Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Era maravilhoso sentir aquilo novamente. As mãos de Ucker corriam por entre as minhas coxas e aquele olhar dele era exatamente o mesmo de antes. Mostrava desejo, luxúria, paixão. Amor. Amor fora do comum somente como nós dois tínhamos. Agora, meu vagabundo beijava a curva da minha cintura enquanto eu soltava gargalhadas devido as cócegas que aquilo provocava. E mesmo assim, Ucker não parava nem por um minuto de me causar tais sensações. Era arrepiante e... delirante.

- Chega de brincar. – Disse ele, puxando as alças de minha calcinha para lados opostos com força. Ucker rasgou o tecido como na nossa primeira vez e eu arfei ao lembrar.

Mas aí, ouvi a voz de meu irmão me chamando acabar com toda a magia. Me mexi mais um pouco e olhei para a porta do quarto. Depois, Ucker não estava mais lá e Henry me balançava freneticamente em cima da cama.

- Cê tá bem?

Abri os olhos, com a visão embaçada.

- Dul, tá sentindo alguma coisa?

- Não. – Resmunguei, baixinho. – Eu tô bem, eu acho.

- Você tava gemendo. – Henry murmurou. – Pensei que estivesse sentindo alguma dor.

Apertei os olhos e ri internamente. A frustração era grande, eu realmente queria que aquele sonho fosse verdade, mas era cômico o modo como eu vinha sonhando com aquilo. Eram dois meses, dois meses sem Ucker, sem aquele cheiro, aquele gosto, aquela pele. Tava ficando extremamente difícil lidar com isso.

- Dul, para de morder o lábio, tá me assustando. – Meu irmão mais velho riu com deboche.

Levei a mão até a boca e suspirei. Logo depois, papai entrou no quarto, me fazendo suspirar ainda mais alto. Fiz como fazia todos os dias, virei a cara e ignorei.

- A mãe de vocês fez panquecas. E disse para não se atrasarem. – Murmurou o homem que eu não conhecia mais.

- Hum, amo as panquecas da mamãe! – Henry parecia uma criança correndo pra cozinha. Quando abriu a porta e depois fechou, senti rapidamente o aroma delicioso que estava lá embaixo, fazendo meu estômago vazio protestar.

- Querida? – Chamou Fernando.

- Não tem nenhuma querida aqui.

- Dulce, até quando vai ficar nessa crise de adolescente comigo?

- Crise de adolescente? – Só aí olhei em seus olhos. – Sou uma mulher já, papai.

- Mulher? Não sabe sequer escolher um namorado. E se continuar com essa palhaçada toda, aí mesmo que aquele vagabundo não volta do buraco que se escondeu.

Minha garganta secou no mesmo momento.

- O que disse?

- Essa conversa está encerrada, Dulce. Desça e tome café.

- Não finja que não me escutou! – Protestei, aumentando o tom de voz. – Você é o culpado por Ucker não voltar para Compton?

- Não, querida. – Meu pai abriu um sorriso irônico e caminhou até a porta. – Ao que parece, a única culpada é você.

Foi como levar um tiro. Rápido, certeiro, doloroso.

- Agora, por favor, venha tomar café com a sua família. Estarei esperando.

Aguardei até o momento em que meu pai fechou a porta para deixar as lágrimas caírem. Depois, não me contive. Abracei o travesseiro, deixando os soluços escaparem pela garganta e procurei o celular entre os lençois. Meu coração acelerou quando vi uma mensagem não lida, mas a decepção veio segundos depois: era Adam.

Nem me dei ao trabalho de abrir a mensagem, não antes de digitar um curto "preciso de você" e enviar para Ucker. Eu sabia que ele não responderia, mas era o suficiente que lesse e soubesse o quanto eu o queria aqui.