Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

A oportunidade estava diante de mim. Era só sorrir, assentir com a cabeça e entrar no jogo de provocação dele. Era só fingir que nada tinha acontecido e aproveitar a noite ao lado dele, depois terminar na sua cama tendo um verdadeiro flash back de todas as nossas noites maravilhosas juntos. Era só isso.

Mas quer saber? Não vai rolar.

- O que que você tá fazendo aqui? – Perguntei, cruzando os braços.

- Sabe que eu não fico sábado à noite em casa.

- Você nem conhecia essa balada, Ucker...

- Como você sabe? – Ele riu pelo nariz. – Nos encontrarmos foi uma ótima coincidência.

- Corta essa. – Ergui a mão impedindo que ele se aproximasse mais.

- Oi, seu filho da mãe. – Annie interrompeu nossa conversa, empurrando Ucker pelo ombro.

- Oi, loira. Ficou rica agora? – Ele brincou. – Esqueceu dos amigos, é?

- Eu continuo morando na mesma casa, com o mesmo número de celular... Foi você quem sumiu, seu idiota.

- Eu sei, sou um idiota. – Vi Ucker dar um pequeno sorriso de canto e se inclinar para falar próximo a Annie. – Mas aí, você podia dizer pra sua amiga que eu sou louco por ela?

Revirei os olhos e Annie riu.

- Entra na fila, porque agora você não é mais o primeiro. – Disse a loira, dando meia volta e saindo, com uma risada escandalosa. Ucker ficou parado olhando Anahí se afastar ainda sem acreditar.

- Então agora ela apoia você com o playboyzinho?

- Mais ou menos. – Dei de ombros.

- Ela, o Henry e todo mundo acha que você vai ser mais feliz com esse tipo de cara?

- Que tipo? Um cara calmo, decente?

- Fala sério, tu não curte esse tipo de cara, não. Quem você tá querendo enganar? – Ucker riu, se aproximando de leve.

Eu podia ver seus olhos dentro do corte da máscara me olhando com malícia e por mais que isso fizesse minhas pernas parecerem gelatinas, eu tinha que resistir.

- Você não gosta desse lance de certinho, bonzinho, calminho... – Ele passou a língua nos lábios. – Você não gosta mesmo. Eu diria que tu tem uma queda pelo estilo cafajeste, pela adrenalina misturada com a rotina...

- Jura que você acha que é só "esbarrar" comigo na balada... – Fiz aspas com os dedos. – Lançar seu sorriso irresistível, seu olhar malicioso, sua lábia de conquistador e esse seu jeitinho malandro e eu vou esquecer todas as vezes que chorei porque não sabia sequer aonde você estava?

Ucker ficou sem palavras, vi seu sorriso diminuir. É, ele achou mesmo que resolveria as coisas dessa forma.

- Olha só, desculpa, tá bom?

- Não, Ucker. – Interrompi com uma risada sem humor. – Não é assim. Não adianta me pedir desculpas, você nem pensou duas vezes na hora de me deixar. Você foi lá passar uma temporada não sei aonde com a sua pu/tinha particular e me deixou aqui, completamente sozinha...

- Vamos pra outro lugar, eu conto a verdade pra você...

- Eu não quero verdade nenhuma! – Interrompi novamente. – Eu já tô enxergando tudo. Agora que eu comecei a melhorar, a juntar os meus pedacinhos, a superar isso tudo e me convencer a deixar a dor pra trás, você vem me querendo de volta?

Ele apertou os lábios e fechou os olhos, frustrado.

- O que eu tenho que fazer, nega? Me fala. – Pediu, com a voz baixinha perto de mim. – Eu não tô disposto a perder você de novo. Eu amo você, baby.

Só Deus sabe o meu esforço pra não me entregar naquele momento.

- Então... – Ucker suspirou. – Só me fala.

Era bom imaginar voltar a viver ao lado dele, era maravilhoso pensar na possibilidade de dormir em seus braços novamente e acordar com seu sorriso de bom dia. Tudo isso parecia maravilhoso e havia aquela parte de mim, terrivelmente apaixonada, que queria facilitar as coisas e tornar tudo isso um conto de fadas novamente.

- Não quero que você faça alguma coisa. – Respondi, por fim.

- Vai ficar se enganando, fingindo que gosta desse cara aí? – Ucker franziu a testa. – Até quando? Até quando você vai negar que gosta de mim, que também é louca por mim, que me ama mais que tudo?

- Até o dia em que você parar de ser moleque e virar homem.

Dei meu sorriso de superioridade e virei as costas, caminhando para o bar. Não olhei pra trás, não pensei nisso. Vi os olhares curiosos de Annie, Olly e principalmente Matt, que pareciam surpresos e um tanto admirados. Até mesmo a loira, que fazia questão de ser madrinha do meu casamento com Ucker tinha desistido da ideia de me ver ao lado dele. Um dia, até as pessoas com mais fé, cansam de acreditar nas coisas.

- Oi, poderosa. – Brincou Anahí, sorrindo.

- Oi. – Dei uma risada.

- Cê tá bem?

- Aham. – Concordei com a garganta. – Na verdade, eu tô ótima.

Parei na frente de Matt, olhando profundamente em seus olhos.

- Quer dançar comigo? – Perguntei, erguendo as sobrancelhas.

- Claro que quero. – Ele passou as mãos em minha cintura, me puxando pra perto. – Sabe, você tá simplesmente um arraso hoje.

Assenti, esticando o corpo pra selar meus lábios contra os dele.

- Eu sei.