Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Annie narrando.

- Esse ano vai ser bom pra cara/lho, nem que seja na base da porrada! – Gritei, erguendo o copo pro alto e gritando com pessoas que eu nem lembrava conhecer.

- Eu tô cansado dessa sua cara fechada. – Poncho surgiu na minha frente. – Me da um beijinho aqui, bem molhado.

Eu abri um sorriso irônico, esticando o corpo até onde Herrera se encontra. Ele fica esperando que esses lábios vermelhos lhe deem o gostinho da vitória, mas aí jogo todo o conteúdo do copo na cara dele, desperdiçando álcool, óbvio.

- Foi bem molhado, né? – Pergunto, rindo.

- Haha. – Ele passa a língua nos lábios, com o rosto encharcado. – Idiota.

- Feliz ano novo, safado. – Pisco o olho e viro de costas para ele, saindo dali para procurar Dulce.

- Feliz ano novo, safada. – Escuto Poncho dizer, e quando olho rapidamente para trás, ele está secando o rosto com a barra da camisa e olhando para minha bun/da.

Esse cara não tem jeito, é um cafajeste incorrigível. Diferente de outro cara.

Encontro Dulce. E encontro Christopher ajoelhado de frente para ela.

Eu não acredito que esse filho de puta finalmente se ajoelhou.

- Ucker, o que você... – Dul começa a gaguejar, levando as mãos até o rosto com os olhos marejados.

- Todo mundo aqui precisa ver, Dul. Precisam ver que a primeira coisa que eu quero fazer nesse ano é garantir o resto dos meus dias ao lado da mulher mais maravilhosa desse planeta.

Minha melhor amiga vai infartar. Uckermann não podia ser mais perfeito, ela é uma romântica das antigas.

Para Dulce, aquilo era a realização dos seus sonhos. Ucker segurou a mão dela e vendo que ela não estava usando a aliança, puxou do bolso o anel que Dul já tinha aceitado uma vez.

- É isso que da deixar a janela do quarto aberta. – Ele respondeu a pergunta que ela ia fazer.

Que marginalzinho.

- Quero fazer minha promessa, agora. Mas fique sabendo que isso não é uma promessa de ano novo, Dul. Isso é uma promessa pra vida inteira. – Uckermann olhou nos olhos dela com seriedade. – Eu diria para a eternidade, porque você é a parte que faltava da minha alma.

Dul soluçou e todo mundo que estava ali, sendo platéia de um filme romântico, soltou um suspiro daqueles que damos no cinema.

- Então pense bem antes de aceitar dessa vez, porque eu não vou te largar nunca mais, Dulce Maria. – Disse ele, em meio a um sorriso e uma risada. – Quer se casar comigo, gostosa?

- Sim, sim, sim. – Respondeu, sem nem dar tempo para que fizéssemos um coro de "aceita!". – Eu quero muito.

Christopher ficou de pé e abraçou Dul apertado, enquanto todos nós batíamos palmas, gritando palavras misturadas de desejos de felicidade. Eles se beijaram na escada, ainda entre diversos sons de fogos de artifício lá fora.

Entretanto, um som se destacou e eu o conhecia bem. Poucas pessoas perceberam aquele barulho mais alto, mais seco. Mais sombrio. Eu congelei, sentindo meu coração parar por um segundo.

Olhei para cima, perdida, e encontrei o olhar de Ucker em choque no meu, seu sorriso agora uma expressão de pavor.

No instante seguinte, ele empurrava as pessoas que ainda o aplaudiam e abria caminho até a porta da minha casa, deixando para trás uma Dulce confusa, com o rosto ainda corado de felicidade.

Era um som de tiro e eu sabia reconhecer isso de longe. O pior é que não tinha sido longe. Tinha sido aqui, dentro do Compton.

Mas o pior mesmo era saber que o líder da gangue estava na minha casa. E tinha dado ordens para que nenhuma bala fosse disparada na virada do ano, nem mesmo para o alto.

Então, eu sabia que aquele tiro não tinha saído de uma pistola de um Hunter.

É, meus amigos, a felicidade no Compton dura tão pouco. É só um sopro para que depois venha o furacão. Segurem-se onde der e mantenham as mãos bem firmes... Porque aqui, os furacões costumam arrastar as pessoas e destruir tudo.

Mais um barulho de tiro e dessa vez, eu estou correndo pra fora da minha casa. Rezando para que não encontre o corpo de ninguém. Fazendo orações para que não tenha sangue nas ruas desse fim de mundo, hoje não.

Mas aqui é o Compton, o lugar com mais sangue entre os paralelepípedos das ruas. O lugar onde Deus não ouve as orações.

Espero que tenham gostado... Obrigada <3

Comentem, beijinhos.