Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

Já faziam algumas horas que tinha amanhecido quando finalmente consegui sair da cama. Estava um frio doloroso lá fora, então eu prometi a mim mesma enquanto descia a escada que não colocaria os pés pra fora da fazenda.

- Bom dia, meu amor. – Vovó passou com um jarro de flores, contornando a imensa mesa da sala e depositando o jarro no centro dela, enquanto sorria pra mim.

- Bom dia, vovó. – Caminhei e beijei sua testa, em seguida meus olhos correram pela visão que tinha da casa. – Cadê todo mundo?

- Cada um foi para algum lugar e suas primas ainda dormem. James chorou a noite inteira, então Daiane está um caco...

- E o Ucker, ele tomou café com vocês? – Imaginei ele perdido no meio de minha família e daquela bagunça que sempre ocorria pela manhã. Imaginei também porque ele não tinha me acordado.

- Não, ele saiu bem cedo com o seu avô. – Vovó Elena deixou um sorriso de lado escapar, tão boba quanto eu. – Acredite ou não, eles foram caçar juntos.

- Como é que é? – Arregalei os olhos de leve quando a frase fez sentido em minha mente. Ucker e vovô Louis caçando juntos? A única coisa que eu conseguia imaginar era Ucker sendo o alvo de meu avô e de Margaret.

- Ele mesmo se ofereceu, querida. – Ela deu de ombros, enquanto eu sentia minha boca se abrir. Isso era informação demais pra minha cabeça. – E já devem estar voltando.

Assenti, ainda meio em choque, e me sentei na mesa. Vovó trouxe um bolo de chocolate e eu fiquei perdida em pensamentos comendo um pedaço maravilhoso. Comecei a pensar se a combinação vovô, armas e Ucker era uma boa ideia e se aquilo não daria merda no final.

- Com certeza eu ganhei. – Ouvi a voz do meu namorado dizer, abrindo a porta e entrando na companhia do meu avô.

- Sorte de principiante. – Sorriu o velho, encostando a madeira. Sorriu? Ele fez mesmo isso?

- Eu não sou principiante, senhor. – Ucker deu de ombros e finalmente, seus olhos encontraram os meus. – Oi amor, que bom que já acordou. Como passou a noite? – Havia um tom de brincadeira em sua voz que só eu pareci perceber.

“Com você”, pensei, “transando a noite inteira”.

- Acho que... – Soltei um pigarro. – Bem.

- Que ótimo. – Completou vovô e parou ao nosso lado. – Estou muito satisfeito em saber que minha neta está com um bom rapaz.

Ucker apoiou a mão no ombro do meu avô e eu prendi a respiração diante daquela cena.

- Peraí, será que dá pra alguém me explicar isso? – Ergui as sobrancelhas e Ucker riu. – Com certeza eu ainda estou naquela cama sonhando, certo? Vocês agora são... amigos?

- Vamos com calma, Maria. – Vovô se apressou em dizer. – Não pense que baixei a guarda da noite pro dia, apenas tive a oportunidade de conhecer Christopher melhor.

- E ele está aprovado? – Perguntei, rindo.

Vovô uniu as sobrancelhas.

- A gente conversa sobre isso no noivado. – Murmurou, antes de ir em direção a cozinha.

- O que foi que você fez? – Perguntei no primeiro segundo em que estávamos à sós.

Ucker deu de ombros e sorriu, me abraçando logo depois. Sua risada me fez entender como ele tinha conquistado vovó Elena e agora, vovô.

Não foi diferente o resto da viagem. No mesmo dia, ele estava jogando videogame com William e Ryan a tarde toda, criando uma amizade inacreditável com meus primos gêmeos. No outro dia, bem cedo, estava ensinando Jonathan a jogar futebol, fazendo a criança mais tímida da família falar e sorrir extrovertidamente. Depois, ainda empurrou Heloise num balanço e brincou de boneca com a menina, ajudou Daiane a cuidar de James e trocou até as fraldas do bebê, jogou pôquer com os homens da casa e ajudou as mulheres na cozinha. Conquistou minha família inteira, um a um e quando eu vi, todos na casa o adoravam. Era como se ele já fosse da família. Da pra imaginar como foi no último dia antes de ir embora.

- Anda, casal, o táxi tá esperando! – Gritou Henry, jogando sua mochila no porta-malas.

- Você precisa mesmo ir, tio Christopher? – Heloise fez um biquinho e Ucker se abaixou para pegá-la no colo, segurando-a com um braço só.

- Eu venho te visitar, baixinha. – Ele tocou a ponta do nariz dela. – Venho visitar todo mundo.

- E você vai me ajudar a terminar a casa da Barbie? – Pediu a moreninha. Era a cena mais meiga que eu já tinha visto.

- Claro, ela não pode morar na rua. – Respondeu, colocando Heloise no chão. Logo em seguida, ele se abaixou e ficou do tamanho de Jonathan, dando um beliscão na barriga dele, que se encurvou, rindo. – E você, campeão? Lembra dos meus conselhos?

- Nunca vou esquecer, tio Christopher. – Meu priminho sorriu e pulou sobre Ucker, dando um abraço forte nele.

Todo mundo ficou olhado admirado, desde bebê Jonathan era uma criança super travada, super tímida e só me abraçou umas duas vezes na vida.

- Aí Lisa, me deixa levar esse moleque comigo, vai! – Ucker riu enquanto se levantava com o garoto no colo. – Eu prometo que cuido dele direitinho!

- Deixa eu ir, mãe. – Pediu Jonathan.

- Nas férias você vai visitar a sua prima, mas não esqueça que amanhã já tem aula, mocinho. ‘

O menino fez um biquinho antes de descer do colo de Ucker. Abraçamos e nos despedimos de todos que ali estavam e vovó me abraçou por último, me dando um beijo e me olhando nos olhos, enquanto segurava minhas mãos.

- Toma cuidado, Dulce. Eu tive um sonho ruim com Christopher. – Me alertou, ficando séria.

Senti um tremor correr pela espinha, isso me deu um certo medo. Vovó tinha aquele faro esquisito, meio vidente. E até Ucker percebeu meu medo enquanto caminhávamos para o táxi.

- Tá tudo bem, amor? – Perguntou ele, me olhando. Minha mão estava completamente gelada na sua.

- Só um pressentimento. – Dei de ombros. – Daqui a pouco passa.

Ele assentiu e voltou a olhar pra frente. Porém, uma voz nada sutil gritava em minha mente que algo ruim ia acontecer.

Hello, babys ;)