Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Joguei o celular com força em cima da mesa assim que entrei em casa. Que merda, cara! Como uma pessoa tão perfeita como Dul tinha um pai tão desgraçado? Caraca, foi coisa assim, de bater o olho e não gostar dele. Meu santo simplesmente não bateu com o dele e eu não costumava me enganar em relação a isso. Eu tinha um faro pra esse tipo de gente, sabia quem não prestava de cara.

- Oi, coisa gostosa. Quanto tempo. – Uma voz melosa e provocante disse bem atrás de mim, escorregando as mãos nas minhas costas.

Meu faro apitou. Virei de frente, dando de cara com uma loira alta e gata, que sorriu pra mim, pulando no meu colo. Eita, mano, essas minas com essas manias de se jogar em cima de mim, isso ainda vai dar merda.

- Que saudades do meu preto. – Ela desceu do meu colo e me encarou.

- Viviane. – Sussurrei, sorrindo amarelo.

- Pra você é Vivi. – Respondeu, piscando o olho. – A garota do ménage.

- Tá fazendo o que aqui? – Perguntei, vendo-a enrolar uma mecha grossa de cabelo nos dedos.

- Vim dormir com a Babi. Festinha do pijama. – Ela sorriu e escorregou o dedo pelo meu peito. – Foi numa dessas que você comeu nós duas ao mesmo tempo, lembra?

Hoje esse tipo de mina não me desperta mais desejo e sim ânsia.

- Sua prima me contou que agora você é algemado numa garota daqui de Compton.

- Não sou algemado, sou apaixonado. – Rebati, firme e ela suspirou.

- Sabia que isso é um grande desperdício? – Viviane sorriu maldosamente. – Não faz ideias de quantas vezes eu poderia te dar ainda. – Ela novamente tocou meu peito, porém dessa vez, tirei sua mão dali.

- Viviane, eu não tô interessado. – Desviei o olhar e passei ao seu lado, em direção a escada. Mas antes mesmo de chegar até lá, Bárbara apareceu repentinamente no meu caminho, com um sorriso imenso.

- Priminho, quanto tempo. Como foi de viagem?

Mais uma pra me agarrar e me abraçar com força. Respirei fundo, apertando os olhos. Paciência, mano.

- Foi de boa. E você, ficou tudo na ordem por aqui? – Perguntei. Ela assentiu com a cabeça.

Dei um beijo em sua testa e subi a escada, ouvindo as risadas delas. Olhei pra trás por curiosidade e só aí me liguei que as duas estavam vestidas com moletons meus. Bárbara com um preto e Viviane com um cinza. E pior, além disso, elas só vestiam meias e short calcinhas.

Revirei os olhos e bufei, indo para meu quarto, mas assim que entrei, vi que a situação só ia piorar. Minha cama tava uma zona, a TV ligada, um balde de pipoca na cama, barras de chocolates e saias pelo chão. As duas tinham bagunçado tudo.

- Bárbara! – Gritei.

Elas não demoraram dez segundos.

- Que po/rra é essa aqui, cara? – Bufei.

- Esqueci de dizer. – Foi Vivi que respondeu. – A festa é no seu quarto.

Senti suas mãos apertarem meu ombro, como se começassem uma massagem de relaxamento. Mas o efeito foi contrário e me deixou prestes a uma crise de nervos. Onde eu tinha guardado minha arma mesmo?

- Saiam as duas daqui. – Murmurei entredentes.

- Mas, Uckerzinho... – Minha prima tentou.

- Não tem essa de Uckerzinho não, mer/da! – Rebati, alterando o tom de voz. – SAIAM! AGORA!

- Não tem necessidade dessa grosseria toda, garoto. – Resmungou a vadia loira.

- Meu quarto não é rio pra ficar cheio de pi/ranha, po/rra! Saiam daqui!

As duas arfaram juntas em sons de surpresa, enquanto eu começava a jogar tudo no chão, deixando minha cama só com um lençól.

- Vá se fu/der, Uckermannn! – Viviane gritou antes de bater a porta com força.

Me joguei na cama, sentindo os olhos queimarem de raiva. Mano, quê que tava acontecendo comigo?

Não fiquei nem cinco minutos na cama. Procurei minha arma na gaveta e pulei a janela do quarto. O vento gelado me abraçou enquanto eu caminhava pela calçada escura e suja. Traguei com força um cigarro, vendo a fumaça se dissipar no céu e continuei caminhando até não estar mais nas minhas ruas. Eu não era um covarde como Fernando. Eu não era mesmo. Eu ia provar isso. Ia lutar, enfrentar minhas batalhas, não importa o que isso me custasse. Se era pra morrer, que fosse lutando. Que o meu sangue fosse derramado, mas que ele também fosse honrado.

- Chegou a hora da sua morte, Ucker. – Sussurrei pra mim mesmo, jogando o cigarro no chão e destravando a arma.