Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

Ucker desceu primeiro pra que não ficasse tanto na pinta. Tomei um banho, troquei de roupa e sequei o cabelo com o secador. Tive que limpar o vidro de perfume quebrado no chão do banheiro e pensar numa boa desculpa enquanto descia a escada para o primeiro andar. Todos estavam na mesa do jantar e vovó já tinha me gritado três vezes para ir comer.

- Boa noite, família. – Murmurei, sorrindo animadinha demais. É isso que uma rapidinha gostosa e intensa faz com uma pessoa.

Todos responderam, mesmo em meio a suas conversas paralelas. Aquela família era uma loucura, meu Deus. Passei os olhos por todos e encontrei o sorrisinho malicioso de Ucker, ele me encarou enquanto levava o garfo até a boca. Até naquilo ele conseguia parecer um filho da mãe sexy pra cacete.

Porém, ao ver quem estava ao seu lado, não permaneci muito contente. Patricia conseguia ser desagradável, cara.

- Vovó, eu quebrei um perfume seu. – Murmurei baixinho, querendo que ninguém escutasse, mas todos olharam pra mim. – Eu bati com o cotovelo enquanto escovava os dentes. – Tinha que inventar uma desculpa convincente.

- Oh, tudo bem, querida. – Ela sorriu amigavelmente e eu suspirei. Só eu sei como me irritaria caso alguém quebrasse um de meus perfumes. Apesar de não ter o costume de usar colônias, eu era extremamente possessiva com as mesmas.

- Eu sou meio lerda mesmo. – Disfarcei, sorrindo amarelo.

Ucker reprimiu uma risadinha, abaixando a cabeça.

- Qual a graça, Christopher? – Vovô Louis perguntou e pela primeira vez eu gostei daquela implicância com Ucker.

- Han... Nada, é só que a Dul vive derrubando as coisas, ela é um pouquinho desastrada. – Explicou ele.

- Desde criança, se prepara, Ucker. – Patricia completou. Ninguém pediu a opinião dela, mas o babaca do meu namorado sorriu por educação para minha prima. E que intimidade era aquela de chamá-lo pelo apelido? Ali naquela sala só eu fazia isso.

- Senta, querida. – Vovó puxou a cadeira ao lado dela pra mim.

- Paty, querida, deixa sua prima sentar ao lado do namorado dela. – Pediu Tia Lisa a filha, que não fez uma cara muito boa.

- Quer sentar aqui? – Ofereceu, fazendo menção de levantar.

- Não, não precisa se incomodar. – Estiquei a mão, impedindo. – Eu sento aqui mesmo.

Ela assentiu de primeira e sentou-se na cadeira novamente. Ucker me olhou, percebendo que eu não estava nada bem.

Passei o jantar todo com sorrisos limitados e falas quase zeradas. Só dizia o que era extremo, o que era necessário. Quando acabou, inventei uma desculpa de cansaço pela viagem e subi, dando “boa noite” para todos, até para Ucker. Aquela altura ele já tinha percebido que algo não estava no lugar.

Assim que terminei de escovar os dentes e abri a porta do banheiro, quase bati com o rosto no peito de Ucker. Ele estava lá, parado, me esperando.

- Qual teu problema, cara? – Ucker perguntou, me olhando de cima.

Encarei seus olhos e desviei, indo pro corredor.

- Ei, ei... Depois do que aconteceu entre a gente você vai ficar com esse bico enorme, amor? – Ele segurou meu braço e me impediu de pegar o corredor a caminho do quarto.

- Me deixa, eu tô cansada. – Tentei puxar o braço.

- Não, Dul. Me fala, o que aconteceu? – Ele cerrou os olhos. – Foi porque eu ri de você no bagulho lá, do perfume?

- Não, Ucker.

- Então o que foi, po/rra? – Ucker bufou.

- Porque você sentou do lado da Patricia? Ela... ela tá se oferecendo pra você. – Murmurei entredentes, tentando controlar a raiva. Ucker revirou os olhos e riu. – Não tem graça.

- Na verdade tem, tu tá viajando legal... Primeiro, eu tava sentado lá antes, guardando o lugar do meu lado pra você. – Ucker me encarou. – Mais aí, ela chegou e sentou lá. Eu ia fazer o que, mandar ela sair na própria casa? Ou queria que eu levantasse e saísse, fazendo mó falta de educação?

- Podia ter dito que estava me esperando, sei lá. – Dei de ombros.

- Dul, eu pensei que ela tivesse o mínimo de noção, po/rra.

- Mas ela não tem. – Rebati, puxando o braço. – Boa noite.

- Cara/lho amor, precisa fazer esse show todo por causa disso? – Perguntou ele, assim que virei as costas em direção ao quarto. – Tu é muito ciumenta, mano.

Ucker segurou meu pulso e puxou na sua direção, dessa vez com muito mais delicadeza. Vi aquele sorrisinho cafajeste em seus lábios enquanto ele me olhava com um ar de deboche.

- Tira esse sorriso do rosto, Ucker. – Rosnei, séria. – Esse seu sorriso de canalha, de cretino, de filho da mãe que não presta...

- De gostoso pra cara/lho que tu não consegue resistir, né? – Ele umedeceu os lábios e inclinou o rosto, segurando a mão na minha nuca.

Nossos olhos se conectaram de forma excitante e por mais que eu quisesse fugir e ficar brava com ele, não dava. Aquele charme todo tinha me seduzido no começo e continuava me mantendo firme, e só piorando.

- Me da um beijo, Dul. Eu te amo, gostosa. – Sua voz suave sussurrou pra mim e eu assenti quase imediatamente, envolvida demais pra negar aquele pedido.

- Se você der um beijo em Christopher, eu dou um tiro nele! – A voz suave de Ucker foi abafada pela voz grave de meu avô. Quando olhamos pro lado, no início do corredor, vovô nos encarava e segurava tranquilamente sua espingarda. Ele e Margaret estavam prontos pra atirar.

Opaaaaa, comentem ;)