Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

No dia seguinte, cheguei na faculdade correndo e secando a testa molhada de suór. Pra variar, estava atrasada. Todo mundo me olhou até eu assumir minha carteira ao lado de Luca e Maite.

- Olá, sumida. – A morena sorriu, me passando uma folha de exercícios.

- Bom dia. – Sorri para os dois, porém só tive o sorriso de Mai como resposta. – Ei. – Me estiquei para bater no braço de Luca, ele me olhou rapidamente, a expressão séria. – O que deu em você?

- O que deu em mim? – Luca sussurrou, unindo as sobrancelhas. – O que deu em você, certo?

Maite, no nosso meio, deu uma risadinha.

- O que foi que eu fiz? – Perguntei, mostrando um tom de inocência carregado.

- Não esperava que você fosse o tipo que esquece dos amigos quando começa a namorar. – Soltou entredentes, cerrando os olhos pra mim de forma magoada e furiosa.

- Eu estava em total depressão, nesse fim de semana que as coisas se resolveram. – Expliquei calmamente, porém isso só fez Luca revirar os olhos.

- Ah, faça-me o favor. – Ele jogou as costas na cadeira e passou o lápis pela folha no caderno, olhando pra frente.

- Pra que tanto ciúmes? – Murmurei, cruzando os braços.

- Não é ciúmes, Dulce... – Respondeu. A verdade é que ele quase nunca me chamava pelo nome. Luca costumava me chamar apenas de morango e quando isso não acontecia, algo estava errado. – Quer saber? É sim! Quero minha melhor amiga de volta.

- Ela está aqui. – Pisquei, dando um sorrisinho de lado. – Ah, qual é. Eu amo você, me desculpa ter estado ausente, Luquinha. Eu prometo que vou fazer o meu máximo pra isso não ficar mais assim. Você me perdoa?

Ele assentiu com a cabeça, fazendo um biquinho um tanto teatral. Soltei uma risada e ele me acompanhou, então Maite envolveu os braços nas nossas cabeças e puxou, fazendo nossos rostos se colarem. Rimos juntos e no mesmo instante, o professor nos olhou de cara feia.

- Querem dividir a alegria com o restante da turma? – Perguntou ironicamente, erguendo a sobrancelha.

Negamos com a cabeça, ainda rindo e sentamos na postura correta. Na hora do intervalo, meu celular tocou. Vi o número da minha tia e mordi o lábio, com certeza mamãe já tinha passado todas as informações pra família e agora ela estava ligando para checar as informações.

- Tia Lisa? – Perguntei, sorrindo.

- Lisa, a menina está aqui. Eu não sei mexer nesse troço. – Ouvi a voz rouca e grave de vovô Louis do outro lado da linha e tive certeza que ele não falava comigo.

- Pai, é só falar. – Minha tia disse do outro lado. – Ela te escuta.

Ouvi um barulho antes de meu avô falar comigo.

- Maria?

- Oi, vô. – Respondi, sorrindo. – Tudo bem com o senhor?

- Sim, só uma tosse estranha. Nada que me faça parar, apesar da sua tia achar que eu já sou um velho caduco. – Vovô murmurou e ouvi a risada de tia Lisa. – Como estão as coisas na cidade do pecado?

- Vovô, você tem que parar de assistir CSI. Los Angeles não é a cidade do pecado. – Murmurei, rindo e ele estalou a boca em descrença.

- Aposto que há mais crimes por aí do que aqui no Texas. – Rebateu ele, raspando a garganta depois. Claro que sim, ele queria comparar uma grande cidade com o interior do Texas?

- Tá legal, vovô. – Respondi, porque não adiantava discutir com esse coroa. – Estamos bem, apesar de vivermos na cidade do crime. Mamãe deve ter ligado pra minha tia hoje.

- As duas fofoqueiras estavam a manhã toda conversando. – Informou vovô Louis, apertei os olhos imaginando tal diálogo. – Foi por isso que liguei, Maria. Você vem no fim de semana, certo?

Assenti com a garganta e ele continuou:

- Você, seu irmão e seu namorado, creio eu. – Disse ele calmamente e por um segundo, acreditei na falsa ilusão que ele reagiria bem aquilo. – Estou louco pra conhecê-lo, mal posso esperar pra capar o sem-vergonha.

- Vovô! – Protestei, arregalando de leve os olhos.

- Quem esse moleque pensa que é pra namorar com a minha neta? – Resmungou sua voz carrancuda. – Ah, mas a Margaret vai adorar conhecer esse menino.

Se há alguma dúvida sobre quem é Margaret, imagine uma espingarda caipira que recebeu esse nome de um velho maluco.

- Pai, para com isso! – Tia Lisa protestou, tomando o telefone dele. Ouvi algumas reclamações de sua parte, porém ele se calou quando ela começou a falar. – Oi, querida. Fique tranquila que não vai acontecer nada, ele só sabe ameaçar, nós conhecemos esse velho. Traga o menino para conhecer a gente, ok?

- Ok. – Assenti sem nenhuma coragem de dizer alguma outra coisa. Tranquila? A última coisa que eu ficaria no mundo, era tranquila.