Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Passei a língua pelo lábio inferior, sentindo o machucado recém feito pelos dentes enlouquecidos de Ucker.

- Desculpa. – Ele escorregou o polegar pela minha bochecha, depois soltou um selinho delicado sobre meus lábios.

Ucker então se afastou, colocando a última peça de roupa que faltava, sua camisa, enquanto eu ainda estava completamente nua sobre a cama.

- Vamos ficar. – Fiz beicinho, tentando já me aproveitar de toda a situação com o machucadinho de nada.

Uma vez, com oito anos, Henry jogou uma bola de futebol na minha cara e ficou uma ferida bem pior no meu lábio, que demorou dias para sair. Outra vez, com recém treze anos, bati com a cara na parede correndo atrás dele para que não lesse meu diário, fazendo meu lábio superior sangrar por vários minutos e ficar inchado de uma forma cômica. Houveram outras vezes também. Em suma, eu sabia lidar muito bem com esse tipo de coisa, mas faria um drama excessivo se fosse necessário.

- Quem nesse quarto não queria perder a virada de jeito nenhum? – Esticou a mão para mim, querendo me puxar da cama, mas eu fiz força contrária.

- Quem aqui nesse quarto tá fugindo da namorada pelada para comemorar uma coisa que todo ano tem? - Revirei os olhos e Ucker não conteve a risada.

- Eu quero fazer uma coisa. É importante. – Ele suspirou, ficando sério.

- Não pode ser mais importante que eu.

- Dul, se veste logo, amor. – Ucker sorriu meio tímido e eu estreitei o olhar para isso.

Poucas coisas na vida faziam Christopher ficar assim.

Aquilo era um tanto incomum.

- Ok. – Bufei, me rendendo, afinal.

Vesti minhas roupas rapidamente e quando entrei no banheiro de Annie para ajeitar os cabelos amassados pós-sexo, Ucker me agarrou pela mão e me puxou até a porta, destrancando velozmente.

- Quatro, três, dois... – Descemos as escadas a passos rápidos e chegamos no último degrau no momento exato. – Um!

A pequena multidão dentro da casa de Annie gritou "Feliz ano novo!" enquanto Ucker me puxava pelos pulsos para um abraço. Ele não me beijou, como eu esperava que fizesse, apenas envolveu seus braços em mim, quase dando uma volta de tão apertado, e afundou seu rosto entre meus cabelos. Era o primeiro minuto do ano e eu estava onde queria estar. O melhor lugar do mundo é dentro do abraço dele.

- Meia noite. – Sussurrei no seu ouvido. – Faz um pedido.

Ele se afastou, só um pouco, o suficiente para me olhar nos olhos ainda encostando o nariz no meu. Abriu um sorriso espetacular, de tirar o fôlego, antes de dizer:

- Você.

Éramos um casal abraçados em meio a toda uma confusão de pessoas, festa, músicas e fogos. Éramos nós dois, ali, no último degrau da escada, acima de tudo. Era eu e Christopher Uckermann. Era eu olhando para cima para alcançar seus olhos e depois, abaixando o rosto até perceber que ele estava fazendo. Ele estava se ajoelhando.

Deus me ajude, Christopher Uckermann está se ajoelhando.