.

O que tava rolando ali era claramente um flerte. E por mais que eu me recusasse a aceitar isso, sabia das histórias que corriam pela faculdade e manchavam o nome dela.

- Como se você já não soubesse o quanto eu sou convencido né, Lilly? - Ouvi Sam dizer bem alto e então tive minha confirmação.

O sorriso dela sumiu ao me ver parar ao lado deles, cruzando os braços.

- Parece que você arrumou um outro Oliver, não é? - Dei um sorriso irônico e muito magoado.

- Primo! - Exclamou Samuel ao se virar para mim. - Eu tava te procurando, queria te apresentar a Lilly... A garota de Biologia que eu te falei, lembra?

- Lembro. - Respondi, irônico. - Mas nem se dê ao trabalho, nós já nos conhecemos.

- Sério? - Ele olhou para Lilly, que estava mais branca que uma folha de papel.

- Sim. - Assentiu. - Ele é meu namorado.

Sam arregalou os olhos e ficou sem palavras, então eu percebi que ele realmente não sabia.

- Ah, eu sou? - Sorri com sarcasmo. - Eu achei que não. Você deixou bem claro que nós não somos namorados.

- Chad, a gente pode conversar em outro lugar? - Lilly segurou em meu braço, dando um olhar sugestivo para as pessoas que nos encaravam.

- Vou deixar vocês conversarem. - Samuel franziu a testa e sumiu rapidamente.

- Viu, você já tem outro Oliver para transar, parabéns! - Fiz um biquinho e bati palmas. - Conseguiu o que queria, Lilian, você é mesmo tudo o que dizem sobre você!

- Não fala assim comigo, Chad.

- Só estou dizendo que você honra a fama que tem. - Dei de ombros, mas ela cerrou os olhos e me empurrou.

- Cala essa boca, Chad! - Lilly gritou. - Você é tão babaca, eu não esperava isso de você.

- Jura? Você esperava que eu fosse o que, dividir você com o meu primo?

- Eu não sou um objeto, Chad!

- Então por que quer ser tratada como um? - Gritei mais alto que ela e vi todos os olhares da festa em nós dois. - Eu gosto de você, de verdade, queria namorar contigo, porra! Eu sou o maior babaca mesmo, pu/ta que pa/riu!

Lilly então não respondeu, apenas arregalou os olhos e se surpreendeu com minhas palavras. Senti logo em seguida os braços de Poncho me levarem para longe dela, me arrastando para que eu não perdesse mais a cabeça. Todo mundo tava me encarando, me olhando com aquela cara de surpresa. Mas eu tava com raiva demais para me importar com isso, ou com qualquer outra coisa.