Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Eu odiava aviões. Mas odiava mais ainda meu cunhado implicante que passou a viagem toda cantando as aeromoças que passavam, e comendo um saco de Cheetos fedido. Além de quase vomitar com aquele cheio de chulé, levei umas boas cotoveladas de Dulce, que estava brigando comigo por causa do irmão. O que eu posso fazer se sou gostoso a ponto dos “psius” de Henry atraírem os olhares para mim?

- Ai cacete, tô fazendo nada. Tô quieto aqui na minha, po/rra. – Resmunguei, passando a mão na costela. Dulce me olhou de lado, com um bico enorme.

- Vou bater nos dois. – Disse a ruiva e Henry, na poltrona ao meu lado, soltou uma risada.

- Vem, então. – Provocou ele. – Vem pra mão, maninha. Quero ver tu ter coragem.

- Henry, não me provoca. – Dul se esticou por cima de mim e deu um tapa na coxa dele, que riu mais ainda. Tadinha da minha namorada, acho que não fazia ideia da fraqueza de seus tapas.

E eu fiquei no meio daquela infantilidade, tendo que deixar meus joelhos servirem de apoio para a briga dos irmãos.

Pelo menos o resto da viagem foi agradável, apaguei completamente e não vi nada até estarmos em Los Angeles novamente. Quando chegamos no Compton, o ar já era outro. Funguei com força, aspirando o ar poluído e pesado daquele bairro, percebendo o tamanho da saudade que senti.

- Você gosta dessa sujeira, né? – Dulce franziu o nariz e eu sabia que ela não era grande fã do sul de Los Angeles, totalmente oposta a mim.

- Eu sou dessa sujeira. – Abri os braços, caminhando na rua vazia. – Nasci aqui, cresci aqui, me criei nessas ruas... Eu sou do Compton, eu sou da rua, gatinha.

Ela revirou os olhos, enquanto Henry vinha bufando atrás.

- Esse moleque fumou que erva? – Zombou, olhando pra irmã.

Gargalhei e fui cumprimentando quase todo mundo na rua. Alguns pareciam realmente felizes em me ver, e nem todos eram dos Hunters.

- Olha só quem é o popular por aqui... – Comentou Henry, zombeteiro. Ele abriu o portão de sua casa e passou na frente, entrando com as malas. – Mãe! MÃE! Seu grande amor chegou, vem me recepcionar!

Henry abriu a porta enquanto eu ajudava Dulce com as malas. Sua sala estava vazia, mas assim que entramos, Dona Blanca apareceu na porta da cozinha com um sorriso imenso. Ela estava diferente. Eu que não convivia com ela tinha percebido a diferença em seu rosto, estava menos abatido e havia um brilho diferente em seu olhar.

Ela abraçou os dois filhos com força e abraçou até a mim, enquanto os irmãos trocavam olhares desconfiados.

- Venham aqui, há alguém esperando vocês... – Murmurou a mesma, puxando-nos pelos pulsos. Larguei a mochila num canto da sala e segui a mãe de Dulce, porém, uma figura alta entrou em nosso campo de visão, impedindo a passagem.

- Pai? – Perguntei engasgado ao reconhecê-lo. – Pai, o que você...?

- Oi, filho. – Ele assentiu de leve. – Blanca, você não acha melhor conversar com eles antes?

- O que tá acontecendo aqui, mãe? – Henry perguntou.

- O que esse homem tá fazendo na nossa casa? – Foi a vez de Dul perguntar.

- Blanca, vocês não estão pensando direito. – Murmurou ele, levando a mão até o rosto.

- Vocês quem? – Insistiu minha namorada.

- Mas que po/rra, será que da pra alguém dizer o que está acontecendo aqui? – Bati com as palmas nas coxas e rosnei.

- Você criou um monstro, Victor. – Uma voz grave e masculina surgiu da cozinha. Um homem alto e moreno, com traços fortes e cansados apareceu. Todo mundo gelou, paralisou, prendeu a respiração e eu fiquei sem entender absolutamente nada. Quem era aquele cara? Por que ele fez todo mundo ficar daquela forma?

- Pai? – Sussurrou Henry, tão baixo que só eu pareci ter escutado. – Pai?

Mas que po/rra. Pai? PAI? Que loucura era essa, mano? O pai deles estava morto, a sete palmos do chão. Aquele homem a minha frente, extremamente parecido com Henry não podia ser o pai de Dulce.

- Papai? – Ela disse com a voz embargada, suas lágrimas já jorravam dos olhos arregalados.

- Oi, filhos. – Seu sorriso foi totalmente paternal, calmo, amoroso. Como se fosse um pai voltando de um dia de trabalho. Não como um pai que estava morto há mais de uma década, mas como um pai normal.

Esse cara devia ter terra nos ouvidos, porque pra mim, ele tinha vindo debaixo da terra. Mas ao que parece, nesse lugar até os mortos ressuscitam. 

Oiiiin, chicas *-*

Obrigada pela paciência, agradeço muito por tudo... No próximo eu respondo, beijos ;)