Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Por que uma garota teria o nome de um cara como a senha se fossem apenas melhores amigos? Nem Babi tinha meu nome como senha de seu celular. Agora ela vinha com aquela história? Beleza, eu ia fingir que tava acreditando. E não ia ficar boladinho, porque não tinha motivo. A garota não era nada minha.

- Não me deve explicações, gata. – Pisquei e ela riu.

- Eu sei. – Dulce cruzou os braços e assentiu. Me afastei um pouco, olhando em seu rosto e colocando o cabelo dela atrás da orelha.

- Vem cá, dama. Faz a alegria do vagabundo. – Inclinei o rosto, soprando o hálito em sua boca, fazendo ela ficar tão maleável na minha mão.

- A alegria do vagabundo é um beijo da dama? – Perguntei, erguendo as sobrancelhas.

- Não. – Nossas bocas se tocaram de leve. – A alegria do vagabundo é a dama. – Sussurrei, a ponta dos lábios mexendo nos dela.

- Olha que assim eu tô gamando. – Brincou Dul, mordendo meu lábio inferior e puxando. Ela não sabia, mas aquilo me excitava. De verdade, mexia com todo o meu corpo.

- Sinal que tá dando certo. – E a beijei depois. Começamos um beijo lento e depois, quando começou a crescer, senti suas mãos espalmadas no meu peito, me afastando dela. Eu poderia permanecer no mesmo lugar com a mínima força que ela estava fazendo, só que devia haver um motivo.

- Quintal da Annie, lembra?

- Lembro. – Passei a mão pelos lábios e ri. – Vou nessa, antes que a Annie decida sair e fazer você passar mais vergonha do que antes.

- Por favor, faça isso. Não quero ela falando mais que a boca e eu ficando igual um pimentão. – Dulce revirou os olhos de forma muito meiga. Dei um selinho nela, que foi pega de surpresa mas pareceu gostar. Acenei de leve pulando a grade baixa e encontrei meu skate apoiado no muro. Sorri ao pegar e apoiá-lo embaixo no pé, depois dei impulso e saí em direção a minha casa.

No caminho, fui pensando em Dul. Não só nela, mas na gente. Tipo, ainda não sabia muito bem o que tava rolando entre nós, mas não ia ser o primeiro a perguntar. Era melhor deixar rolar. As coisas sempre dão mais certas quando vão naturalmente.

Senti um calafrio assim que girei a chave na porta de casa.

- Oi, gostosa. – Brinquei, encostando a porta e vendo Babi deitada no sofá.

- Gostosa po/rra nenhuma, Ucker. – Ela não tirou os olhos do celular, mas me deu o dedo do meio.

- Quer me explicar por que tá distribuindo patada? – Perguntei, cruzando os braços.

- Vai ficar com a sua princesa, me deixa em paz! – Rosnou ela, entredentes.

- Ah, é isso? – Ri, sentando no sofá. – Cara/lho, já conversamos sobre isso, Bárbara, não volta o assunto.

- Você quem quis saber... – Babi bloqueou o celular e me olhou. – Eu não voltei assunto nenhum! – Gritou ela, parecendo uma daquelas crianças mimadas de televisão.

- Primeiro, para de gritar. – Falei, sério e seco. – Você me irrita as vezes com esse teu jeito, papo dez. E eu já te falei que eu posso ficar com quem eu quiser, que eu não te devo merda nenhuma, Babi.

- Precisava ser com ela? Bilhões de mulheres no mundo e você cisma com ela? – Bárbara cruzou os braços e tirou a franja do olho. – Ela acha que tem um rei na barriga, mas não tem nada além de uma bun/da boa!

- Fala assim dela não, você nem conhece a garota. – Desdenhei, levantando e indo até a cozinha.

- Conheço mais do que você. – Minha prima fez o favor de me seguir, acho que pra me irritar mais. – Ela estuda, ela trampa, tem a família direitinha dela... Faz faculdade e eu duvido que lá não seja cheio da caras gatíssimos. Não que você não seja gato, mas precisa muito mais do que beleza, precisa dar um futuro pra mina, porque ela é esse tipo de garota, daquelas que pedem futuro. Diferente de mim, né.

Ouvia tudo calado, esperando a voz de Babi cessar sozinha quando eu continuasse ignorando ela.

- E infelizmente priminho, queira ou não queira, você não pode dar futuro pra ela. – Bárbara prosseguiu, enquanto eu ainda estava de costas pegando um copo na pia. – Vamos ver quanto tempo vai levar pra que ela enjoe de brincar de dama e vagabundo e perceba que isso aqui não é filminho da Disney.

Bebi o último gole de água e joguei o copo dentro da pia novamente, sem me importar se ele tinha ou não quebrado. Passei ao lado dela controlando a raiva.

- Fumar maconha não vai fazer você ter ela. – Babi murmurou enquanto eu ia pro meu quarto.

Não, não ia mesmo. Mas ia me fazer sonhar com ela. E isso pra mim já era o suficiente.