Fanfics Brasil - Capítulo 170 O príncipe vagabundo (Vondy)

Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance


Capítulo: Capítulo 170

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Toda a minha família me encarava, entre diversas expressões distintas. Vovó Elena, por exemplo, não conseguia esconder seu imenso sorriso faiscando bem nos meus olhos, nem tia Lisa, que parecia prestes a fazer uma dancinha ridícula de comemoração. Já papai provavelmente queria pular sobre aquela mesa e fazer Ucker engasgar com um garfo atravessando sua garganta. Ainda tinha vovô, que por trás da carranca não me deixava ler como se sentia em relação aquilo. Provavelmente ele se encontrava entre a cruz e a espada, tendo como opções aceitar nosso casamento mesmo eu sendo uma criança aos seus olhos ou gritar feito um louco e expulsar Ucker dali com a ajuda de sua velha amiga Margareth, sua espingarda. Entretanto, se ele escolhesse a segunda opção, ao mesmo tempo estaria deixando eu e Ucker vivermos "em pecado", ao invés de abençoar nossa união e aprovar esse laço de compromisso.


- Você está grávida? – Henry perguntou e eu sabia que o primeiro a abrir a boca seria ele. Como sempre.


- Não! – Rebati, aumentando o tom da voz. – Estou noiva, não grávida!


- Qual seria a outra razão para uma pessoa se casar aos 19 anos? – Insistiu meu irmão.


- Talvez por amor, já pensou nessa possibilidade? – Ucker respondeu por mim.


- Quando mamãe casou com papai, ela tinha a mesma idade que eu. – Apontei para os dois, unindo as sobrancelhas.


- Exatamente. – Assentiu Henry. – E ela estava grávida de mim!


Eu precisava de outro argumento.


- Vovó Elena tinha 17 anos quando ela e vovô casaram.


- Os tempos são outros, filha. – Mamãe respondeu, calmamente. – Você e Christopher tem a vida toda pela frente...


Eu sabia que Ucker não pensava exatamente assim.


- Quem é que pode me dar certeza disso? – Cruzei os braços.


- Parem de estragar a felicidade do casal! – Tia Lisa reclamou e eu respirei aliviada por pelo menos alguém estar do meu lado. – O que eles precisam é de apoio!


- Valeu, Lisa. – Ucker murmurou e ela sorriu, formando rugas em volta de seus olhos. – Mas eu já disse e posso repetir, eu e Dul vamos nos casar independente de qualquer coisa.


- É muito bonito seu pensamento, Christopher, mas as coisas não são assim. Vocês são adolescentes. – Mamãe me encarou. – Dulce, você mal começou na faculdade.


- Não mistura as coisas, mãe. – Revirei os olhos.


- Não acham que são jovens demais para assumir tal responsabilidade? – Dessa vez foi tia Eleanor que opinou.


- Isso somos nós que decidimos. – Olhei para todos, até para aquela maioria que estava calada. – Com todo respeito a vocês, é a minha vida. Eu sei o melhor pra mim.


- Parece que não. – Resmungou papai.


Eu o encarei surpresa, porque era a primeira vez que ele se pronunciava.


- Você é apenas uma criança. – Ele encarou Ucker. – E quem você pensa que é pra decidir casar com a minha filha assim? Sem pedir nada pra mim?


- Não quero me casar com você. – Ucker respondeu. – Eu quero me casar com a sua filha, então o pedido deve ser feito pra ela.


Os dois ficaram se encarando por alguns segundos de total silêncio.


Eu quis intervir e dizer mais uma vez que a vida é minha e que ninguém podia decidir por mim, mas vovô foi mais rápido que eu. Com um suspiro, vovô Louis sentou-se na mesa e disse, tranquilamente:


- Eu dou a minha bênção.


Todos encararam o patriarca da família, chocados.


- Você o que? – Meu pai quase engasgou.


Vi pelo canto do olho um sorrisinho nascer nos lábios de Ucker.


- Fernando, quando você apareceu na minha casa, pedindo pra casar com a minha filha com essa cara de sem vergonha sua... Eu tive que permitir porque Blanca estava grávida. – Vovô então começou a servir seu prato com toda a calma do mundo. – Mas além disso, no fundo, eu sabia que você a amava e que apesar dos seus defeitos e de você não ser o melhor homem do mundo, muito menos o melhor homem para a minha menina, ela também amava você. Eu soube que você queria assumir um compromisso com Blanca e isso é honrável.


Papai não respondeu, manteve os olhos perplexos e a boca aberta. Vovó Elena então deu um sorriso, e como ela conhece meu avô mais do que qualquer pessoa no mundo, eu sabia que era sinal de coisa boa. Me permitir sorrir também e meu coração batia acelerado no peito.


- Quando olho para Christopher, vejo um bom rapaz, que ama de verdade minha neta. Que teve coragem de vir na minha casa mesmo com todas as ameaças, mesmo estando na mira da Margareth, e respeitou toda a família. E eu sei que assim como você quis um dia, hoje ele quer assumir um compromisso de verdade com a mulher que ama.


Apertei a mão de Ucker com força e ele retribuiu.


- Então, se depender de mim, eu não vejo porque não abençoar esse casamento. Não posso querer nada melhor para Dulce.


Vovô terminou de servir seu prato e encarou nós dois com um pequeno sorriso.


- Vocês tem a minha bênção. – Disse ele. – Mas não pensem que eu vou amolecer com os dois por causa disso, os quartos continuam separados, nada de saliência.


Dei uma risada, acompanhada de outras pessoas na mesa.


- Se magoar minha neta, Christopher...


- Já sei. – Ucker riu. – O senhor me mata.


- Eu não. Eu só aperto o gatilho, quem faz os furos é a Margareth.


Mais risadas na mesa e eu finalmente senti que aquele clima tinha se dissipado. Incrível como vovô tinha um poder sobre a família, como se com a sua bênção, ninguém mais pudesse contestar.


- Henry? – Direcionei os olhos para meu irmão, querendo que ele dissesse alguma coisa.


- Se eu disser que por mim vocês casam de boa, a gente pode pular pra parte da comida? – Brincou meu irmão.


Assenti, rindo.


- Parabéns, maninha. – Ele ficou sério, sendo sincero.


- Mamãe?


- Sim. – Disse ela, deixando algumas lágrimas escorrerem. – Mas você tem que prometer que não vai largar a faculdade.


- Prometo. – Assenti.


Senti Ucker me abraçar e me dar um beijo na testa.


- Papai?


Ele me olhou seriamente, mas parecia comovido com o momento. Eu conhecia meu pai o suficiente pra saber que ele estava escondendo suas emoções e que no fundo, sabia o que era o certo a se fazer.


Papai não podia escolher quem eu amava. Quer dizer, eu ficaria muito contente se ele desse a bênção, porque ele era meu pai! Mas se ele prosseguisse com sua pose e seu orgulho besta, seria exatamente como Ucker disse: a gente se casaria de qualquer jeito.


- Se eu pudesse escolher, você sabe que esse moleque não passava nem na porta. – Murmurou ele, me encarando. – Mas eu não posso. Então espero que você saiba escolher sempre o melhor pra sua vida e arcar com as consequências de suas escolhas. Eu fico orgulhoso por ter você como filha, Dul. E feliz por você ter encontrado alguém que, apesar de tudo, te ama de verdade. Então, eu nunca diria não pra felicidade da minha menina, nunca.


Mantive minhas lágrimas nos olhos com o maior esforço do mundo, abraçando Ucker com força de lado. Eu mal acreditava. Na verdade, eu desejei que alguém me beliscasse, só pra ter plena certeza da veracidade do que acontecia.


- Agora vamos sentar e comer, sim? – Vovó cortou o silêncio e todos na mesa concordaram.


- Na próxima vez que forem fazer um pedido de casamento... – Henry resmungou. – Por favor, que não seja na hora da comida.


Todos gargalharam, sentando a mesa, conversando animadamente. Olhei para Ucker enquanto ele conversava com minha avó, ajudando ela a cortar o peru.


Sorri até minhas bochechas doerem, sem acreditar que aquele homem maravilhoso que cuidava de mim e que me amava imensamente era meu futuro marido.



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Autor(a): princesinha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1592



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  • dynhah_2018 Postado em 14/07/2021 - 15:11:48

    As vezes venho aqui só pra ver se vc vai continuar! Essa história merecia um final!

  • jesofiaaa Postado em 29/11/2020 - 13:32:42

    Ninguém consegue entrar em contacto com essa menina? Gostaria tanto de um desfecho parece mentira, mas ainda entro aqui toda a semana para ver se tem novidade

  • goncalves Postado em 17/05/2020 - 22:00:18

    Até hoje espero o desfecho dessa história 😭😭

  • thay. Postado em 22/09/2019 - 02:26:08

    Bom, é a primeira vez que comentou aqui, mas eu acompanho a história bem do início. Nem sei se a autora ainda tem acesso a fanfic, mas pra mim é a melhor que eu já li, e eu gosto muito de ler. Mesmo depois de tanto tempo, eu sempre venho ver se ela foi atualizada. Sei que foi parada por uma perda e sinto muito, mas espero que um dia você possa voltar a postar. Amo essa fanfic!

  • amanda.dourado Postado em 08/09/2019 - 17:37:13

    Será que algum dia vc irá voltar pra terminar essa história kkkk

  • livinalili_ Postado em 01/12/2018 - 11:13:59

    sei como é sofrer uma perda, ainda tenho esperanças que volte a postar

  • malu_vieira Postado em 04/09/2018 - 12:45:59

    saudades, espero cheinha de esperança até hoje

  • magrelaohana Postado em 31/05/2018 - 19:01:59

    Sdds

  • reinavondy Postado em 09/07/2017 - 09:20:33

    Sinto muito pela sua perda.. deve ser muito difícil para você .. eu leio essa fanfic desde os primeiros dias em que foi criada..mas nunca tinha chegado a comentar antes.. pois ainda não tinha feito uma conta aqui.. e ainda vou está por aqui se algum dia você resolver continuar.. adoro a forma como você escreve.. os detalhes.. é incrível.. sinto falta de ficar pulando pela casa com cada atualização sua rs.. beijoss

  • duke61 Postado em 02/07/2017 - 22:19:03

    Olá, vir sua postagem na fanfic O Príncipe Vagbundo, sinto muito pela sua perda, sei como é perder alguém ou algo que se ama, as vezes surge um vazio dentro da gente que dói, não sou muito de fazer comentários ou manda mensagem, mas espero que vc volte a posta, você escreve bem, seu enredo e narrativa são instigantes, não há erros graves de ortografia, então te digo que não desista de algo que você gosta, pois isso só nos fazem mais mal, falo por experiência própria, e uma das coisas que me ajudou foi os livros, e se você se dedicou a escreve-la é porquê te fazia bem, espero que fique tudo bem com você, e que Deus te conforte, estarei aqui torcendo e esperando você voltar, sua fic é maravilhosa demais pra ser simplesmente esquecida. Peço que pelo menos pense nisso.


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