Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Inspira. Expira. Inspira. Expira. É isso aí, não esquece disso, cara. Faça isso e você permanece vivo. Quer dizer, será que o coroa ia ter mesmo coragem de me meter bala só porque eu tô pegando a neta dele? Afinal, eu nem “tô pegando” no sentindo chulo da palavra, eu tô namorando com ela. Bagulho sério, bagulho firme. Será que Louis Saviñon não confiava nem na própria neta pra escolher um cara como namorado? Será que eu passava uma imagem assim tão ruim?

Bom, isso é o que vamos descobrir. Hora da verdade, brow, sem enrolação.

- Então, você é o pretendente a namorar minha neta. – Murmurou ele, me encarando rapidamente enquanto colocava a espingarda apoiada em cima da mesa da varanda. Menos mal, ele queria conversar antes de atirar.

Não gostei da forma como ele disse “pretendente”. Soava como se eu ainda não fosse oficialmente o namorado de Dul e pra mim, nós eramos até mais que isso. Ou então, pior, soava como se ela fosse um imóvel ou algo a ser leiloado, sorteado e que me despertou o interesse.

- Sou o namorado da sua neta. – Corrigi.

Ele assentiu e sentou-se no banco que ali estava, apontando para que eu me sentasse na cadeira a sua frente.

- Qual o seu nome? – Perguntou ele, me encarando.

- Christopher. – Respondi, me ajeitando na cadeira.

- Nome completo.

- Christopher Alexander Luís Casillas Von Uckermann. – Murmurei, sob o atento olhar do velho.

- Quantos anos? – Erguendo suas grossas sobrancelhas.

- Dezenove. – Respondi, sentindo-me naqueles interrogatórios em que você precisa responder o mais rápido possível.

- Faz o que da vida? – Perguntou, correndo seus olhos por mim.

- Trabalho numa oficina. – Soltei um pigarro para não tremer na mentira. – Mas pretendo começar na faculdade de Engenharia Mecânica o mais rápido possível.

- Mora com quem, Christopher? – Louis questiona.

- Somos só eu e meu pai, família pequena com algumas tragédias. – Dei de ombros, mas aquilo soou estranho.

- É virgem? – Ele disse, bem sério.

Quer dizer, sério isso? O coroa queria saber se eu já tinha transado? Ou era uma forma de saber se eu já tinha dormido com sua neta? Porque se era...

- Não precisa responder. Foi retórica. – Louis disse antes de qualquer coisa sair da minha boca. – Qualquer um que olhe para seu tipo por cinco segundos sabe responder.

Engoli em seco. Não tive o que falar, então ele continuou:

- Conheci muitos homens do seu tipo, Christopher. Sabem ver uma menina boa, bonita, de família, inteligente e doce de longe. Sabem exatamente quem escolher...

- Perdão, senhor, mas não é assim. – Interrompi Louis, estendendo a mão. – Dulce com certeza tem essas qualidades, mas eu não a escolhi como se fosse um objeto.

- A quem quer enganar? A mim ou a você? – Ele cerrou os olhos e foi totalmente ameaçador.

- Eu respeito sua neta e eu amo. – Afirmei.

- Sei disso, com certeza ama. Mas isso não será o suficiente para tirar proveito dela. Se quiser um pedaço de carne, posso te dar uma vaca do meu gado, mas não mexa com minhas meninas. – Seu tom de voz subia.

- Por que é tão difícil pro senhor acreditar que eu realmente amo Dulce? – Aí foi a minha vez de subir o tom.

- Não é nem um pouco difícil acreditar nisso, meu caro. Só é impossível acreditar que isso será o suficiente para mantê-los juntos. – Ele levantou-se, pegando a arma ao seu lado. – O meu problema foi deixar Dulce muito tempo na frente da televisão, assistindo Disney. Isso fez com que ela acreditasse que sapos podem virar príncipes com um pouco de amor.

Louis me encarou por um breve momento antes de sair.

 - Tem cinco dias, Christopher. Me prove que merece. Mude minha opinião. – Gritou, já a caminho da porta. – Quero assistir isso antes de morrer. – Ele deu uma breve risada, a primeira que eu ouvia e depois sumiu porta a dentro.

- Pu/ta que pa/riu... – Sussurrei, jogando as costas na cadeira. Não sei se aquela conversa tinha me deixado mais aliviado ou mais nervoso. Mas peraí, que po/rra era aquela de cinco dias? Cinco dias aonde? Cinco dias pra quê? Cinco dias aqui? – Pu/ta que pa/riu! – Repeti.

E dessa vez o palavrão foi bem mais intenso.

Oizão, tchauzão ;)

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