Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

- Eu ia morrer se ficasse aqui, Dul. Eu tava jurado de morte. Queriam minha cabeça numa bandeja. – Ucker soltou tudo de uma vez, suspirando. – Foi por isso que eu decidi ir embora. Eu não estaria aqui na sua frente, vivo, se tivesse ficado.

- O que? – Perguntei, em completo choque. – Você tá dizendo que...

As palavras começaram a fazer sentido em minha mente, enquanto as atitudes se ligavam. Ele mudou simplesmente do nada. Tivemos uma noite maravilhosa e de repente...

Então, foi isso.

- Por que você não me contou? – Acusei, aumentando o tom de voz com raiva e mágoa na voz. – Eu teria te apoiado, teria ido com você.

- Exatamente por isso, eu não queria te colocar nessa. E eu sabia que você jogaria tudo pro alto por mim. – Ele tirou a máscara do rosto com rapidez. – Foi por isso que disse aquelas coisas pra você naquela manhã. Eu tinha que fugir pra me aliar a uma gangue de Nova York, era coisa perigosa. Não queria expor você a isso.

- E preferiu me deixar aqui, sozinha?

- Seu pai cuidou de você. Por mais filho da pu/ta que ele seja, ele te ama.

- Ele sabia disso? – Perguntei.

- Posso dizer que a ideia também partiu dele. – Ucker deu de ombros e isso me deu mais raiva ainda. Meu próprio pai tinha me visto sofrer todo aquele tempo e escondeu a verdade de mim.

- E você achou que isso era pro meu bem?

- Dul, eu já estava arrependido antes mesmo de fazer, mas precisava fazer. – Ele se inclinou, unindo as sobrancelhas. – E aí, pra piorar tudo, você foi lá em casa e entendeu tudo errado sobre a Jenny. Aí, só pra fechar a tampa do caixão, quando eu mudo de ideia e vou atrás de você, vejo a pior cena que meus olhos já viram.

Adam. Quando esse nome chega a minha mente junto com a lembrança de seus olhos azuis, me bate um pouco de saudade. Mas ao mesmo tempo, raiva. É difícil saber explicar isso e organizar esses sentimentos aqui dentro.

- Quando eu vi, vocês dois... – A voz de Ucker se perdeu e ele fechou os olhos, cerrando os punhos. – Me deu tanto ódio. E daí em diante, eu só destruí tudo, só senti raiva de mim e de todo mundo.

Vi em seu olhar que aquilo doía. Então, não era só comigo.

- E por que voltou? – Perguntei e só depois percebi que soava grosseiro. – Quer dizer, o que mudou nesse últimos meses? Por que você não corre mais risco?

- Seu pai e o meu pai deram um jeito nas coisas. Eles foram atrás dos caras que espalharam isso e resolveram, do jeito deles.

O que significa: morte.

- Não encontraram o líder, mas aí fizeram a notícia se espalhar de que o novo líder dos Hunters sou eu.

- Você? – Questionei, surpresa.

- Você não sabia?

- Não escuto a rádio das gangues, desculpa. – Respondi com ironia.

Ele se calou, suspirando alto. Olhei pro lado, me sentindo desconfortável por estar ali. Me arrependi de ter saído de casa.

- Então era só isso? – Funguei o nariz.

- Vai continuar me tratando dessa forma?

- Você tem amnésia, só pode. – Ri pelo nariz, sarcástica.

- Também vai continuar fingindo que gosta desse playboyzinho de merda que não te merece? – Ucker trincou o maxilar, me encarando com raiva.

- Quem me merece na sua opinião, Ucker? Ah, deixa eu adivinhar...

- Para de se enganar, Dul. – Ele se aproximou mais um pouco. – Você é uma garota tão esperta, já devia ter sacado.

- Que você é um babaca?

- Que por mais babaca que eu seja, eu sou o homem da sua vida. – Ele então deu um meio sorriso, passando de leve a língua pelo lábio inferior.

- Você da um ataque, quebra o videogame do Matt, coloca a arma na minha cabeça e me chama de vadia, aí me beija, vem atrás de mim como se nada tivesse acontecido... Tudo no mesmo dia. Qual o seu problema?

- Meu problema? Você. – Respondeu. – Eu tô ficando louco e é por sua causa.

- Você sempre foi maluco, Ucker.

- Agora tô mais. – Ele segurou meu braço e me puxou de leve, com aquela voz mansa que ele sabia que me arrepiava. – Essa saudade tá me matando, tá acabando comigo.

Minhas pernas ficaram bambas e por mais que eu quisesse me afastar, não conseguia. Como eu sou idiota...

- Eu não consigo pensar em mais nada. – Ele passou o polegar na minha boca, afastando meus lábios e me olhando com desejo.

Arfei, sentindo meu corpo queimar imediatamente quando Ucker acariciou meu rosto e depois, escorregou a mão até minha nuca. Eu estava toda mole, completamente entregue.

- Eu te amo, Dulce Maria. – Sussurrou, baixinho. – Não deixei de amar nem por um minuto da minha vida. Eu neguei, menti e errei pra cara/lho, mas nunca, nunca, nunca deixei de te amar. E eu sei que não mereço nem estar aqui, na sua frente, porque já fiz uma porrada de besteira e você devia querer distância de mim. E eu entendo, de verdade, mas eu sei que a gente tá destinado a ficar junto. Porque algum dia você vai perceber que você não pode simplesmente me encontrar em outra pessoa e, que ninguém, ninguém mesmo, pode amar você como eu amo.

Então, ele se inclinou mais um pouco e nossos lábios se encontraram. Era a primeira vez em meses que eu me sentia daquela forma. Era a primeira vez que eu tinha a plena certeza que ele me amava de verdade, que tudo era sincero.

Não me contive e entrelacei seus cabelos entre meus dedos, segurando sua nuca e o puxando mais pra perto, beijando sua boca com mais paixão.

- Como pode alguém ser tão filho da pu/ta? – Sussurrei ofegante, movendo os lábios nos deles.

- Anos de prática. – Ucker sorriu com a boca colada na minha e me beijou novamente.

Eu sorri internamente, com saudades daquilo. Estava com todos os meus sentidos entorpecidos, mas ouvi perfeitamente uma voz ao nosso lado, me fazendo interromper o beijo abruptamente. Porém, não era nem um pouco fácil afastar meu corpo de Ucker naquele momento. Nem mesmo quando quem nos assistia perplexo era Matthew Seagull.