Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Nem tinha percebido a volta que tínhamos dado na rua de cima. Quando chegamos em frente a casa de Annie, encontramos as duas cadeiras vazias se bronzeando no sol e Dul parou no portão, olhando pra mim.

- Annie deve ter ido fazer mais um pouco daquela mistura nojenta. – Murmurou ela, mas eu sabia que era só uma tentativa de acabar com o silêncio que mantinha posse da situação.

- Alguém precisa avisar pra ela que aquele negócio fede. E que fica fedendo no nosso corpo horas depois. – Eu ri e Dul me acompanhou.

- Com certeza eu vou dizer. – Disse a ruiva. – Talvez ela mude de ideia ao ouvir de um homem que não é sexy usar amônia no sol.

- Ei, pelos loiros são sexy’s. – Rebati e ela revirou os olhos.

- Os meus são douradinhos no sol. E são naturais, olha. – Dul estendeu o braço na frente de meu rosto, mostrando os pelos finos de seu antebraço claríssimos no sol.

 - Tá tentando ser sexy? – Perguntei, rindo e a encarando.

- Não. – Ela puxou o braço. – O que faz você pensar isso?

- Nada. – Dei de ombros, fazendo um biquinho de dúvida falsa. – Mas... E se eu te dissesse que você consegue sem nenhum esforço?

Ela ficou sem palavras, engolindo em seco e mantendo o olhar em mim. Olhei para o óculos preso como uma tiara na sua cabeça e depois a encarei.

- Isso fica com você, gata. Só pra me dar certeza que você vai me procurar pra devolver, porque é uma garota politicamente correta. – Brinquei, tocando em seu nariz de leve. Ela ergueu os olhos, quase os virando, tentando ver o óculos e eu ri.

- E se ficar pra mim? – Perguntou, se aproximando mais um pouco.

- Foi caro, princesa. – Sussurrei e depois olhei a minha volta, checando que não haviam pessoas naquela rua. – Vai ter que me dar algo muito bom em troca. – Suspirei e sorri, com aquele meu toque de malícia.

- É assim que você consegue as garotas? – Dulce ergueu as sobrancelhas.

- Não. – Coloquei uma mão em sua cintura e ela se aproximou sem que eu fizesse nenhuma força. – Mas eu posso te mostrar como. – Depois disso, abaixei o rosto e deixei que nossos lábios se encontrassem num beijo quente e lento, com aquele mesmo toque de doçura e maldade antes. Era como ter a pureza e o pecado unidos em uma boca só.

- Obrigada por me chamar pra um rolé. – Brincou Dul, assim que nos afastamos. – É sempre bom passear com você.

- Acostume-se. – Pisquei de lado e mordi a boca, provavelmente pela décima vez em dez minutos. – Só não se apegue, pequena.

Coloquei o skate no chão e subi nele, dando uma rápida olhada pra trás enquanto pegava impulso naquela rua que era uma pequena subida. Dulce tinha aberto o portão e agora, na parte de dentro, cruzou os braços e deu um meio sorriso, sem saber ao certo o que fazer. Fiz um sinal de “paz e amor”, erguendo os dois dedos e ela riu.

Cheguei em casa jogando o skate no canto da sala, fingindo não me dar conta da presença sentada no sofá. Tirei o boné e o coloquei sobre a mesa, olhando rapidamente para o porta-retrato, onde a foto preta e branca mostrava dois moleques de uns catorze anos abraçados e sorridentes. Eram tão inocentes, tão amigos, compartilhavam da pobreza e da vontade de mudar aquela história. Os dois estavam sem camisa nenhuma, mas era possível imaginar o sonho que carregavam no peito. Sonho esse, que não foi como planejado. E não terminou nada bem.

Bati no porta-retrato, virando sua frente para baixo para esconder aquela foto.

- Oi pra você também, Christopher. Foi exatamente assim que eu criei você. – Meu pai soltou e eu encarei a figura nada amigável de Victor Uckermann. Meu pai era uma lenda que todos respeitavam e temiam, eu sabia da fama que ele tinha por aí. Mas ela não me dava medo. A pessoa que meu pai mais amava no mundo era eu e eu sabia disso. Tínhamos uma boa relação, mas eu não podia esconder o tamanho do meu rancor depois dele ter me proibido de fazer faculdade pra seguir naquela vida sem futuro.

- Oi, pai. – Murmurei sem vontade, colocando o pé no primeiro degrau da escada.

- Levanta o porta-retrato, Christopher. – Ordenou e eu paralisei. – Agora.

- Pai, joga isso fora. Não tem que ficar lidando com essas malditas lembranças... – Murmurei, caminhando até ele. – Eu sinto muito, mas ele está morto. É um fantasma na sua vida e você precisa deixá-lo ir.

Meu pai engoliu em seco e olhou pra TV.

- Apenas levanta o porta-retrato, Christopher. – Sussurrou, seco.

- Ainda que doa deixar as pessoas morrerem, se agarrar a elas é viver mal assombrado. – Passei a mão pelo cabelo suado. – Já devia ter aprendido isso, pai.

Virei as costas e fiz o que ele tinha pedido antes de subir para meu quarto. Era difícil lidar com aquelas feridas que nunca cicatrizavam dele. Tinha perdido a esposa e criado um filho sozinho e depois, perdido seu melhor amigo. A vida tinha arrancado as pessoas da vida de meu pai e devia ser horrível ter que lidar com aquilo todos os dias. Haviam muitos segredos que eu ainda não sabia, como o fato de as vezes pegá-lo olhando para aquela foto em que estava abraçado ao melhor amigo. Ele nunca tinha me contado, mesmo que eu já tivesse perguntado, mas eu sabia que devia ser um daqueles segredos que acaba com tudo. Eu tinha um grande pressentimento ruim sobre aquela história. 

Erica_fofolete_: Mas é claro que eu lembro de você, querida *-* Primeiramente, seja bem-vinda! Obrigada por estar aqui em mais uma jornada. Mais capítulos para açucarar o seu dia, afinal, depois de um comentário tãaao grande você merece. Beijos ;)

Beijos, gente. Amando vocês nessa história comigo! Se tiver bastante comentários, posto em menos de 24 horas, porque eu sou ninja kkkk`

Enfim, COMENTEM bebês ! <3