Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

- Caixa postal de novo! – Joguei o celular em cima da cama, andando de um lado para o outro dentro do quarto da Annie.

Henry me encarou, deitado despojadamente, enquando jogava uma almofada para cima.

- Relaxa, irmã.

- Relaxar? – Virei para ele com os olhos furiosos. – O Ucker saiu daqui correndo e Annie correu atrás dele logo depois. Aliás, um garoto comentou que pareciam barulhos de tiro.

- É ano novo, Dul. – Henry revirou os olhos. – Até parece que você não mora aqui desde sempre.

Bufei alto, me jogando de costas na cama. Levantei a mão direita e olhei o anel que brilhava no meu dedo anelar, sorrindo de leve.

- Vocês vão mesmo se casar? Uau! – Henry suspirou. – Francamente, não sei o que você vê naquele cara, mas respeito sua opinião.

- Conta outra, você adora o Ucker! – Empurrei meu irmão mais velho pelo ombro.

Segundos depois meu celular tocou e eu pulei para atender no segundo toque. Apesar do nome do meu pai aparecer na tela, foi a voz de Ucker que eu ouvi no outro lado da linha.

- Amor?

- Ucker, onde você está? – Sentei imediatamente, sentindo o peito apertado. – O que aconteceu?

- Eu tô no hospital. – Disse, baixinho.

Ai, não! Eu vou desmaiar. Sinto minha vista ficando embaçada quando as milhares de possibilidades do que pode ter acontecido invadem minha mente, disputando vez.

- O que foi? – Henry questiona ao ver meu rosto pálido.

- Meu pai tomou um tiro, Dul. – Meu namorado sussurra e eu sinto meu coração esmagar no peito quando escuto seu soluço.

Ele tenta esconder o choro de mim, mas eu o conheço tão bem.

- O que? Ai, meu Deus! – Me levantei abrindo a porta. – Em que hospital você está? Eu tô indo aí agora!

- Não, meu amor, fica em casa. Seu pai e sua mãe estão aqui, a Annie também... – Ucker começou a dizer, mas eu o interrompi.

- Mas eu não estou aí! – Olhei para trás, vendo Henry me seguir. – Anda!

- Dul...

- Não adianta discutir, Ucker. – Murmurei. – Vou cuidar de você, meu amor. E tudo vai ficar bem.

- Eu te amo. – Respondeu ele, com a voz embargada enquanto segurava o choro.

- Eu amo você, Christopher.

Encerramos a ligação enquanto eu abria caminho por toda aquela gente bêbada que ainda estava na festa. Entreguei a chave da casa de Annie para Alfonso, pedindo que ele cuidasse da para mim, mas não lhe informei sobre Victor porque tinha a certeza que todos os Hunters correriam para o hospital caso soubessem.

Contei para Henry antes mesmo de chegar a seu carro e ele dirigiu apressadamente para o hospital, tentando me manter calma. Eu não estava nada calma, minhas mãos e lábios tremiam. Estava com medo e com um péssimo pressentimento. Além do mais, precisava comer alguma coisa, mas só conseguia pensar em vomitar quando cogitava a possibilidade de colocar qualquer alimento na boca.

- Chegamos. – Disse meu irmão, assim que estacionou em frente ao hospital mais próximo de Compton.

Tirei o cinto de segurança e abri a porta do carro, fechando com um estrondo, e corri pra dentro sem sequer esperar Henry.

Mamãe se levantou quando me viu chegar, mas eu nem olhei direito para ela nem para papai. Procurei Ucker pelas cadeiras e quando o encontrei, sentado ao lado da minha melhor amiga, percebi o quanto minha decisão de correr até aqui tinho sido certa. Ucker precisava de mim.

Ele levantou os olhos castanhos e quando me viu, deu um sorriso triste, levantando. Observei sua camisa toda manchada de sangue e seu olhar perdido, como uma criança que prende o choro.

- Meu amor... – Ele sussurrou baixinho e eu só entendi porque estava atenta aos movimentos de seus lábios.

Corri até Ucker, quase pulando em cima dele e lhe dando um abraço apertado, querendo que ele dividisse seus medos comigo. Ele agarrou uma de suas mãos na minha nuca e enfiou o nariz entre meus cabelos, me apertando entre seus braços familiares e tão aconchegantes.

- Vai ficar tudo bem, ouviu? – Me afastei um pouco para olhar seus olhos, que de perto estavam levemente vermelhos. – Eu juro pra você, não vai acontecer nada com o seu pai.

Beijei seu queixo, espalhando uma porção de beijinhos pelo seu maxilar e depois, subindo para a bochecha direita, a ponta do nariz, para enfim encerrar quando encostei em seus lábios.

- Eu sei, meu amor. – Disse, de olhos fechados e soltou um beijo na minha testa. – Agora eu consigo ver isso. Com você aqui, vai ficar tudo bem, meu anjo.

Ele envolveu seus braços novamente em mim, me fazendo encostar a cabeça no seu peito.

- Nada de ruim pode acontecer quando estou contigo, Dul. Nada.