Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Por Ucker.

Acompanhei com todo o desejo do mundo as gotinhas de suór que escorriam pelo decote maravilhoso daquele vestidinho vermelho e se enterravam nos peitos de Dulce. Eu queria tanto sentir o gosto que elas tinham.

O pior era saber que eu estive tão perto, tão perto de ter novamente o cheiro dela colado no meu corpo e perdi essa oportunidade. Eu nunca ia me perdoar por isso, nem em mil anos. E vê-la ali, dançando tão próxima a mim, rebolando aquela bun/da gostosa não ajudava nem um pouco na minha superação. Por que ela tinha que usar aquele vestido tão curto? Por que tinha que ser toda a fonte do meu desejo e do meu tesão?

"Fecha a boca", pensei e me ajeitei na cadeira do bar. Ainda bem que eu estava sentado, ou todo mundo ia perceber o que Dul estava me causando.

Eu não era capaz de olhar para nenhuma outra garota, por mais que elas estivessem quase implorando por um pouco de atenção. E quem tava ali, dançando sem sequer olhar para mim, tinha todo o meu desejo.

- Viu a Mai?

- Que? - Virei totalmente alheio para Christian.

- Que foi, você... - Ele seguiu meu olhar e então, entendeu porque eu estava quase babando ali. - Cara/lho, não dava para ser mais óbvio.

- O que você quer? - Revirei os olhos.

- Deixa, já encontrei. - Chris bateu em meu ombro e sumiu rapidamente.

Voltei a olhar na mesma direção, mas Dul já tinha sumido, e ali só estavam Annie e Poncho conversando e quase se pegando.

Comecei então uma busca frenética pelo local, quase levantando para ver melhor.

Droga, ela tinha sumido! Como alguém consegue evaporar assim em questões de segundos?

- Merda. - Resmunguei antes de levantar e caminhar atrás dela.

Fui tirando aquele monte de bêbado do meu caminho, que se contorciam ao som da música eletrônica mais irritante que eu já ouvi. Acho que estou ficando velho, porque ando odiando essas festas. Ainda mais tendo que cuidar da bêbada mais gostosa dessa cidade. 

- Pega leve, gata. - Ouvi Jeremy murmurar e então percebi que ela estava ao seu lado no balcão da cozinha. E pior, virando uma garrafa de vodka dentro de um copo.

- Que é, vai querer me controlar também?

Ela deu uma risada e o babaca, em vez de arrancar a garrafa da mão dela, deu risada junto. O que eu podia fazer além de intervir?

- Para com essa por/ra. - Puxei a garrafa de sua mão, colocando em cima do balcão da cozinha.

Dul levantou os olhos para mim, balançando os pés no alto e levou o copo quase cheio até a boca, com um olhar irônico.

- Eu sei que você está acostumado a lidar com garotinhas, mas eu tenho idade para beber. - E deu uma golada.

- Sério? - Puxei o copo de sua mão. - Porque para mim você parece uma criança.

- Ei! Devolve o meu copo! Para de ser tão infantil!

- Ah, eu sou infantil?

Ela tentou puxar o copo, mas eu tirei a mão do seu alcance.

- Por/ra, Ucker! - Dul resmungou como uma criança mimada. - Me deixa beber, cara/lho!

- Odeio quando você xinga.

- Você não tem que gostar de por/ra nenhuma! - Dul me empurrou, bufando.

- O que você ainda tá fazendo aqui? - Me virei para Jeremy. - Some da minha frente!

Ele rolou os olhos, descendo do balcão e saindo da cozinha, resmungando algo como "de novo isso".

Enquanto eu acompanhava com o olhar o babaca obedecendo minha ordem, Dul desceu pelo outro lado e saiu da cozinha também.

- Ai, cara/lho... - Resmunguei olhando para cima e sai atrás dela.

A ruiva se encostou no bar, de braços cruzados e com cara emburrada. Parece que eu acabei com a sua festa, que belo estraga prazeres eu sou. Mas eu prefiro Dulce irritada num canto da festa do que bêbada e sozinha no meio dela. Eu sei o quanto egoísta isso pode parecer, mas pode vim resolver comigo.

- Vai ficar emburradinha?

- Vai se ferrar, Uckermann. - Dul rosnou, virando uma dose de tequila tão rápido que eu não pude tirar de suas mãos.

- Você tá querendo se matar? - Cerrei os olhos quando ela chupou o limão e ainda fez careta. - Ou me matar?

- Eu tenho uma ideia pra você. Por que você não se enfia no seu carro e corre de volta pros braços da sua garotinha? - Pude ouvir a mágoa em sua voz. - Ela deve estar esperando o beijo de boa noite. Ou você já deu assim que acabou de transar com ela?

- Eu não tô transando com a Helena.

- Ainda. - Dul completou, rápido. - Vamos ver quanto tempo vai levar dessa vez.

- Quando é que você vai entender que eu só quero transar contigo? - Murmurei, entredentes. Porém, pela cara que Dulce fez, ela com certeza escutou meu pensamento em voz alta.

Ela ficou me encarando por longos segundos, prestes a dizer alguma coisa. Assim que abriu a boca, senti um esbarrão em meu ombro quando Maite passou como um furacão e sentou-se num dos banquinhos do bar.

- Por que você tá fazendo esse doce todo? - Ouvi a voz de Chris, que imediatamente parou de frente para ela. - Qual é, Mai, para com esse joguinho de adolescente. Isso não cola comigo.

- Sai daqui, Christian. - Ela parecia magoada e cansada. - Eu não tô afim, só... me deixa em paz.

- Eu só queria entender qual o sentido dessa palhaçada toda se quando eu te levo pro escuro você me deixa fazer o que eu quiser...

- Vai se fuder, Christian! - Mai gritou bem próxima ao rosto dele e depois, virou-se de costas, batendo com a mão no bar e pegando uma bebida.

Foi nesse momento que ouvi um burburinho, seguido de gritos em outra parte da festa. Me virei para ver e não acreditei que Lilly e Chad estivessem discutindo no meio de todo mundo. Mais alguns gritos e Poncho puxou Chad pelos ombros, fazendo com que ele e Lilly encerrassem toda aquela confusão.

- O que houve? - Perguntei para eles assim que Poncho colocou Chad sentado em um dos banquinhos.

- O seu amigo me acha uma vagabunda indigna da castidade dele! - Ouvi Lilly falar bem alto, se aproximando da gente.

Anahí então correu e puxou Adams para o outro canto do bar, tentando acalmar a morena.

O que tinha acontecido em minutos? Que caos era aquele? Alguém tinha soltado os duendes da confusão por aí.

- Eu não pensei que fosse viver para ver você brigando um dia, Chad. - Ouvi o comentário risonho de Poncho e soltei uma risada baixa.

- Relaxa. - Bati com a mão em seu ombro. - Eu já briguei hoje também, eu te entendo.

- Quanta civilidade. - Dulce comentou, acidamente. - Vocês deviam evoluir, como o resto de nós, seres humanos.

- Talvez eu não queira, vai criticar isso também? Já que você critica tudo...

- Isso explica muita coisa. - A ruiva deu de ombros. - Principalmente sobre o seu comportamento animalesco. Daqui a pouco vai achar que tem algum direito machista ridículo sobre mim e sair me arrastando pelo cabelo, me levando de volta para sua caverna.

- Até que não é uma má ideia. - Respondi carregado de ironia.

- Sério que eu fui o único cara aqui que transou hoje? - Poncho cruzou os braços rindo e não só recebeu olhares raivosos de todos nós, como um tapa no braço de Annie.

- Chega, eu vou embora! - Lilly levantou do banquinho.

- Espera, eu vou com você. - Maite caminhou até Lilly e as duas acenaram rapidamente para nós, indo juntas para a saída.

Lilly virou a cara quando passou por Chad e Chris, na verdade, já tinha sumido novamente. Típico dele fingir que não se importa. Acho que ele aprendeu isso comigo... Obviamente, quando eu era um outro cara. Hoje eu sou um perseguidor e controlador de bêbada.

- Você não pode ir embora da sua própria festa de aniversário, seu otário! - Ouvi Poncho resmungar para Chad.

- Por que não? É alguma regra? - Ele suspirou.

- Talvez seja.

- Mas já tá todo mundo indo embora mesmo, cara! - Chad replicou.

- Mas você é todo mundo? Todo mundo tá fazendo aniversário e é o dono da festa? - Insistiu Poncho.

- Desde quando você virou a minha mãe?

- Desde que você quer sair de uma festa de aniversário sem tomar um porre dos amigos. - Poncho sorriu, já preparando uma bebida. - Você tem que sair daqui carregado, meu irmão.

- Hoje não, Poncho, sério. Eu tô com dor de cabeça e irritado com essa música. - Ele bateu no ombro de Poncho, que desmanchou o sorriso. - Ano que vem tem mais. Tchau, gente.

Nos despedimos de Chad e logo ficamos só eu, Dul, Annie e Poncho.

- Vocês são uns babacas mesmo. - Ele virou o drink que tinha feito em um gole só. - Eu queria sair dessa por/ra bêbado, arrastado, sem saber nem o meu nome.

- Reclama com seus amiguinhos, que não são civilizados o bastante para manter um clima agradável numa festa. - Annie jogou essa indireta olhando diretamente para mim, com muita ironia.

- Por que você não pergunta pra sua amiguinha porque estamos brigando? - Rebati, mais irônico ainda.

- Aposto que é por alguma coisa idiota como sua mania de controlar a Dul. - A loira sorriu. - Deixa ela ser feliz, seu babaca.

- Então você acha legal ver sua amiga bêbada, com um cara como Jeremy Porch? - Ergui minhas sobrancelhas. - Nós dois sabemos que aquele otário não presta.

- É, ele é um cuzão. - Comentou Poncho com um limão entre os dentes, no intervalo de dois copos de tequila.

- Você acha mesmo que ela vai querer minha baba de novo? - Annie riu e ergueu sua sobrancelha esquerda, me desafiando. - Por favor, queridinho, já bastou você.

- Que? - Meu melhor amigo gritou, logo depois de cuspir um pouco de tequila no chão e encarar Anahí. - Você já ficou com aquele cara? Eu tenho a baba do Porch? Qual o seu problema, porque você ficou com aquele cara? Tava num momento difícil, sem se amar?

Ela revirou os olhos com força.

- Eu já fiquei com você e com o Ucker, então já peguei a faculdade inteira por tabela e não reclamo. - Ela puxou o copo da mão dele e bebeu. - Então para de ser via/dinho.

- O Ucker eu aceito, ele é um babaca legal, aliás, nós já dividimos escova de dentes, então... - Ele deu de ombros.

- Não me compare a uma escova de dentes, seu ridículo! - A loira bufou bem alto. - Quer saber, já deu pra mim, preciso ir embora.

- Não, fica aí! - Ele estendeu a mão. - Eu é que vou! Se eu soubesse que você já beijou o Porch, tinha te dado um pouco de vodka antes de beijar você.

Ele só não tomou umas porradas porque já estava se afastando.

- Por que você tem que ser tão escro/to? - Annie perguntou com um tom de voz ofendido e irritado.

- Porque eu sou Alfonso Herrera. - Depois, ele virou as costas e saiu andando e só acenou para mim já na porta da sala, que já estava bem mais vazia.

- Se achar o Chris, manda ele fechar a casa direito. E cuida da Dul. - Disse ela, já longe.

Assenti com a cabeça e só aí me dei conta de como estava concentrado na DR de casal e não percebi quando Dul sumiu do meu lado. Eu estava cansado daquele joguinho, bem cansado.

Arrastei os pés até a cozinha, encontrando Dulce encostada com a cintura na mesa da cozinha, olhando uma garota que vomitava na pia.

- Você sumiu.

- Tava sem paciência pra todas aquelas brigas. - Ela bebeu um gole de um copo vermelho com cheiro de vodka. - Achei que bebendo ficaria mais divertida e conseguiria aproveitar a festa, mas percebi que até bêbada eu fico cheia de coisas na cabeça. Não da pra fugir de si mesmo.

- Eu posso te ajudar a esquecer isso tudo. - Dei um sorriso de leve, segurando na mão livre dela.

- Sexo não soluciona tudo, Ucker.

- Quem falou em sexo? Vem cá. - Puxei ela mais pra perto de mim. - Faz assim, você vai ver como vai relaxar. Mentaliza um monte de parada boa, se imagina num lugar foda e sente a música. Se concentra nela.

- Para! - Dul riu, colocando mais bebida em seu copo.

- Qual é, tenta.

Ela então chegou perto de mim, fechou os olhos e começou a dançar de leve, ali mesmo, no meio da cozinha. Ficamos assim por uns vinte minutos, bebendo álcool, dançando na cozinha sem se importar com os poucos olhares de quem passava ali. Foi um dos melhores momentos da minha vida. Ver Dulce dançando com um sorriso nós lábios, fechando os olhos e curtindo o som, mesmo bastante bêbada, foi o ponto alto da noite. E um dos pontos mais altos em que já estive na minha vida.

- Cansei. - Ela se encostou na mesa de volta, me olhando nos olhos e parecendo contente dessa vez. - Obrigada pela ideia, foi a melhor parte da festa.

- Não é nada. - Sorri com o canto dos lábios.

Então ficou um silêncio entre nós dois, enquanto nos olhávamos nos olhos, esperando para ver quem seria o primeiro a falar.

- E o que podemos fazer agora? - O jeito que ela disse foi totalmente sugestivo, algo como "o que faremos juntos?".

- Eu não sei você, mas eu tenho umas ideias. - Ergui a sobrancelha. - Pena eu não poder.

- É algo ilegal? - Ela riu, neguei com a cabeça. - Algo esquisito?

- Não.

- Então porque não pode fazer? - Insistiu Dul.

- Porque tem muita gente aqui. - Dei um passo para frente e parei diante dela, a centímetros de distância do seu rosto. - Se eu pudesse, faria todo mundo sumir daqui e colocaria você sentada nessa mesa agora sem calcinha.

Passei a língua nos lábios e dei dos passos para trás, com medo de estar insistindo ou pressionando demais.

- Mas eu não posso.

- Quem disse? - Dul me olhou com determinação e caminhou até mim, envolvendo os braços no meu pescoço e pulando com as pernas envolta da minha cintura. Ela me olhou nos olhos um milésimo de segundo antes de me dar um beijo com sabor de vodka e de desejo. E eu soube o que aquilo significava: a chapeuzinho vermelho de cabelos vermelhos queria passar a noite na companhia do lobo mau.

Vivas ainda? Aguardem novos capítulos. Obrigada por aguentarem até aqui.

XOXO, primas Fagundes <3