Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

O sábado amanheceu nublado e frio. Diferente do que eu queria. Isso estragou meus planos de ir a praia com Henry e ele não saíria de casa de qualquer jeito, estava ardendo em febre.

- Pegou chuva? – Perguntei, sentindo sua alta temperatura na palma de minha mão.

- Sim. – Meu irmão fungou o nariz.

- E por que fez isso?

- Porque eu quis ser romântico e me declarei na chuva pra Gabriele. – Ele suspirou. – Achei que ia dar certo. Nos filmes sempre funciona. E o que aconteceu? Ela me chutou.

Não tive como conter a risada.

- Já tá na hora de seguir em frente, Henry.

- Não se segue em frente quando se trata do amor da sua vida.

- Já se passaram dois meses, maninho. – Ajeitei o cobertor em volta de seu pescoço. – Ela não quer mais, aceite isso.

- Não vou desistir como você desistiu, não vou seguir em frente com toda essa facilidade.

Engoli em seco e senti os olhos arderem. Todos os dias eu tinha vontade de chorar.

- Eu não desisti. – Funguei o nariz mais alto que ele e peguei minha chave em cima da mesa.

- Dul, eu não quis dizer...

- Está tudo bem. – Interrompi, já caminhando até a porta da sala. – Vou na farmácia comprar uns remédios pra você, não demoro.

Não esperei para ouvir sua resposta e saí porta a fora. Puxei o zíper do casaco grosso até que ele tocasse meu pescoço e abri o portão do jardim de casa. Porém, por um acaso do destino, do outro lado da rua, Annie também saía de sua casa. Ela estava de mãos dadas com um garoto e sorria animadamente, com uma touca de lã na cabeça e os cabelos loiros um pouco mais curtos. Seu jeans ainda era o surrado e justo que lhe dei de aniversário e que ela adorava mais do que qualquer roupa. Quando seus olhos se grudaram nos meus, seu sorriso sumiu.

Foi aquela situação estranha de não saber se cumprimenta ou não uma pessoa, aí vocês se olham e não sabem como agir. Não sei ao certo quando eu e Annie nos afastamos, mas foi logo depois de Ucker ir embora. Ela disse o quanto odiava Adam e eu disse que o apoio que ele estava me dando era maior que o dela. Isso fez Annie bater a porta de casa quando saiu e desde então, nunca mais voltou.

- Ei amor, pode indo na frente? – Murmurou Anahí para o garoto, sem sequer olhá-lo. – Eu já te alcanço. 

- Tudo bem. – O cara concordou e logo foi caminhando.

Annie atravessou a rua, enquanto eu continuava estática em minha calçada.

- Oi.

- Oi. – Respondi. – Não sabia que estava namorando. – Direcionei os olhos nas costas do garoto alto que se afastava.

- Já tem algum tempo. – Ela deu de ombros. – E você?

- Estou indo.

- Defina "indo".

- Estou bem, sério. – Murmurei, dando um sorriso fraco.

- Isso é bom. – Annie afundou as mãos nos bolsos do casaco. – Eu sinto tanta falta...

- Falta de quê?

- Falta da nossa amizade, falta do que éramos antes...

- Antes de quê? – Insisti, franzindo a testa.

- Antes de tudo, antes de... Não sei, a gente não era distante uma da outra, a gente no final de cada conversa dizia que se amava e ria das coisas ridículas que fazíamos, hoje eu acho que amo sozinha, eu sinto falta de receber aquele amor que só melhor amiga sabe dar, entende? – Ela foi abaixando cada vez mais a voz, que já estava embargada. Senti um nó na garganta e engoli o choro. – Aqueles conselhos bobos, que não tem utilidade nenhuma, aquelas brincadeiras, e aquelas piadas sem graça, mas que mesmo sem ter graça nenhuma arrancavam as nossas maiores gargalhadas só por ser contada por uma de nós duas. E eu sinto falta disso, dessa troca de carinhos do tipo "sua filha da pu/ta" ou de qualquer outra coisa.

Abaixei o rosto e deixei a primeira lágrima rolar.

- Eu não precisava dizer o quanto a nossa amizade era especial, o quanto você era especial, e o quanto eu precisava de você. – Continuou Annie. – Você mesma sabia disso, hoje parece que você não me conhece mais, e eu sinceramente te desconheço também.

- Eu sinto tanto por isso ter acontecido. – Solucei, secando as lágrimas com as costas da mão.

- O pior de tudo pra você não foi perdê-lo, Dul. Foi se perder. – Ela se aproximou e acariciou meu rosto. – Vê se não demora muito pra se encontrar, porque eu tô aqui, esperando. Esperando minha melhor amiga voltar. Aquela garota bobinha e guerreira, que faz faculdade de enfermagem e que rala todo santo dia, aquela que odeia o lugar que eu amo e odeia mais ainda as pessoas daqui. Aquela que odeia os caras que participam de gangues, mas que se apaixonou por um cara mesmo ele sendo exatamente dessa forma que ela detestava. Eu quero a minha amiga de volta.

Não respondi nada, então ela beijou meu rosto em forma de despedida e se foi pelo caminho percorrido pelo garoto. Fiquei parada ali, até sentir o frio tomar conta do corpo, até ver Annie virar a esquina e sumir. Até me ver sozinha, como tenho estado em todos esses dias.

Hello, peoples *---*

Eu sei que tô em falta, mas eu JURO DE DEDINHO que não é proposital :/

Beijinhos e comentem, obrigada por acompanharem ;)