Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dois meses depois...

- Feliz aniversário, docinho! – Ouvi uma voz melosa gritar bem próximo a mim, me fazendo despertar. Cocei os olhos e os abri com cuidado devido a claridade, olhando a minha volta.

Jennifer estava a minha frente, de camiseta branca e calcinha, seu cabelo loiro todo bagunçado enquanto ela segurava uma bandeja de café da manhã lotada de coisas.

- Jay...

- Eu sei, você é um porre e não gosta dessas gracinhas, mas eu não posso deixar passar em branco. – Jenny sentou-se ao meu lado na cama e me ofereceu um misto quente.

Suspirei alto e aceitei.

- Ok. – Mordi o pão. – Obrigada... por isso.

- É sempre um prazer.

Jennifer sorriu, genuinamente alegre. Envolvi um braço em volta de seu ombro e beijei sua testa. Só tínhamos um ao outro agora e passávamos o tempo todo juntos. E você sabe como é, eu sou homem e minha ex tava andando de calcinha no mesmo quarto que eu... É, a gente tava transando também, mas isso não mudava o fato de Jay ser minha melhor e única amiga.

- Como é ter 20 anos?

- Me diz você. – Respondi com a boca cheia.

- Eu já tenho há alguns meses, então já esqueci qual a sensação. – Jay tomou um gole de suco. – Quero saber de você, Ucker. Ah, qual é, são duas décadas, deve ter algo de especial.

- É só um número. – Dei de ombros. – Não muda nada, me sinto igual.

- Eu imaginei que você diria isso, seu porre.

Nós dois rimos juntos e continuamos a comer tudo o que estava na bandeja. Assim que acabamos, Jenny levantou e levou os farelos na bandeja suja até um minúsculo espaço do quarto que parecia uma cozinha. Deitei novamente na cama, caçando minha bermuda entre os lençóis.

- Viu meu celular, Jay? – Gritei mais alto e ela respondeu negativamente. Tateei pela cama até encontrar o aparelho e quando o acendi, vi a mensagem na tela. Duas chamadas perdidas. – Meu pai me ligou. E o Chris também...

- Liga de volta, mané. – Jennifer entrou penteando os cabelos e sorriu para mim, antes de se trancar no banheiro.

Esperei chamar três vezes e quando ia desistir, Christian atendeu o telefone na maior animação.

- E aí, filho da pu/ta, via/dinho arrombado que abandona os amigos?

- Bom dia pra você também, cara. – Soltei uma risada.

- Tá ficando velho hoje, né? Meus parabéns, mano! Sabe que tu é irmãozão pra mim, né? – Sua voz era de completa animação e eu só entendi quando ouvi uma risadinha feminina ao fundo.

- Valeu, cara, também te considero sangue do meu sangue já. – Levantei da cama, correndo os olhos pelo quarto procurando meu short. – Como vão as coisas por aí? Cadê o Poncho, a Babi... meu pai?

- Tá geral bem. O Poncho tá de rolo com uma mina aí há umas duas semanas e adivinha quem desenrolou? A Annie. – Chris soltou uma risada.

- Mentira.

- Sério, pô. A loira tá namorando um universitário aí. – Lembrei do cara daquela noite, na área dos Blues. – A Babi tu nem acredita. Vai arrumar um emprego e parar de ser vaga/bunda!

Nós dois rimos em sincronia.

- O tal Fernando assumiu as coisas dos Hunters com o teu pai, eles são tipo colados, esse lance de melhores amigos... E eu, mesmo que você não tenha perguntado, desgraçado, tô sentindo tua falta pra cara/lho e tô tendo que comer umas minas por aí pra esquecer...

Ouvi um protesto feminino e um som de tapa, então Chris sussurrou:

- Brincadeira, gata.

- Eu também tô sentindo falta daí, de vocês... Da minha terrinha. Isso soou meio gay, mas tá.

- Então volta logo, merda.

- Meu pai disse pra eu esperar mais um pouco. Ele vai me avisar quando eu puder voltar, mas se enrolar muito, volto por conta própria. – Suspirei, disso eu estava decidido. – Mas me fala, quem é a novinha da vez aí?

- Maite gostosa Perroni. – Chris sussurrou como se fosse um segredo e houveram mais risadinhas. – Colega de faculdade da...

Então, Chris se calou. Era como se fosse proibido falar o nome dela. E na verdade, eu preferia assim. Não ouvir era como nunca ter conhecido. E nunca ter conhecido era como nunca ter sofrido por ela.

- Beleza, eu vou desligar. – Mudei o tom de voz na hora.

- Não quer saber como ela tá?

- Não. – Rebati sem pensar duas vezes, cerrando o maxilar.

- Qual é, cara.

- Eu não quero saber, Chris. – Murmurei palavra por palavra. – Não me interessa.

- Ela e Annie pararam de se falar. Quer dizer, não totalmente, mas se afastaram. Annie reprova o que ela anda fazendo. – Ele falou mesmo assim, então fechei os olhos. – Ela trancou a faculdade, arrumou um emprego maneiro e o babacão do Brooke leva e busca ela todos os dias. Eu acho que eles estão juntos, mas a Mai disse que ela fala que eles são só amigos.

- Eu disse que não queria saber.

- Você não queria. – Chris suspirou. – Mas precisava.

- A Dul morreu pra mim, mano. – Sentei na cama. – Acredite ou não, acabou de vez. Se eu chegar perto dela, acredita em mim, eu vou fazer uma merda das grandes.

Então, um silêncio estranho permaneceu entre nós. O tom da conversa já era outro.

- Você tá feliz assim?

- Não. – Confessei.

- Já tentou correr atrás da tua felicidade?

- Sim, mas desisti quando vi ela beijando outro.

Mais algumas palavras e nos despedimos. Não havia mais o que dizer. Era melhor assim.