Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Dulce vinha caminhando ao meu lado, torcendo os dedos de nervosismo. Eu ri ao perceber sua ação instintiva e ela prendeu os dedos na barra da camiseta verde, deixando as vezes sua pele clara da barriga lisa exposta.

Tive que rir de tamanho nervosismo e ela estreitou o olhar pra mim, não entendendo o motivo de minhas risadas.

- Relaxa. – Murmurei, mantendo o sorriso bobo de lado e olhando para o chão, enquanto negava com a cabeça. – Não vou te zoar porque planejava me chupar. É super normal ter esses tipos de desejos em relação a mim. – Eu a encarei e ri novamente, dessa vez da cor de suas bochechas.

- Eu... Eu não disse... – Ela abriu a boca, tentando protestar, mas ainda não parecia crer no que eu tinha dito. – Como você é convencido. E surdo, provavelmente. Porque se você ouviu a conversa, sabe muito bem que eu não planejei nada do tipo.

- Não falei que você disse em voz alta. – Rebati, olhando para a minha frente com um sorrisinho de canto de boca.

- Quer dizer que... Está insinuando que eu pensei nisso? – Dulce nem conseguia pronunciar.

- Eu não disse nada, ruiva. Relaxa, cê tá muito tensa. – Brinquei e coloquei o skate no chão, fazendo um grande círculo em volta dela. Dulce acompanhou com o olhar por onde eu passava e assim que parei a sua frente, pegando em suas mãos, ela sorriu.

- Você é bom nisso. – Sussurrou ela.

- Sou bom em quase tudo, gata. – Rebati, ela assentiu ironicamente.

- Exceto na modéstia. – Dul estendeu um sorrisinho e eu apertei seu nariz. – Ai.

- Não tira onda da minha cara, Dulce. – Pisquei e peguei o skate, colocando-o novamente embaixo do braço.

- Não me chama de Dulce. Os íntimos me chamam de Dul. – Ela disse, mas depois pareceu se arrepender, mordendo o lábio a espera da minha resposta.

- Ah, então somos íntimos? – Disse com tom de malícia, envolvendo um braço em sua cintura. Ela sorriu de leve e pegou meu óculos, tirando para ver meus olhos. Tudo ficou imediatamente mais claro e a pele dela atingiu um tom ainda mais bonito.

- Não aqui. – Sussurrou Dul e depois colocou meus óculos em seu próprio rosto, ficando incrivelmente sexy. Ficou bem mais lindo nela, mesmo que tenha escondido seus olhos, aquilo lhe trouxe um mistério sensual.

- Tem razão, não aqui. – Suspirei e soltei o braço dela, que deixou claramente seu sorriso sumir. Passei na sua frente, sorrindo sem que ela visse.

- Você tem o dom de fazer essas coisas, né? – A voz dela atrás de mim parecia um pouco ofendida.

- Fazer o que? – Fingi de desentendido.

- Me deixar assim, como... Você sabe, Ucker. – Dul disse, entredentes e eu infelizmente não me contive na risada. Aquele joguinho era bem legal.

- Louca pra mais um beijo? – Perguntei, olhando rapidamente por cima do ombro.

- Argh, como alguém pode ser tão convencido? Consegue mesmo dormir na mesma cama que você? Consegue conviver consigo mesmo? – Ela perguntou, ironicamente e cruzou os braços.

- É a coisa mais prazerosa que faço na minha vida. – Pisquei de lado, mordendo a boca e ela acompanhou o meu gesto com uma leve abertura de boca.

- Deve ser mesmo. – Sussurrou, ainda parada com o olhar em mim. Depois, arregalou os olhos, ficando roxa e jogou as duas mãos na boca, evitando que mais alguma coisa impensável saísse de sua boca.

Explodi numa gargalhada ao ver sua expressão quase infantil, como uma criança que derruba um perfume da mãe.

- Vou te levar de volta pra Annie antes que você acabe me obrigando a fazer merda. – Expliquei, ainda rindo e ela pareceu não entender o que eu estava tentando dizer. Só que, cacete, eu estava tentando! Mas eu juro, se ela dissesse mais uma coisa daquelas entregando sua vontade recíproca de me beijar, eu ia ter que ceder e realizar seu desejo.

- Você é mesmo da gangue? – Dul perguntou diretamente quando eu passei a sua frente, finalmente ela tinha reparado o símbolo dos Hunters, que era um leão rugindo, tatuado nas minhas costas.

- Todo mundo tem uma parte ruim, princesa. – Suspirei, pegando em sua mão e fazendo-a ficar do meu lado.

- Você não é como eles. – Ela me encarou, mas eu permaneci olhando pra frente.

- São diferentes do que você pensa, Dul. Bem diferentes. – Expliquei, mas ela não pareceu concordar. – Não são pessoas ruins, são pessoas que não tiveram oportunidades...

- E você? – Me perguntou, mexendo no cabelo e o jogando de lado.

- Ninguém morre virgem nessa vida, princesa. A vida fode com todo mundo. – Eu ri, amargamente. – Vamos dizer que eu tive oportunidades apenas para que ela sentisse o gostinho de me tirar depois.

- Não gosta de falar disso. – Dul percebeu. – Está com o mesmo olhar que eu quando preciso falar do meu pai. – Ela parou a minha frente. – Então, vamos falar de qualquer outra coisa que não seja nossos dramas?

- Fechadíssimo, gata. – Sorri, pegando na sua mão e voltando a caminhar.