Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

Finalmente o dia da viagem chegou. Eu estava ansiosa, nervosa e com um embrulho horrível no estômago, mas estava lá. Era isso que contava, certo? Pelo menos era o que parecia. Mas tudo estava dando errado e nem eram oito horas da manhã ainda.

Henry não estava nem um pouco bravo de me ver de mãos dadas com Ucker, pelo contrário, ele só gargalhava ao lembrar de vovô Louis aguardando nossa visita. Fez uma guerrinha básica quando trocamos uns beijinhos no banco de trás do taxi, mas nada com que eu não estivesse acostumada da parte de meu irmão. Depois, quando pisei no Aeroporto Internacional de Los Angeles, comecei a sentir uma vontade de vomitar todo o café da manhã. Já dentro do avião, sentia-me desconfortável com tudo. Desde a criança que chorava lá no fundo até o cinto que parecia me sufocar.

Henry cantava a aeromoça que passava dando instruções de decolagem e estava recebendo olhares bem receptivos da moça. Ucker, que estava ao meu lado na poltrona da janela, tinha colocado o capuz do moletom branco e quase deitado, em uma postura bem relaxada. Porém, seus dedos apertavam o celular de forma que sua tranquilidade soava inteiramente falsa.

- Tá nervoso? – Perguntei, tocando nas costas de sua mão. Estava gelada.

- O que? – Ele tirou os fones do ouvido e me encarou.

- Perguntei se está nervoso. – Murmurei e ele riu, sem muito humor.

- Nervoso? Nervoso é apelido. – Ucker disse. – Eu tô em pânico, ca/ralho.

- Relaxa, respira. – Sorri de leve, apertando sua mão fria e suada.

- Eu não sei se tô com mais medo desse troço cair e nunca encontrarem nossa ossada ou de morrer de hemorragia quando seu avô cortar meu pa/u fora. – Ucker buscou um ar que parecia faltar em seus pulmões e se mexeu na poltrona, me olhando de lado.

- Tem medo de aviões? – Não aguentei, tive que rir.

- Não assiste noticiário não, garota? – Ele arregalou de leve os olhos. – Latas como essa caem todos os dias, em cima de prédios ou no meio do oceano.

Revirei os olhos, rindo baixinho dessa vez.

- E essa po/rra dessa janela não tá me ajudando. – Continuou Ucker.

- Quer trocar de lugar? – Ofereci e ele assentiu na hora. Ucker soltou o cinto, fiz o mesmo, levantando primeiro. Porém, assim que passei o corpo na frente de Ucker, ele me puxou pela cintura, me abraçando em seu colo e me dando um beijo fofo no rosto.

- Tô louco pra te comer, sabia? – Sussurrou aquela voz rouca no meu ouvido e de forma absolutamente imediata, senti minha intimidade latejar. Queria dizer o quanto estava louca pra deixar ele me comer, mas não diria isso em voz alta de jeito nenhum.

- Como você é meigo. – Cerrei os olhos e ele riu, soltando os braços de mim. Ucker me colocou na poltrona em que estava antes e levantou.

- Droga, tô de pa/u duro. – Resmungou baixinho e sentou-se imediatamente.

Sorri, pegando o celular no bolso da calça jeans. Comecei a procurar o que fazer a fim de me distrair durante aquelas horas de viagem, mas na certa iria dormir até chegarmos no Texas. Enquanto futucava distraidamente no meu Instagram, ouvi a voz nasal de uma aeromoça loira perguntando se Ucker queria ajuda com o cinto. Olhei de canto de olho e ele disse que não, sorrindo educadamente e ela se retirou, rebolando propositalmente naquele uniforme que costumava ser fetiche masculino.

- O que foi isso? – Murmurei, cutucando sua perna com a ponta do pé.

- Oi? – Perguntou, se fazendo de desentendido.

- Ucker, não tenta fingir. – Cerrei os olhos para ele, algo que estava tornando-se comum e Ucker riu, achando graça nos meus gestos.

-  Isso foi eu sendo simpático porque ela estava oferecendo ajuda, afinal, é o trabalho dela, não é? – Explicou como se eu tivesse cinco aninhos.

- Oferecendo ajuda? – Franzi a testa e revirei os olhos. – Faça-me o favor, tava quase te oferecendo a bun/da.

- Paranóica, é isso que você é. – Ele debochou de mim, dando sua risadinha irônica, porém se calou assim que sentiu o primeiro tremor do início da decolagem. Tive que segurar a mão de Ucker a viagem toda, descobrindo que o medo dele era bem maior do que imaginava. Foi bom, porque por outro lado a loira não se engraçou mais, apesar de não parar de encarar quando passava.

Quando descemos do avião, no Aeroporto Regional de Victoria, Henry tinha o telefone da aeromoça com que passara a viagem toda conversando e Ucker tinha deixado meus dedos levemente dormentes. Na próxima, eu juro que traria um paninho pra ele morder. Mas, pensando bem, eu não queria que houvesse próxima. Seria uma única vez e eu agradeceria se Ucker escapasse bem de lá.

Entramos em um táxi, dando as coordenadas da fazenda de meu avô. Além de enorme, era quase um ponto turístico da minúscula cidade e até que o senhor Louis era bem conhecido por lá. Claro, devia estar presente na fundação da cidade, porque né.

Antes mesmo de descermos as malas, fomos anunciados. Tia Lisa, escandalosa como era, gritou da janela:

- Eles chegaram!

E aí foi aquela multidão e algazarra que só. Ucker pareceu se assustar com a quantidade de gente que saiu pela porta. Acho que eu esqueci de contar esse detalhe, assim como esqueci de dizer que não ficaríamos apenas um fim de semana, mas cinco dias lá.

A família realmente era grande e eu senti um calor no peito ao revê-los. Olhei todos que vinham ao nosso encontro e depois, lancei o olhar para a porta da casa. Descendo os pequenos degraus que ali estavam, vinham o casal que tinha “iniciado” aquela família. Vovó Elena com seu simpático sorriso, seu cabelo branco e seu corpo encurvadinho, de braços dados com vovô Louis, o senhor que apesar da idade tinham um ótimo porte. Sorri ao observar aquele casal e meu sorriso só sumiu quando vi que no braço livre de vovô estava sua velha espingarda, Margaret, deitada de lado como um bebê. 

Oizão procês ;)

Obrigada por estarem aqui e sempre comentarem, permaneçam assim kk`

Beijos, meninas <3 

P.S.: Já sou fã do Vovô Louis kkkkk`