Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Peguei na mão de Dulce, envolvendo meus dedos frios nos dela. Ela me encarou pelo canto de olho, mas eu só conseguia focar no casal idoso parado na porta da fazenda, a minha espera. Olhei a espingarda no braço do velho e engoli em seco. Tive que desviar o olhar ao ouvir Dul me chamar.

- Essa é minha tia Lisa, irmã mais nova da minha mãe. – Murmurou Dulce, toda contente, me apresentando para a mulher que ela tinha acabado de abraçar.

- Sou o Christopher, namora... – Comecei, esticando a mão.

- Eu sei quem você é! – Exclamou, me puxando num abraço firme. Arregalei os olhos, surpreso, mas retribuí. Ela me soltou e me avaliou, depois olhou pra Dul. – Nossa, vocês combinam! Isso é tão lindo.

Nós dois rimos e abracei Dul, passando o braço por cima de seus ombros. Ela me apresentou seu tio mais velho, Robert, que era um homem sério, casado com Eleanor e pai dos primos gêmeos de Dul e de uma garota que regulava de idade com minha namorada. Os gêmeos se chamavam William e Ryan, tinham 22 anos e a garota, Daiane, já tinha um bebê nos braços.

- Esse aqui é o primeiro bisneto da família. – Dul murmurou, pegando o bebê dos braços da prima. – Ucker, esse é o James.

O bebê era loirinho e sorriu pra mim, tinha acabado de completar 1 ano. Quando eu via bebês, me dava uma enorme vontade de ser pai. Mais ainda ao ver bebês no colo de Dul.

Ainda com um sorriso bobo no rosto, fui apresentado aos filhos de Lisa. A tia de Dulce era viúva e mãe de Patricia e Jonathan. A garota tinha 17 anos e ficou me olhando de uma forma meio maldosa, parecia muito com Dulce, mas minha namorada era bem mais bonita. O garoto tinha uns oito anos e era extremamente calado para uma criança dessa idade.

Por último, teve o tio mais novo de Dulce, Dennis. Era casado com Marianne e muito extrovertido, no auge de seus 30 anos, o casal tinha uma única filha, chamada Heloise, moreninha, meiga, com 6 aninhos. Exatamente como Dul deveria ser quando criança.

E essa era a família nada pequena de Dulce. A família que parecia me avaliar da cabeça aos pés, cada um de sua própria forma.

- Acho que falta o mais difícil, certo? – Sussurrei para Dul, acenando com a cabeça na direção aos avós dela na porta.

- Você ainda não viu nada. – Sussurrou ela de volta, suspirando alto.

Todos começaram a voltar pra casa e Henry já tinha se metido no meio dos familiares, à vontade. Enquanto nos aproximávamos do casal, somente eu e Dulce parecíamos tensos. Todo mundo agia como se o velho não tivesse segurando aquela espingarda e me olhando com aquele olhar de matador. Ca/ralho, se o plano do coroa era me colocar medo ele tava conseguindo realizar sua missão com perfeição.

- E aí, coroas! – Gritou Henry, abrindo os braços e abraçando os dois ao mesmo tempo. – Saudades. – Disse meu cunhado, beijando primeiro o rosto da avó e depois do avô. – Vovô, você e a Margaret vão adorar conhecer o namorado da Dul. – Henry me olhou por cima do ombro e deu uma piscadinha, antes de entrar na casa junto com o resto da família.

Ótimo cunhado esse que eu tinha. Cada dia me ajudando mais.

Então, ficamos só nos quatro lá fora e a conversa foi sumindo a medida que o restante foi indo para o interior da fazenda. Naquele momento, foi a primeira vez que eu e o velho trocamos olhares diretamente. Ele ficou me encarando e eu encarei de volta, torcendo pra que ele abrisse um sorriso e parecesse um velho bonzinho, do estilo papai noel. Percebi que não ia rolar.

- Vovó. – Dul abraçou a senhora, beijando seu rosto. Depois, fez o mesmo com o avô, que mesmo por cima do ombro de Dul não parou de me olhar.

- Como você está linda, Maria. – Disse a senhora com um simpático sorriso, em total contrariedade ao marido. - Me lembra Blanca quando nova. Falando em sua mãe, porque ela não veio?

E eu, boiando.

- Ela teve que ficar por causa do trabalho. – Explicou a ruiva e eu abaixei o olhar sentindo o velho me fuzilando.

Comecei a implorar que Dul lembrasse que eu ainda estava ali e fizesse algo pra me tirar daquele desconforto, então Deus foi bondoso comigo.

- Esse é meu namorado, de quem vocês ouviram tanto falar. – Ela sorriu, mas eu senti o nervosismo em sua voz. – Esses são vovó Elena e vovô Louis.

A senhora sorriu, o velho, obviamente não. Talvez não tão bondoso né, Deus?

- Sou o Christopher, é um prazer conhecê-los. – Nunca ouvi algo tão formal sair da minha boca. Apertei a mão de Dona Elena e ela assentiu sorrindo, porém quando estendi a mão para o avô de Dulce, ele olhou pra baixo, vendo minha mão estendida e depois voltou a olhar pro meu rosto, me deixando no vácuo.

- Louis! – A avó de Dul repreendeu o homem, porém ele não se importou. Abaixei a mão, totalmente sem graça e Dul pigarreou. – Não dê importância, já está caduco. – Brincou Elena, colocando uma mão do lado da boca como se assim não fosse possível ele escutar.

Preferi não rir, vai que isso piorasse minha situação?

- É um prazer receber o namorado da minha neta em nosso lar, espero que sinta-se à vontade com a hospedagem.

- Obrigado, é muito bom estar aqui. – Murmurei.

- Vamos entrar? – Sugeriu Dulce, apertando meus dedos e sorrindo de nervoso.

- Vamos. – Assentiu a avó, mas assim que demos o primeiro passo, fomos impedidos pela voz grave de Louis. Era a primeira coisa que ele dizia desde que cheguei.

- Deixe as mulheres, preciso falar com você um instante. – Murmurou o coroa, me olhando sério. Assenti e ele virou-se de costas, caminhando pela varanda da casa.

- Eu vou junto. – Dul disse, arregalando um pouco os olhos.

- Não se meta nisso, Maria. – Rebateu seu avô, já de uma certa distância. – Conversa de homem para homem.