Fanfic: Parte dele em mim | Tema: Variados

E mais um dia sem Gabriel, havia passado, já é noite. Depois que Gabriel se foi, meu dias são sempre os mesmos, nada muda. Parece que meu mundo se tornou preto e branco, parece clichê e muitos dizem por ai que é exagero da minha parte, mas não, não é exagero, não é clichê, é amor, pelo menos da minha parte.

Escutei a porta da sala abrindo, era mamãe, ela havia chegado do trabalho, resolvi ir até lá para falar com ela, mamãe sempre me entendeu e sempre me deu os melhores conselhos, embora eu nunca os seguisse. Desci as escadas lentamente, mamãe sorriu.

– Ei Lu, como você está filha? – disse me olhando.

– Estou bem mãe e você? Como foi o trabalho?

– Tudo bem querida, foi cheio como sempre, vamos para a cozinha. – mamãe foi em minha frente e logo fui atrás dela.

Por mais que ela tivesse os melhores conselhos e sempre me apoiou, somos um pouco distante, talvez por ela se dedicar tanto ao trabalho, mas ela sempre foi presente, ou quase.

Ao chegarmos à cozinha, Geralda logo serviu o jantar, me sentei ao lado de minha mãe sem fome alguma, fiquei apenas movendo a comida de um lado para o outro.

– Luísa, não adianta você ficar sem comer e deixar de viver, porque isso não vai fazer com que o Gabriel volte, meu amor, na vida tem que está preparada pra tudo e quando começamos a aprender a lidar com o amor, temos que aprender a lidar com a dor. Porque o amor meu anjo, o amor é assim. O amor ele tem momentos maravilhosos e incríveis, mas ele também tem seus piores momentos, ele tem a dor querida, ele tem o adeus. E por mais que seja complicado temos que lidar com a dor da partida. – mamãe me disse olhando nos olhos.

Ao ouvir tudo aquilo, meus olhos se encheram de água, eu não conseguia falar, mamãe se levantou e me abraçou e aquele abraço segurou todo o meu chão naquele momento.

– Chora! Pode chorar muito, chorar alivia chorar limpa a alma, chora vai te fazer bem. A dor que você tá sentido minha querida, vai passar e eu estou aqui, sempre estarei. Porque como diria meu grande amigo e conselheiro, não há nada que o tempo não possa curar.

Ao ouvir aquelas palavras, me desabei em lágrimas. – Mãe, eu não aguento mais, quanto mais o tempo passa, mais essa dor aumenta. Eu preciso de Gabriel, eu preciso dele comigo, eu preciso daquele sorriso, mãe ele se tornou meu mundo e ele apenas se foi.

Ela apenas me abraçou sem dizer uma palavra, aos poucos me acalmei, sorri de canto para ela e subi para meu quarto. Entrei e sentei na cama, tudo em minha vida se tornou vazio, até mesmo meu quarto, aqui, nesse quarto, eu e Gabriel teve tantos momentos.

Gabriel acariciava meu braço carinhosamente, deitada sobre seu colo, eu podia ouvir seu coração bater.

– Acho que se eu morresse agora, morreria feliz. – Gabriel disse – Gargalhei

Olhei diretamente para seu rosto e Gabriel sorriu o sorriso de Gabriel sempre foi meu preferido. Beijei seu queixo e subi até a testa dando beijos carinhosos. – Promete que vamos ficar juntos pra sempre? Promete que iremos ficar juntos independente de qualquer coisa?

– Sem promessas, mas, irei amar você pra sempre Luísa ou, além disso. – Gabriel sorriu ao dizer. Deitou minha cabeça em seu peitoral e acariciava meu cabelo lentamente, até que peguei no sono.

Horas depois acordei, acordei e senti Gabriel me apertando, sorri ao olhar pra ele. – Ei dorminhoca – Gabriel disse sorrindo.

– Não existe travesseiro melhor que esse – olhei para Gabriel com cara de sono, bocejei.

– Aposto que tem – Ele sorriu – Mas chega de dormir, vamos acorda.

Gabriel me levantou e começou a me fazer cócegas – Deixa de ser preguiçosa, vem logo, levanta – Gargalhei.

– Não, me deixa aqui só mais um pouquinho, por favor. – Segurei na beirada da cama, dando risadas.

Gabriel me puxava com força, até que não consegui mais segurar, ele me puxou até eu cair em cima dele, no chão.

Caímos na gargalhada.

[...]

Suspirei e me vi com os olhos cheios de agua ao meu lembrar disso, aquela tinha sido a última noite que passei com Gabriel, depois, bom, depois tudo mudou.

Ele foi à pessoa que me fez acreditar no amor, ele foi o único entre tantos que eu amei, mas ele se foi, ele apenas se foi. É ele me disse adeus, mas, acho que se tivesse ido sem dizer alguma palavra qualquer, teria doendo menos.

Olhei para o teto e respirei fundo, eu não estava conseguindo mais ser forte, eu não estava conseguindo aguentar tudo aquilo, não dava mais. Eu precisava de um suporte e a única pessoa que iria me dar esse suporte, era Manu.

“Manu, por favor. Vem até aqui, eu preciso de você, eu não aguento mais.”

Mandei a mensagem para Manu, que provavelmente estaria com Bruno ou dormindo, não sei. 

Fiquei ali, olhando pro nada e me vi com os olhos cheios de lágrimas, olhei para a porta e ali estava  Manu, que sorriu ao aproximar.

Ao ver Manu, parece que tudo desabou, tudo caiu em cima de mim, Manu se aproximou e eu a abracei e chorei, chorei como se o mundo tivesse acabando, chorei porque estava doendo, chorei porque eu não estava aguentando mais.

– Ei, eu estou aqui. Se acalme, vai passar. – Manu disse enquanto me abraçava

– Eu não aguento mais, tá doendo, não tá dando pra pagar de forte o tempo todo, eu não suporto mais isso, eu estou completamente destruída por dentro. Eu não entendo, eu tento entender, mas não consigo, eu só preciso de uma explicação, só uma explicação Manu. – disse em soluços

Muitos vão dizer que isso é exagero, que ele foi só um “namorado”, mas não, não mesmo, ele foi o único que eu amei e vou amar toda minha vida e dói muito à falta dele, dói muito essa falta de explicação.

– Não precisa mais se fazer de forte ok? Não pra mim, não precisa fingir, eu sempre vou te entender Luísa e eu estou aqui e sempre vou está. – disse

Acalmei-me aos poucos, deitei no colo de Manu que mexia em meu cabelo e ia enrolando ele lentamente.

– Vai passar tá bom? Vai parar de doer, talvez, antes mesmo que você espere. – ela disse enquanto mexia em meu cabelo.

Manu sabia me acalmar como ninguém, ela me entendia, sempre me entendeu, nunca me julgou por nada. E o mais importante, ela sempre esteve aqui, ela nunca me virou as costas quando precisei dela. Ela é sem dúvida alguma a melhor amiga do mundo. E eu a amo, muito, muito mesmo.

Manu dizia baixinho “Vai ficar tudo bem, eu prometo”, minutos depois acabei pegando no sono.