Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

Minha cabeça tava uma confusão que só, uma completa desordem e gritaria que não me deixava dormir. Só Deus sabe quantas vezes girei na cama, tirando o edredom quando sentia calor para me cobrir minutos depois morrendo de frio.

Eu sabia do que precisava para me sentir bem. Eu precisava de Ucker.

Só ele me ajudaria a por as ideias no lugar, a me manter calma num momento tão confuso. Eu ainda não tinha tido a oportunidade de falar com ele desde os eventos acontecidos, estava tão chocada e cega com a figura tangível de meu pai a minha frente que sequer vir Ucker ir embora. Apenas soube pelo meu pai, que disse que ele tinha deixado um "tchau". Tchau? Só isso?

Até tentei ligar, mas caía direto na caixa postal, o que era um péssimo, péssimo sinal. Ou ele estava me evitando, ou tinha sido sequestrado por um gangue inimiga. E a essa hora, deveria estar... Oh, céus!

Tirei o cobertor as pressas, calçando o chinelo perto da cama. Puxei um moletom de Ucker que estava no meio de minhas coisas, sentindo o cheiro gostoso e natural dele. Abri a janela, sem talento nenhum pra esse tipo de coisa, mas consegui pular e pisar com segurança no jardim do lado de fora.

Fechei a janela novamente, saindo de fininho pela rua completamente deserta e escura. Não havia sequer uma viva alma nas calçadas e isso me encheu de medo por um segundo. Porém, no outro, tive certeza que se desse uma de covarde e voltasse correndo pra cama, não ia pregar o olho até o sol raiar, morrendo de preocupação com meu amor.

Caminhei apressadamente, quase correndo, torcendo para que ninguém me visse. Por muita sorte, naquela noite Compton estava entregue as baratas.

Só no momento em que parei na frente da casa de Ucker, me dei conta de que o quarto dele ficava no segundo andar. Como eu ia subir aquilo? Até parece que na casa de um líder de uma gangue havia uma chave extra embaixo do jarro de flores. E pior que tinha! Talvez por ser tão óbvio ninguém desconfiava.

Olhei para os lados enquanto abria a porta e dei de cara com a sala completamente escura. Não quis acender a luz, então fui tateando pelo escuro, até tropeçar num pedaço de pano.

Porém, não era qualquer pano. Quando peguei nas mãos, levantando para enxergar na claridade que entrava da rua, arregalei a boca e os olhos ao perceber que se tratava de um sutiã de renda vermelho. Tipo, daqueles bem provocantes, sabe. E pode ter certeza, não era meu.

Olhei para o chão encontrando mais algumas peças íntimas, junto com uma camisola rosa e uma camiseta feminina. Bárbara era tão preguiçosa e bagunceira assim? Ou...?

Engoli em seco ao ouvir passos. Por favor, que não seja Victor. Por favor, que não seja uma mulher de calcinha e sutiã. Por favor, que seja Ucker. E era.

- Dul? – Ele cerrou os olhos no escuro, ainda no meio da escada. – Amor, o que você tá fazendo aqui? Acende essa luz.

Assim que estiquei o braço, apertando o interruptor, vi Ucker parado na escada só com uma cueca boxer preta e sua arma em uma das mãos, abaixando a mesma.

- Pensei que fosse alguém querendo me ma... – Ucker correu os olhos pelo lugar, unindo as sobrancelhas. – Que po/rra é essa, mano?

- Seria ótimo ouvir de você. – Respondi, seca.

- Ah, não. – Ele riu nervoso. – Não, não, não, não, não. Não faz isso comigo, Dul. Isso não tá acontecendo. Eu provavelmente estou sonhando.

- Então volta pra sua cama que eu volto pra minha casa. – Rebati, jogando o sutiã que estava em minhas mãos no chão.

- Que barulho é esse, Ucker? – Disse uma voz arrastada e sonolenta. Bárbara apareceu atrás dele, no topo da escada, com um moletom preto que eu tinha certeza ser dele e de calcinha.

Mas tudo desmoronou quando ao lado dela, uma garota loira e alta surgiu, coçando os olhos e bocejando. Ela estava com outro moletom dele e de meias, com uma calcinha de renda.

- Essa que é a Dulce? – Apontou a loira magra. – Nossa, ela é gata, podemos chamá-la pra nossa brincadeira, Ucker? Por favor? – A garota ainda fez uma voz melosa e uniu as mãos, como se implorasse.

- Pu/ta que pa/riu. – Ucker rosnou entredentes, fechando os olhos e balançando a cabeça. – Eu sabia que isso ia dar merda. Essa po/rra parece novela das nove, mano.

Ele desceu a escada na minha direção, porém dei dois passos pra trás.

- Amor, eu juro pra você que...

- Não é nada disso que eu estou pensando? – Uni as sobrancelhas. – Me poupe, Ucker.

- RETIRA AGORA ESSA MENTIRA QUE VOCÊ DISSE, VIVIANE! – Ele apontou a arma pra ela, que negou com a cabeça e se escondeu atrás de Bárbara.

- Eu só disse a verdade, benzinho.

Acho que vou vomitar.

- Ela só disse a verdade. – Acrescentou a prima dele.

Já chega. Abri a porta atrás de mim e saí, ouvindo os passos de Ucker me seguindo. Não conseguia acreditar em como tudo dava errado no meu namoro, como o universo conspirava a nosso desfavor. É carma, isso? Porque se é, já deu mano. Já aprendi. Agora tô cansada. Me da um descanso, universo. Me da uma paz aí.

Hello gatcheeenhas, eu sei que não é muito, mas tô em semana de provas, então, já viram né...

Beijo, beijo ;)