Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

Doeu. Doeu e muito. Na verdade, foi uma dor sufocante e eu fiquei nela por horas. Pra ser mais exata, dois dias. Dois longos e dolorosos dias. John Green já tinha me ensinado com "Uma Aflição Imperial" que a dor precisa ser sentida. E eu estava seguindo o conselho de um de meus autores preferidos, pra ver se tinha algum estágio de melhora.

Minha aparência no espelho dizia o contrário.

- Dul! – Gritou Henry, entrando no quarto com o telefone na mão. – É seu amigo da faculdade, Luca.

- Valeu, Henry.

Ele sorriu com compaixão e me entregou o celular.

- De nada, anãzinha de jardim. – Implicou, saindo do quarto.

Perdi as contas de quantas vezes vi aquele tipo de sorriso no rosto das pessoas. Nesse últimos dias, acho que foi o que mais vi. Era extremamente difícil ser abandonada.

- Oi. – Sussurrei, então veio aquela enxurrada de perguntas e frases emboladas.

- Dulce Maria, o que você pensa que está fazendo com a sua vida? Todo esse tempo sem sequer colocar os pés na faculdade, sem me preocurar, sem uma ligação! Eu pensei que estivesse morrido ou algo assim! E pensei que fosse seu melhor amigo. Mas parece que você não se importa tanto assim. Maite me contou que ela foi passear no shopping e você não estava na loja! Você saiu do trabalho, Dulce! E por quê? Pelo quê? Por quem? Quer me dizer o que diabos aconteceu com você? O que deu na sua cabeça? Por que está jogando tudo pro alto? Eu exigo uma explicação! Onde está a minha morango?

Dei um suspiro alto.

- Calma Luca, respira.

- Respirar? RESPIRAR? – Ele aumentou o tom da voz a ponto de estar gritando. – Você vai reprovar em Virologia, em Biologia...

- Eu sei, se acalma. – Interrompi seus pensamentos altos, falando bem baixinho. – Eu só não tô com cabeça pra nada, Luquinha.

- Foi ele, não foi? – Acusou sua voz amargurada. – Foi o bad boy, eu tenho certeza.

Reprimi o choro repentino. Quis gritar e socar alguma coisa de raiva e ao mesmo tempo quis abraçar os joelhos e chorar como uma criancinha.

- O que ele te fez, morango? – Perguntou com calma. Lá estava meu Luca novamente. – Conta pra mim.

- Não quero. – Solucei alto e senti as lágrimas caírem pelas bochechas.

- Morango, meu amor...

- Não Luca, agora eu não posso. Eu tenho que... tenho que ajudar minha mãe. – Menti e sei que ele percebeu. – Eu te ligo, mais tarde.

- E vai me contar o que aconteceu também?

- Sim. – Suspirei, depois de alguns segundos em silêncio. – Eu conto, sim.

- Tudo bem, eu não quero pressionar você. – Ele pareceu compreensivo. – Vou estar esperando sua ligação.

- Ok. Beijos, Luca.

- Beijos, morango. – Pude ouvir o sorriso em sua voz. – Você sabe o quanto eu te amo e o quanto eu quero o seu melhor, né? Conte comigo pro que precisar.

- Obrigada por isso. – Sussurrei. – Amo você também. Tchau.

Ele deu uma risadinha antes de encerrar a chamada. Fique um tempo com o telefone no ouvido, ouvindo a linha muda e olhando pro nada. Saí do quarto em passos lentos e arrastados e coloquei o telefone em seu lugar, antes de me jogar ao lado de Henry no sofá.

- E aí, como está hoje? – Perguntou, me aconchegando em seus braços.

- Bem. – Olhei de lado pra ele, dando um sorriso fraco e não muito convincente. – Não tinha que estar na escola hoje?

- É sábado, Dul. Não dou aulas aos sábados.

- Ah. – Tinha me esquecido completamente disso. – Perdi um pouco a noção dos dias. 

- Já tá na hora dessa fossa acabar, né?

- Você não costuma sair aos sábados, ou ir pra Long Beach e se enfiar na casa da Gabriele?

Ele fez uma expressão estranha e abaixou o olhar.

- Eu e Gabriele terminamos, Dul. Ontem. – Suspirou. – Ela acha que sou infantil demais.

- Oh. – Pûs a mão sobre a boca. – Sinto muito, Henry. Sinto muito mesmo, maninho. Como você está?

- Estou legal. – Ele deu de ombros. – Vou superar, nós vamos não é?

Assenti com a cabeça e ele beijou minha testa com carinho. Foi quando a campainha tocou e nós dois olhamos para a porta.

- Eu atendo. – Henry levantou-se, correndo até a porta fechada.

Peguei o controle, aumentando um pouco o som da TV. Era algum filme do Jason Statham que eu não sabia o nome, mas fingi prestar atenção na luta.

- Dul, é pra você! – Meu irmão gritou da porta. – É um tal de Adam!

Adam? Adam? Quanto tempo que não o vejo. Adam! Senti falta de sua companhia, de sua amizade. Tenho que confessar que senti falta de Adam Brooke.

Levantei do sofá e corri, passando ao lado de meu irmão como um jato. Vi aquela figura alta e sorridente ao me ver e não pensei duas vezes antes de pular em seu colo, envolvendo as duas pernas em sua cintura e os braços firmes em sua nuca. Ele rodou comigo no colo e me apertou contra seu peito. 

- Que saudade. – Suspirou Adam.

Me afastei para olhar nos olhos azuis dele e inexplicavelmente, me senti melhor.

Iiiiih, Adam Canalha Brooke está na área :/

Comentem, mis amores <3

FELIZ DIA MUNDIAL RBD, PARABÉNS PRA GENTE POR ESSA DÉCADA <3<3<3