Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Impossível descrever o beijo de Dulce sem usar um belo de um palavrão. Na moral, que beijo gostoso do cara/lho. Só isso que eu podia dizer. Beijo que envolve, beijo que prende, com pitada de malícia e doçura, daqueles que tu encontra pouquíssimas vezes na vida, com muita sorte. E olha que, sem convencimento nenhum, eu já tinha pego muita mina nesses dezenove anos.

- Como assim você acha que pode chegar e sair me beijando? – Ela abriu os olhos enquanto se afastava ligeiramente de mim.

- Não devia prometer o que não deve cumprir. – Respondi, passando as pontas dos dedos na sua nuca. Ela ergueu um dos ombros, sentindo um arrepio imediato. – E além do mais, descobri seu ponto fraco, delícia.

- Não vá se aproveitar disso. – Dulce riu, eu ergui as sobrancelhas.

- Mas é claro que vou. – Rebati, pegando em suas mãos.

- Eu não vou deixar. – Ela disse, piscando, mas seu tom era de total brincadeira. Eu sabia que ela deixaria.

- Nós dois sabemos que você vai pedir por isso, gostosa. – Me inclinei de leve, acariciando novamente sua nuca enquanto ela mantinha seus olhos focados nos meus. O sorriso de Dulce sumiu aos poucos e ela engoliu em seco ao ver nossa proximidade.

Rocei nossos lábios de leve, ela arfou e inclinou o rosto, pedindo pra ser beijada. Só que não seria assim. Mostrei meus dentes num sorriso maldoso e mordi meu próprio lábio, direcionando a boca na direção de seu ouvido, joguei seu cabelo liso nas costas e beijei sua orelha, fazendo ela ter mais um arrepio.

- Sonha comigo. – Sussurrei, simplesmente e Dul apertou meus dedos, suspirando alto. Depois, tirei o boné da cabeça e o coloquei de frente, me afastando sem olhar pra trás.

- Você... você vai embora? – Perguntou Dulce, assenti com a cabeça olhando por cima do ombro rapidamente e dei um aceno rápido com a mão. A expressão da ruiva chegou a ser cômica, ela estava atônita como se não acreditasse no que eu tinha acabado de fazer. Eu também não acreditei, velho. Minha vontade era voltar e agarrar aquela mina, apertar ela na parede e realizar alguns dos meus desejos com ela. Mas minhas vontades teriam que esperar, eu não queria complicar as coisas para Dulce.

Afinal, Henry achou mesmo que eu era idiota o suficiente para não enxergá-lo num canto escuro espiando Dulce ir no banheiro com a namorada gostosa dele do lado? Ele era um irmão bem ciumento. Não tiro a razão dele, se eu tivesse uma irmã linda daquele jeito, vagabundo nenhum ia chegar perto. Mas, eu não poderia impedir que ela chegasse perto de um vagabundo.

E tinha mais um motivo, esse eu não queria assumir, mas era o maior motivo de eu ter ido embora assim: era sempre bom deixar um gostinho de “quero mais”. Era uma das armas de desejo. Conquistar Dulce ainda era um das minhas metas de vida. Tudo bem, estava no grupo de metas quase impossíveis, como: “ser presidente dessa po/rra toda” e “transar até morrer”, mas quem sabe?

- Cara/lho, tem cama nesse balada? Porque você foi comer alguém, só pode! – Exclamou Chris, assim que eu atravessei a porta de saída e vi os três parados na calçada.

- Foi uma rapidinha gostosa? – Perguntou Poncho passando o braço no meu pescoço, revirei os olhos e começamos a caminhar em direção a estação de metrô.

- Cala essa boca. – Resmunguei, rindo.

- Tá aí uma coisa que eu concordo: fecha a po/rra dessa boca, mulambo. – A voz de Babi atrás de nós fez com que virássemos pra trás rapidamente. Ela vinha com os olhos presos ao celular em suas mãos, mas aquela fala tinha sido para Poncho, ela adorava chamar a gente dessas babaquices.

- Falou comigo? – Poncho apontou para o próprio peito, parando no meio da rua. Ela riu, olhando pra ele.

- Claro que sim. Quem quer saber em que bun/da o Ucker go/zou essa noite? – Bárbara levantou as sobrancelhas finas e voltou a olhar para o celular.

- Eu quero saber, é meu melhor amigo! – Chris ergueu as mãos. – Deixa de recalque, mulamba. – Rebateu, imitando a voz dela naquela célebre frase de Babi.

Eu assistia tudo rindo muito de tamanha babaquice.

- O que você tá fazendo aí? – Perguntei, pegando seu celular. Ela bufou e ergueu a mão.

- Devolve. – Exigiu Babi.

- O que você tá fazendo? Salvando contatos novos? – Perguntei, olhando seu celular. Ela tentou pegá-lo da minha mão, mas eu o coloquei no alto onde ela não alcançava, fazendo minha prima ficar pulando sobre os saltos na tentativa de recuperar o aparelho.

- Não se mete na minha vida, Ucker. – Ela aumentou a voz, joguei o celular para Poncho que também o ergueu no alto.

- Machos novos, dona Bárbara? – Ele piscou, se divertindo com a irritação evidente da morena. – Quanta ousadia.

- SE NÃO ME DEVOLVER ISSO AGORA, FECHO A CHAPINHA QUENTE NO SEU PINTO! – O grito estridente dela tomou conta da rua vazia.

- Eita, devolve. – Disse Chris e assim Poncho fez.

- Quem tem medo dessa baixinha? – Abracei Babi por trás, vendo sua irritação sumir aos poucos. Fomos dando passos juntos, se atrapalhando ao quase trocar as pernas e rindo da brincadeira.

- Nunca vai me trocar né, Ucker? – Ela sussurrou, enquanto os caras íam mais a frente conversando sobre alguma besteira. – Eu sempre serei a única, certo?

- Certo. – Assenti, beijando seu rosto. Ela sorriu e envolveu meus braços em seu tronco, como se eu fosse um casaco.

Mas quando eu prometi aquilo, inexplicavelmente, a imagem de Dulce veio a minha cabeça e eu sorri de lado.