Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Fechei o portão de casa e acendi meu baseado. Deixei a fumaça inundar meus pulmões, me trazendo uma tranquilidade que não tinha faz tempo. Só conseguia me acalmar assim.

Joguei a fumaça no vento, deixando ela se espalhar com a brisa fresca que batia contra meu corpo. Então, dei o primeiro passo, sem saber pra onde ia. Compton estava completamente calado, não havia sequer uma alma viva na rua. Somente a luz fraca que vinha dos postes intercalados me faziam enxergar minha área.

Chutei uma latinha de refrigerante no chão, enquanto sussurrava baixinho: "será que Deus ainda olha pra mim?". Olhei pro céu e pedi que minha mãe, que pelo menos ela não tivesse desistido. Mas eu sequer sabia como era sua voz e seu rosto era uma imagem vinda de fotos antigas e borradas.

Quando percebi, estava na esquina da rua de Dulce. Tentei dar meia volta, mas precisava disso. Olhei para os lados, caminhando apressadamente até a casa dela. Pu/ta que pa/riu, eu ia me arrepender disso...

Pulei o portão dela, sem fazer nenhum barulho. Dei a volta pela casa, indo até a janela do quarto dela. Se a janela tivesse fechada, pelo menos eu teria algum motivo pra desistir dessa loucura, mas não tava. Era como se ela esperasse eu invadir seu quarto.

Coloquei uma perna de cada vez e depois passei o tronco, encurvando o corpo. Tava tudo escuro, mas eu conhecia muito bem aquele quarto pra saber ir até sua cama. Quando meus olhos conseguiram se acostumar a pouca luz, defini a imagem de seu rosto. Meu coração parou por alguns segundos e depois voltou a bater de forma acelerada.

- Ei, pequena... – Sussurrei muito baixinho.

Ali, com aqueles olhos fechados, encurvadinha como um bebê, vestindo um pijaminha de flanela, eu quase não conseguia me lembrar o que Dulce tinha me feito. Ela parecia tão inocente. Um anjo.

Seus cabelos vermelhos estavam levemente molhados, como se tivesse tomado banho há pouco tempo. Provavelmente ela saiu e chegou há pouco. Só de imaginar Dulce em um encontro com um cara, cerrei os dentes e fechei os punhos. Quis acordá-la e dizer que ela era minha, só minha. Mas não podia, nem tinha mais esse direito.

- Queria saber se você tá bem... – Fechei os olhos e suspirei. – Ouvir sua voz falando comigo. Nem que fosse pra me xingar.

Ela nem se mexeu. Parecia exausta.

- Tanto cara legal por aí e você se apaixona pelo rei dos filhos da pu/ta... – Dei um risinho, me abaixando ao seu lado na cama. – Sempre teimosa. Sempre querendo o mais difícil. Louca por desafios.

Coloquei a mão sobre sua cabeça, mexendo em seus cabelos. O cheiro dela subiu, me deixando tonto e com vontade de deitar ao seu lado.

- Se eu tivesse coragem, Dul... Se eu tivesse coragem eu iria te acordar e te dizer o quanto preciso de você. – Sussurrei, passando a ponta dos dedos em sua pele macia e quente.

Ela se mexeu de leve, abrindo um pouco os lábios. Afastei as mãos, sentindo o peito apertar quando imaginei seus olhos se abrindo. Mas não aconteceu. Suspirei, aliviado.

- Lembra que uma vez você me comparou a um petit gateau? – Um sorriso nasceu no canto de meus lábios. – Uma casca por fora, bem consistente... Mas por dentro, no recheio, cremoso e derretido. Acho que eu nunca vou encontrar uma comparação melhor que essa.

Me afastei para ver seu rosto. Ela parecia mais magra e meu peito se apertou de novo, só de imaginar que fui eu a causa disso.

- Eu tô destruído por dentro, Dul... Acho que nunca vou me recuperar. Tô dando uma de durão, fingindo que não ligo e sei que sou bom nisso. Mas mentir pra si mesmo é sempre pior mentira, né? Não tem como continuar me enganando dessa forma...

Inclinei o corpo, deixando meus lábios próximos a seu ouvido.

- Eu sei que você não vai se lembrar disso quando acordar. – Sussurrei com um fio de voz. – Mas eu espero que seu subconsciente guarde isso e nunca te deixe esquecer... Eu sei que eu disse coisas ruins e fiz coisa piores ainda, mas... Eu nunca deixei de te amar, Dul. Nem por um milésimo de segundo. O meu coração se quebrou em milhões de pedacinhos, mas todos os pedacinhos te amavam. Quando eu te vi, eu soube que nunca, nunca, nunca mesmo ia conseguir deixar de amar você.

Fechei os olhos, lutando contra a vontade de roubar um beijo. Seria demais. Ela provavelmente despertaria. Isso também ia complicar as coisas para mim.

- I have died every day waiting for you... Darling don`t be afraid, I have loved you for a thousand years... I`ll love you for a thousand more...*

Sorri e beijei sua testa de leve.

- Eu sei que você ama essa música. Boa noite, princesa. Dorme e vê se descansa, porque o mundo lá fora tá difícil de encarar.

Logo depois, levantei, me afastando de vez. Olhei por uma última vez a mulher que amava, enquanto ela começava a se remexer na cama. Saí pela janela rapidamente e fiz o caminho de volta. Dessa vez, com lágrimas nos olhos e a certeza de que meu coração nunca deixou de estar aqui. E nunca, nunca deixou de ser dela.

*Tradução: "Eu morri todos os dias esperando por você... Querida, não tenha medo, eu te amei por mil anos... Eu te amarei por mais mil..."

 Espero que gostem, Ucker tá só se fazendo de durão kkk

E o Matt, conquistou alguém por aí? 

Beijinhos e comentem <3