Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Jennifer narrando.

Os lábios de Ucker estavam nos meus, enquanto eu sentia suas mãos apertarem minha cintura com desejo. Era exatamente como nos velhos tempos.

Eu lembrava com clareza o gosto que seus beijos tinham, mas não se comparava a sentir ali, de verdade.

- Eu amo você, Jay. – Sussurrou sua voz, super sexy e Ucker desceu sua boca até beijar meu peito, no ponto onde provavelmente meu coração batia acelerado por sua causa. – Sempre amei, sempre vou amar.

- Também amo você. – Arfei, sentindo seus dedos ágeis puxarem o elástico de minha calcinha.

- Você precisa me salvar, Jenny. – De repente, sua voz ficou séria. Ele me olhou com seus olhos de chocolate derretido e me pediu mais uma vez. – Me salve, Jay. Eu não quero morrer. Você precisa falar a verdade.

Apertei os olhos com força e quando os abri, Ucker não estava mais lá. Olhei o quarto vazio com a respiração acelerada e joguei o corpo de volta na cama, bufando alto. Estava sonhando. Sonhando com Ucker na minha cama, me beijando.

Como nos velhos tempos...

- Ele é da Dulce agora, Jennifer. – Sussurrei pra mim mesma, levantando da cama. – Aceite isso.

Engoli as lágrimas e senti o bolo se formando na garganta.

Coloquei um roupão branco e escovei os dentes, depois saí do quarto me espreguiçando. Foi quando ouvi vozes altas vindo da sala. Me encostei na parede e espiei escondida o cômodo, que estava cheio de homens. Adam estava no sofá, de frente pra mim e por Deus, não me viu.

- Três dias. – Ele sorriu maldosamente. – E a cabeça de Ucker estará em nossas mãos.

Senti uma pontada no peito. Oh, mer/da.

Apurei meus ouvidos para buscar o máximo de informações.

- Já está tudo arquitetado. – A expressão de meu irmão mais velho era de arrepiar. – Eu fico com o posto do pai dele, com a mulher dele e sou o novo Ucker, pessoal. Os Hunters não são nada sem ele. Primeiro dominamos Compton, depois o Sul da cidade, ou até mesmo Los Angeles. Depois disso, dominar o país será um de nossos menores problemas.

Um calafrio percorreu toda a minha espinha. Dei dois passos pra trás, em completo choque, piscando os olhos seguidas vezes.

Fui em completo silêncio, sorrateiramente até meu quarto. Tranquei a porta atrás de mim e soltei o ar preso nos pulmões. Lágrimas caíram e um soluço irrompeu minha garganta, então vi minhas mãos tremerem. Chega disso.

Eu não ia deixar Ucker morrer. Não ia.

Levantei determinada, pegando o celular embaixo do travesseiro. Disquei seu número e fechei os olhos ao ouvir chamar.

- Hey, se não é a Jay-Jay! – Todo o meu coração se esquentou ao ouví-lo falar um de meus apelidos com tanto carinho. – Pensei que tinha se esquecido de mim.

Que humor maravilhoso. Com certeza Dulce estava com ele.

- Ucker, eu... Ucker... – Gaguejei, com a voz embargada.

- O que houve? – O tom de preocupação lhe atingiu. – Jennifer, cê tá bem?

- Não. Eu preciso que confie em mim. 

- Confio de olhos fechados. – Respondeu ele, de imediato.

- Docinho, você vai morrer.

Ucker então soltou um risinho e um suspiro alto de alívio.

- Eu sei disso. 

- Não, você não entendeu. – Rebati de imediato. – Três dias, Ucker. Você só tem três dias. Eles vão matar você.

- Jenny, por favor. Eu não tô com medo disso. – Sua voz estava serena. – Tá tudo bem, Jay. É sério.

- Como assim? – Aumentei o tom ao telefone.

- Esse é o meu destino.

- NÃO! – Protestei em alto e bom som. – Eu não vou deixar.

- Jennifer, me escuta.

- Não quero escutar você. Foge, Ucker. Se esconde. Dá um jeito até as coisas ficarem calmas.

- Não sou covarde, Jay, você me conhece.

Eu engoli em seco. Tinha que contar a verdadeira verdade. "Ucker, eu sou irmã caçula de Adam Brooke. Eu só me aproximei de você como plano de vingança porque seu pai matou meus pais. Mas eu me apaixonei. Eu sinto muito. Adam está liderando isso tudo. Ele quer tudo o que é seu. Mate o que restou da minha família e acabe com isso."

Eu não podia contar a verdade.

- Por favor, Ucker. Um mês. Apenas, um mês. – Pedi, deixando as lágrimas caírem. – É o suficiente.

- Não, não é o suficiente. Isso vai continuar. Pro resto da minha vida, por mais que eu fuja. – Ele suspirou. – Eu não quero fugir pra sempre, Jay.

- Contou pra ela? Contou o que vai acontecer? – Perguntei.

Foi quando ouvi uma voz melosa e sonolenta do outro lado da linha, ao fundo.

- Bom dia, meu amor.

Dulce estava lá. E ele murmurou um "tchau" abafado antes de me deixar sozinha com o celular mudo na mão.