Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Annie narrando. 

Minhas costas foram pressionadas contra a parede, enquanto Oliver me dava um último beijo de tirar o fôlego. Esse cara ia acabar comigo! Seus olhos azuis percorreram todo o meu corpo e pareciam arder em chamas, ele mordeu o lábio inferior vermelho do meu batom e me olhou maliciosamente.

- Dorme aqui, Annie. – Pediu, com sua voz mais sedutora. Neguei com a cabeça, passando os dedos por seu cabelo escuro.

- Já disse, minha prima chega de viagem hoje, eu tô morrendo de saudades dela, Oliver. – Neguei pela décima vez naquela noite e ele fez o mesmo biquinho das outras vezes.

Foi uma guerra pra convecê-lo de que poderia chegar em casa com minhas próprias pernas. Não seria nada bom que os Hunters o vissem.

Oliver me levou até a porta, me dando um longo beijo enquanto me prendia pela cintura. Foi difícil querer me soltar de seu abraço, mais ainda fazê-lo me soltar.

- Eu te ligo. – Murmurei, acenando enquanto já me afastava.

- Vou estar esperando. – Disse Oliver, parecendo esperançoso, antes de encostar a porta. Puxei a toca preta com força, quase cobrindo meus olhos e cruzei os braços, avaliando a rua vazia.

Naquele momento de frio, senti saudades de Alfonso. Fechei os olhos e me lembrei de como ele beijou cada parte do meu corpo naquela noite, e por mais bêbado que nós estivéssemos, eu sabia o quanto foi verdadeiro. Aquela noite foi a mais real da minha vida. Nenhuma noite, ao lado de nenhum homem se comparou aos braços daquele cara. Era como ter um pedaço do céu na terra.

Assim que abri os olhos, vi do outro lado da rua uma sombra, seguida de passos. Naquela rua deserta onde eu pensei estar só, havia um homem. Ele olhava pra frente cegamente e... Merda! O cara tava armado. Fiz o máximo para que meu tênis não fizesse barulho contra o chão, torcendo pra passar despercebida ali. Porém, o rosto do homem virou-se pra mim e na luz fraca do poste, aqueles olhos se iluminaram.

- Ucker? – Arfei, colocando a mão contra o peito.

- O que você tá fazendo aqui, Annie? – Ucker sussurrou, se aproximando de mim.

- Merda, você não pode estar aqui, esse lugar não é mais domínio dos Hunters, você corre perigo, Ucker! – Ignorei sua pergunta, entrando em pânico. Olhei para os lados, torcendo para que ninguém além de mim o visse.

- Annie, eu vim aqui acabar com isso de uma vez.

- Você veio aqui acabar com a sua vida, só se for. – Rebati, puxando minha toca da cabeça.

- Dá no mesmo. ­– Ucker deu de ombros.

- Para de falar merda, garoto! – Como uma mãe protegendo o filho do frio, coloquei a toca na cabeça de Ucker e puxei até cobrir suas orelhas, querendo escondê-lo. Depois, segurei em sua mão e comecei a puxá-lo na direção de casa.

- Annie, não. – Ucker puxou o pulso, então parei para lhe encarar.

- Você vai comigo. Anda, guarda essa arma e vamos pro Compton! – Cruzei os braços e praticamente ordenei, depois saí andando. Ele bufou e revirou os olhos, me seguindo.

- O que você tá fazendo aqui pra esses lados? – Perguntou ele, depois de uns dois minutos de silêncio.

- Tava na casa de um cara aí. – Dei de ombros.

- E o Poncho? – Ucker perguntou de imediato e eu olhei por cima do ombro.

- Quê que tem ele?

- Nada, mas eu pensei... Pensei que gostasse dele.

- Seu amigo não me da moral. – Respondi, voltando a olhar pra frente. – Ele caga e anda pra mim. Fui só mais uma entre dúzias que ele comeu.

- Aí você fica com um Blue como vingança? – Ucker estalou a boca em modo de reprovação.

- Ele não é um Blue. Ele não tem nada a ver com gangues. – Encarei pelo canto do olho sua expressão. – Oliver estuda medicina, ele quer sair disso aqui. Com sorte, ele me leva junto.

Ucker então passou o braço em meu ombro, me abraçando de lado.

- Tu tem todo um futuro pela frente, loirinha. – Sussurrou, olhando pro céu. – Não precisa de homem nenhum pra isso.

- Por que disse isso como se aqui só eu tivesse um futuro? – Uni as sobrancelhas. – Você também tem.

Ele riu, sem humor. Como se eu tivesse dito algo absurdo.

- Meu futuro tá traçado, Annie. – Ele deu de ombros. – Quer dizer, o que esperar sendo filho do líder de uma gangue? Ser filho do cara que todo mundo quer matar?

- Você não pode receber esse castigo por causa do seu pai. Esse tipo de coisa não é hereditário, você escolhe seu futuro.

- Quem me dera, Annie. – Ucker suspirou. – Eu tô morrendo de medo, tô com muito cagaço de levar o pato por causa das merdas dele. Todo mundo quer colocar a mão em mim, porque são uns covardes que não conseguem colocar a mão nele.

Ele soltou um longo suspiro de lamentação antes de continuar:

- Tô com medo pela Dul. De alguém encostar nela, de perdê-la... – Vi o temor em seus olhos. – Mano, eu tô com muito medo mesmo. Medo de não estar aqui para derrubar cada filho da pu/ta que tente se aproximar da minha menina.

- Você vai estar aqui.

- Você é vidente, por acaso? – Ele riu pelo nariz.

- Não. – Neguei com a abeça. – Mas minha avó era e ela me ensinou a ler as cartas com o futuro da pessoa. Eu já li a sua, Ucker.

- Qual a cor do meu caixão?

- Cala essa boca por um instante e me escuta. – Annie me olhou seriamente. – Não importa se teu mundo tá caindo aos pedaços. Quando você começa a ter mais fé, de alguma maneira linda, a vida dá um jeito de ficar melhor.

- Tô muito sentimental ultimamente, tenho que parar com essa via/dagem. – Ele riu suavemente e depois olhou pro céu.

- Peça ajuda, Ucker. – Sussurrei cautelosamente. – Diga o que está acontecendo. Eu estou aqui, todos estamos aqui. Eu posso ajudar, mas não posso adivinhar.

- Não quero ajuda de ninguém, sou um filho da pu/ta orgulhoso que não sabe pedir colo, quero que adivinhem.

Depois disso, ele apressou o passo e me deixou pra trás, seguindo com as mãos nos bolsos. Eu sabia que havia algo. Algo que soava como uma despedida.

Gente, tá quase impossível essa minha vida, mas eu tô determinada a não abandonar a fic, e sei que vocês também não... Adianto que nós próximos tem hot *-*

OBRIGADA POR CONTINUAREM AQUI ;)