Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando. 

O dia seguinte amanheceu muito chato. Eu detestava domingos. Me traziam a remota impressão de serem uma preliminar da segunda-feira. E domingos eram recheados de tédio. Geralmente eu ficava fazendo trabalho da faculdade ou estudando pra alguma matéria, mas naquele dia, queria fazer alguma coisa diferente. E eu sei que foi a vontade de ver Ucker que me levou pra rua.

- Ai, que merda, hoje essa porcaria de dia amanhece nublado! – Resmungou Annie enquanto arrastava sua cadeira para o quintal, totalmente de mal humor.

Eu ri, ajeitando meus braços no encosto da cadeira. Ela sentou-se, jogando o corpo e bufou.

- Que foi, que TPM é essa? – Perguntei, mas ela me fuzilou com o olhar. – Ih, Annie, para!

- Minha mãe tá dormindo com um cara no quarto dela. Eu nem sei quem é! – Ela bateu a mão nas duas coxas nuas pelo short jeans. – Eca, ela deve ter transado com ele a noite toda e eu estava no quarto ao lado! Onde está o respeito nessa merda de casa?

Tia Mari não era das pessoas mais comportadas. Desde que o casamento com o pai de Annie não tinha dado certo e mesma tinha sido trocada por uma mulher vinte anos mais velha, ela esqueceu-se dos príncipios que toda mulher tinha que ter. Anahí teve a quem puxar.

- Olha que vem chegando. – Cantarolou Annie, sorrindo de canto de boca. Olhei, claro. E não me arrependi. Peraí, me arrependi sim, amargamente. Ucker estava gostoso, mas isso era normal. Só que ele não estava gostoso e sozinho. Ao lado dele, uma morena que eu sabia muito bem o nome, estava de braços dados com Ucker e segurava o skate dele com o braço livre.

Cerrei os dentes instintivamente. Ela era estilosa, eu tinha que assumir. Bonita também, só que eu ainda era mais eu.

O grupo de Ucker passou e ele nem olhou em nossa direção, dando risadas e focando toda sua atenção nela. “ Um oi cairia bem”, pensei acidamente.

- Aquela pu/ta não sabe mais o que faz pra aparecer. Ela nem sabe andar de skate direito. – Annie comentou e riu, colocando os pés pra cima da cadeira. – Tudo um belo show pro Ucker segurar a mão dela enquanto ela faz gracinha dizendo que tem medo de cair. Argh, me dá ânsia.

Em nós duas, quase falei. Mas fiquei calada por um breve momento, evitando falar o que não devia sair da minha boca.

-  Bárbara não te incomoda? – Perguntou ela ao perceber meu silêncio.

- Nem um pouco. – Dei de ombros, fingindo indeferença.

- Ela mora na mesma casa que ele. – Murmurou, disso eu já sabia. Annie não devia se lembrar, mas ela me contava tudo que acontecia naquele lugar, mesmo que eu não tivesse o menor interesse. E um dia me contou desse fato.

- Annie, eu não ligo.

- É claro que liga. Eu sou ciumenta e sei reconhecer uma pessoa que está fingindo que não liga, mas tá queimando de ciúmes por dentro. – Ela murmurou, tão convicta quanto certa.

- Aperta o freio, gata. Fiquei com Ucker a dois dias. – Dei uma risadinha de disfarce.

- Mas isso não quer... – Annie foi interrompida pelo grito histérico de tia Marichelo de dentro da casa, chamando a filha pelo nome completo. – Ai, deixa eu ver o que a bruxa quer. – Annie resmungou, revirando os olhos e levantando-se. Acompanhei com o olhar ela entrar em casa e quando virei-me pra frente, tomei mais um susto. Ele ia ficar profissional nisso.

- Ai, droga. – Coloquei a mão sobre o peito sentindo o coração acelerado, puxando ar para os pulmões a fimde voltar a aceleração normal.

- E aí, gostosa. – Ucker riu. – Tá na hora de devolver o óculos, não acha?

Fitei-o desconfiada, ele estava escorado na cerca da casa de Annie e sorria de lado, um hábito que não lhe abandonava.

- Tudo bem. – Murmurei, pegando o mesmo no meu colo e levantei, dando quatro passos até Ucker. Ele balançou a cabeça negativamente e olhou pra minha mão estendida.

- Você não entendeu mesmo, né. – Ele disse, erguendo as sobrancelhas e dando sua risadinha. – Isso quer dizer que tá na hora de você me procurar. – Explicou.

- Você também tem pernas. E a distância é a mesma. – Murmurei de volta, entregando o óculos de má vontade em sua mão.

- Ih, quê que tá pegando? – Perguntou Ucker, unindo as sobrancelhas e ficando bem sério.

Exatamente, o que tava pegando? Isso chamava-se... Ciúmes? 

Opaaa kk` Só deu pra postar esse, mas volto, I AM NINJA ;)