Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

- Alguém precisa ensinar boas maneiras aos taxistas dessa cidade! – Gritou Annie assim que descemos do táxi.

O velho motorista se recusou a nos deixar em nossa rua. Mesmo sendo dia com um sol quente sobre nossas cabeças, ele alegou que era muito perigoso. Resumindo: nos largou na entrada no Compton. Como resposta, Annie recusou-se a pagar a corrida e não fosse eu ter puxado alguns dólares de minha carteira, os dois teriam ficado naquela discussão por algum tempo.

- Vem, Annie. – Puxei a loira pela mão. – A gente vai caminhando.

- Mas você viu que velho filho da pu/ta ordinário? – Ela ainda olhava o táxi sumir na esquina. – Disse que somos suburbanas sem educação. Ah, eu ia mostrar pra ele o que é ser sem educação...

- Relaxa, já foi.

Caminhamos a rua inteira ao som das reclamações de Annie. Eu só assentia, torcendo para que fosse a última, mas nunca era.

- Foi ótimo sair com você, apesar do táxi. – Murmurou ela, assim que paramos na calçada de sua casa. – Vou entrar e tirar esses sapatos, porque eles estão destruindo meus pés.

- Adorei nossa manhã. – Dei uma risadinha e ela beijou minha testa.

- Me chama no portão se mudar de ideia sobre hoje a noite.

- Ok.

Depois que Anahí fechou seu portão, caminhei até minha casa em passos lentos. Atravessei a rua e procurei minha chave na bolsa enquanto abria o portão baixo.

- Hey, sério que não me viu aqui? – Ouvi uma voz masculina bem atrás de mim e quando olhei para trás, abri a boca de surpresa.

Matt estava dentro do carro estacionado em frente a minha calçada, com o vidro abaixado e de óculos escuros.

- Oi, Sr. Gaivota. – Sorri e me aproximei, deixando o portão aberto atrás de mim.

- Oi. – Respondeu, rindo pelo nariz e tirando o óculos.

- O que veio fazer nessa área?

- Vim realizar o desejo de uma dama. – Murmurou ele, abrindo a porta do carro e ficando em pé diante de mim. – Você me disse que nunca jogou uma partida de futebol no videogame, porque seu irmão era um viciado que não passava o controle quando criança e agora, adulto, não tem mais tempo pra isso. Palavras suas.

- Você lembra disso? Foi no meio da minha enxurrada de palavras, quando comecei a falar sobre qualquer coisa para termos algum assunto. – Respondi, rindo.

- Eu lembro de tudo.

Sorri de leve. O gesto era realmente fofo.

- Trouxe meu Xbox. – Matt me mostrou a sacola em sua mão. – E trouxe o CD do Fifa, então... – O loiro me entregou. – Faça bom proveito.

- Obrigada.

Ele assentiu com a cabeça.

- Nos vemos em breve, certo? – Matt virou de costas e abriu novamente a porta do carro.

- Você... vai embora? Qual a graça de jogar sozinha?

Ele parou e virou-se lentamente, me olhando nos olhos.

- Não quer entrar e... sei lá, me ensinar? – Sugeri.

- Parece uma boa ideia. – Assentiu com a voz rouca, dando um passo a frente.

Ah, não. Droga, ele segurou minha mão. E me puxou pra perto.

- Matt...

- Hum?

- Eu sou um problema. – Sussurrei a centímetros de sua boca.

- Gosto de problemas.

- Só tem um detalhe... – Fechei os olhos e suspirei. – Não sei se tenho solução.

- Não quero solucionar você, baby. Nesse momento, só quero te beijar, só isso.

Não tinha mais nenhum argumento que impedisse aquilo de acontecer. Eu não beijava um cara desde... desde aquele dia. O pior dia da minha vida. Não tinha esperanças de que sentiria isso de novo, aquela aflição do primeiro beijo. Mas senti, com Matt senti. Gostei disso, era bom.

Ele me beijou com paixão e ternura, de uma forma que nem eu mesma esperava. Foi melhor do que em pensamento. Mas acabou rápido quando senti Matt se afastando bruscamente. Abri os olhos e demorei exatos cinco segundos para absorver as informações e compreender a cena.

Ucker estava na calçada, rosnando de raiva e Matt agora estava contra seu carro, contorcendo seu corpo. Ucker tinha puxado ele pela camisa e arremessado o loiro até que esse batesse de costas em seu próprio veículo.

E eu, naquele momento, não conseguia mover sequer um músculo.