Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Eu estava completamente fora de mim. Sentia meu sangue ferver nas veias e chegar ao meu coração acelerado como um ácido. Queria quebrar tudo o me cercava dentro daquele quarto, até mesmo a minha cara. Acho que nunca senti tanto ódio na minha vida.

- Ucker... – Nem vi Jennifer entrar, mas lá estava ela. – Ucker, cê enlouqueceu?

Ela se aproximou bruscamente, derrubando um livro onde eu tinha feito quatro fileiras com o pó branco.

- Cara/lho!

- Cocaína? – Gritou Jay. – COCAÍNA? Você tá maluco?

- Que é, tu não sabia que eu uso droga? – Abri a gaveta pegando um saquinho com mais pó. – Eu sou um merda, um drogado! Tá surpresa por quê, Jay-Jay?

- Não, você sempre detestou essa porcaria! – A loira puxou da minha mão.

- Mas agora eu tô afim de usar e não é você que vai me impedir. – Respondi, tentando manter a calma. – Devolve.

Estendi a mão, mas ela negou com a cabeça.

- Vai ter que me matar pra pegar isso aqui, Ucker.

- Não me obriga a usar a força contigo... – Ameacei entredentes.

- Obrigo sim. – Ela também trincou o maxilar. – Você vai ter que me dar porrada até eu desmaiar pra usar esse pó do demônio na minha frente. Na verdade, enquanto eu viver, não tem essa de entupir o nariz. Maconha? Maconha até eu fumo, de boa, mas essa merda vai acabar com a tua vida, seu infeliz!

Jenny jogou o saquinho contra mim, pu/ta da vida. Fechei os olhos e suspirei. Eu a considerava muito pra xingar todos os palavrões que viessem na minha cabeça.

- Jay, faz um favor? – Olhei em seus olhos. – Sai daqui, fecha a porta, some da minha casa, da minha vida e não volta mais. Eu juro pra ti, é o melhor a se fazer. Se afasta de mim porque eu tô afundando e eu vou acabar levando quem tiver por perto. Não quero levar você comigo pro fundo, gata.

Ela suspirou, sentando ao meu lado.

- Não fala isso, nem de brincadeira. – Murmurou baixinho, beijando meu ombro. – Eu não me importo de ir pro fundo contigo, na verdade, seria bom, a gente sairia de lá juntinhos.

- Não da mais, Hamilton. – A chamei pelo sobrenome, observando o chão. – Eu não tô mais a fim disso aqui. Não quero que você sofra mais perto de mim, já fiz merda demais pra vacilar contigo também. Eu não te amo do jeito que você merece. Tento amar, mas não consigo.

- Eu sempre soube disso, Ucker. Eu nunca cobrei nada de você, nem amor. – A voz dela estava embargada. – Eu só quero ficar do teu lado, quando você precisar e até quando não precisar. Querendo ou não querendo, eu tô aqui.

- Para com isso. – Dei uma risada sem humor. – Da pra ser feliz sem mim.

- Meu bem, dá pra ser feliz sem você... Só é mais difícil.

- Não dizem que o que é mais difícil é mais gostoso? – Sugeri, erguendo a sobrancelha.

- Será por isso que você é essa delícia de homem? – Jay riu, soltando beijos molhados em meu rosto.

- Deve ser. – Dei de ombros, rindo. Joguei Jennifer de costas no colchão e subi em cima dela, me encaixando entre sua pernas.

- Para com isso... – Ela riu, passando os braços envolta do meu pescoço.

- Cê sabe que eu amo você, né? Quer dizer, eu amo de um jeito diferente dos outros jeitos, mas amo... – Comecei a me embolar nas minhas próprias falas. – Que merda! – Exclamei, rindo. – Sabe o que eu sou? Sou do tipo de pessoa que pensa pra cara/lho , mas na hora de falar se atrapalha todo e não sai nada que preste ou faça sentido.

- Combina mesmo com você. – Jenny mordeu o lábio inferior.

- Se isso não der certo, a culpa é toda sua. Total responsabilidade de Jennifer Hamilton.

- Relaxa, eu já me responsabilizei por tudo. – Garantiu, sussurrando. – E se não der certo, meu coração é esperto. Não vai parar de bater.

Inclinei o rosto para beijá-la, porém antes mesmo de nossos lábios se encostarem, ouvimos batidas altas na porta da sala, tão altas que chegaram ao segundo andar.

- Eu abro. – Disse Jenny, selando nossos lábios rapidamente antes de levantar.

Assenti, ficando sozinho no quarto segundos depois. Peguei o saco com o pó branco no chão e caminhei até o banheiro. Abri a tampa do vaso e joguei tudo lá, dando descarga logo depois. Pensei em ir atrás de Jenny ver quem era, mas antes de chegar na escada, ouvi a voz mais familiar que conhecia.

- Sai da minha frente!

- Não posso deixar você subir, Dulce. – Disse a loira. – O Ucker não pode falar com você agora...

- Não me interessa! – Dul gritou assim que eu surgi na ponta da escada. – Não quero saber se vocês estavam transando ou qualquer coisa do tipo! Eu vim aqui pra falar com o Ucker e não vou sair daqui antes de...

- Eu tô aqui. – Disse, descendo as escadas.

Ela me olhou com raiva no olhar, respirando ofegante. Pisei no último degrau e me aproximei com o cenho franzido.