Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

- Eu disse pra você não vim atrás dela. – Annie sussurrou bem atrás da cara perplexa de Matt.

Eu estava completamente em choque.

- Pu/ta que pa/riu, será que você pode dar meia volta e deixar a gente a sós? – Ucker rosnou, irritado.

- Ucker. – Sussurrei, me afastando dele.

- Por que todo mundo tem que atrapalhar a gente? Por que tem que interromper as coisas quando estão boas, Dul? Mas que merda...

- Cala essa boca. – Cerrei os olhos, nervosa com sua infantilidade.

- É com esse babaca que tu quer ficar? – Matt apontou pra Ucker. – Então fica à vontade.

Ah, não.

- O quê que tu falou? – Ucker aumentou o tom de voz e eu coloquei uma mão em seu peito, impedindo que ele chegasse perto de Matthew.

- Tá surdo ou o quê?

- Cara, você quer apanhar por acaso? – Annie se meteu, puxando Matt pela mão. – Vamos voltar lá pra dentro, anda.

Ele me olhou com raiva antes de seguir Annie, sumindo na esquina sem olhar pra trás.

- Tá feliz? – Virei para encarar Ucker com raiva.

- Agora a culpa é minha? – Ele riu ironicamente.

- Por que não facilita as coisas pra gente?

- Ih ou, para com esse caô aí que eu não coloquei minha arma na tua cabeça e te obriguei a me beijar.

- Pois é, dessa vez você não colocou arma na minha cabeça. – Respondi magoada. – Dessa vez.

- Então o lance todo é esse? – Ucker suspirou. – Desculpa ter xingado você, ter gritado contigo, desculpa mais ainda ter colocado uma arma na sua cabeça.

- Eu até desculpo, com uma condição.

- Qual?

Puxei ar para os pulmões e empinei o nariz:

- Me deixa em paz.

Virei imediatamente, saindo de perto dele, mas não rápida o suficiente pra isso. Logo Ucker me pegou pelo braço e me pressionou contra a parede, me olhando nos olhos.

- Tudo bem, eu te deixo em paz, mas eu também tenho uma condição pra isso... – Murmurou ele. – Me responde uma coisa.

Assenti com a cabeça, sem dizer nada.

- Se eles não tivessem aparecido, o que estaríamos fazendo agora?

Ele sabia. Droga, ele sabia mesmo. Eu ainda estaria derretida nas suas mãos, entregue ao desejo que sentia e guardava dentro de mim. E ele sabia o poder que tinha, tinha plena consciência disso.

- Fazendo a coisa que mais me traria arrependimento na minha vida. – Respondi, amarga.

Ele então assentiu e soltou meu braço, me deixando ir. Nunca em minha vida disse uma mentira maior que essa. E sei que provavelmente, a coisa que vai me trazer mais arrependimento na vida, será ter dito isso. Mas eu preciso fazer.

Assim que entrei novamente na boate, achei aquela música completamente ofensiva para os meus ouvidos. Tudo tinha perdido a graça. As luzes irritavam meus olhos e a escuridão também. A multidão dançante me sufocava a ponto de eu querer gritar pra que tudo parasse.

Até que eu o vi. Matt estava sentado no bar, encurvado sobre o balcão, a cabeça abaixada olhando pra dentro do copo de whisky. Como Annie pode deixá-lo abandonado assim? Espera... Não foi Annie. Fui eu.

- Matt! – Chamei.

Quando olhou na minha direção, vi que seus olhos estavam levemente vermelhos. Droga, eu odiava que as pessoas chorassem por minha causa.

- Não precisa explicar nada.

- Por favor. – Pedi, colocando a mão no ombro dele.

- Pra quem você quer mentir? – Disse com raiva. – Pra mim ou pra você? Ou quem sabe, pra ele? Quer ficar se enganando?

- Não, não é isso.

- É isso, sim. Infelizmente, a verdade é essa. Você sente atração por cafajestes.

Eu detestava admitir, mas era verdade. Em partes. Eu não sentia atração por cafajestes, mas por um em específico.

- Você deve ser aquele tipo de garota que quanto mais sofre por um amor, mais apaixonada fica. E desculpa, mas eu não quero isso pra mim, porque pra mim é tudo preto no branco, eu sou bem simples e não pretendo te fazer sofrer. E você não vai ser feliz com isso.

"Eu devo ser a por/ra de uma masoquista", pensei, mas não disse nada.

- Então volta pro seu marginal e seja feliz com todo o sofrimento.

Senti um aperto no coração, mas não pretendia dizer nada. Não queria mais. Apenas assenti com a cabeça e vi Matt levantar do banquinho do bar, mas não dar sequer um passo antes de bater de frente com Ucker, peito a peito.

- Quem você chamou de marginal?

- Ah, você agora tá me perseguindo também? – Rebateu o loiro.

- Será que isso nunca vai acabar? Mais que merda! – Resmunguei, puxando Ucker pelo braço e o fazendo se afastar.

- Acabou, sim. Acabou agora. – Matt me olhou e depois saiu, sem olhar pra trás.

- Ele terminou contigo? – Ucker perguntou, quase não contendo um pequeno sorriso no rosto.

- Não, porque não éramos namorados. – Respondi de má vontade. – Por que veio atrás de mim? Por que não pode simplesmente atender o meu pedido e me deixar em...

- Por/rra, eu só queria ver se você tava bem. – Me interrompeu. – Foi mal ter me preocupado com você, eu sou um otário mesmo.

E saiu, pelo lado contrário de Matt.

Ótimo. Agora os dois estavam pu/tos comigo. Eu com certeza sou a melhor pessoa do mundo pra se ter um relacionamento.