Fanfics Brasil - Capítulo 188 O príncipe vagabundo (Vondy)

Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance


Capítulo: Capítulo 188

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Annie narrando.


Era o primeiro dia do ano. E era uma merda. Uma merda não, um esgoto inteirinho. Era o dia mais longo da minha vida e graças a Deus, estava terminando. O que esperar de um ano que já começa assim, não é mesmo? Ainda restavam 364 dias, mas esse já era o pior do ano.


- Minha cabeça vai explodir. – Murmurei, arrastando os pés pela cozinha da minha casa.


- Henry ligou. – Mamãe me informou, mexendo uma gororoba na panela. – Victor tá na UTI, parece que ele passou por uma cirurgia porque a bala perfurou o pulmão. O caso é sério.


Assenti com a cabeça, um pouco menos preocupada com isso. O pior já tinha passado, mas ele ainda corria grandes riscos de não sobreviver e isso me deixava com muito medo. Ucker não pode perder Victor, ele não merece isso.


- Estou fazendo o jantar. – Mamãe sorriu e eu apreciei sua tentativa gentil de me reconfortar depois da noite que tive.


- Obrigada. – Sorri de leve, sabendo que teria que fazer aquela gororoba descer pela garganta, só pra não fazer desfeita.


Abri a geladeira, pegando uma caixinha de achocolatado pra acalmar o estômago. Empurrei a porta da geladeira com o quadril e caminhei lentamente até a sala, querendo que minha bun/da encontrasse aquele sofá velho, mas confortável. Entretanto, mal cheguei a ter contato com o couro marrom e alguém bateu na porta.


- Argh. – Resmunguei.


Levantei prendendo o cabelo num embolado coque, mas não adiantou quase nada, visto que ainda sentia mechas na nuca e atrás da orelha.


- Annie! – Dul exclamou, se contorcendo na porta. – Eu preciso ir ao banheiro!


- Que? Você veio até aqui para ir no banheiro?


Ela pressionou as pernas uma na outra e se inclinou pra frente, me olhando com aquela cara de sofrimento. Li seus pensamentos e foi algo como "não me faça perguntas, droga!".


- Ok, vai lá, garota. – Deixei que ela passasse e assim Dul fez, correndo pela sala.


- Oi, tia Mari! – Gritou, mas nem ouviu a resposta da minha mãe e já estava na escada.


Dul subiu, tropeçando um copo que estava num degrau e era uma das milhares de coisas que ficaram como resto da festa de ontem.


Eu olhei para minha mãe e dei de ombros, resolvendo que era melhor seguir Dulce.


- Tá tudo bem? – Bati de leve na porta.


- Não! Eu tô há mais de quatro horas sem fazer xixi! – Respondeu, com a voz ofegante. – Eu tô muito apertada e meio desesperada e tô segurando há bastante tempo.


- Então mija, Dul! – Uni as sobrancelhas, rindo. – Meu Deus, isso vai te fazer mal. Pode ter uma infecção urinária ou algo assim. Por que segurou por tanto tempo?


Ela ficou em silêncio. Apesar de aparentemente já estar sentada na privada, eu não ouvia barulho nenhum da sua bexiga esvaziando.


- Dul?


- Pode entrar. – Disse, baixinho.


Então eu sabia que havia algo errado. Abri a porta e Dul estava lá, sentando no vaso, os cotovelos apoiados nas coxas enquando segurava na mão algo que eu sabia claramente o que era. Algo que eu já tinha até usado uma vez. Um teste de gravidez.


- Não acredito! – Arregalei os olhos.


- Eu não consigo, Annie. – Ela ergueu o rosto para mim, seus olhos estavam lacrimejantes. – Eu segurei meu xixi por horas e agora, não tenho coragem de fazer o teste.


Eu simplesmente não sabia como confortar minha melhor amiga. No dia em que fui eu que estava sentada ali, na privada, com o teste na mão, Oliver estava comigo, porque eu simplesmente não conseguiria fazer algo assim sozinha. Nós dois comemoramos quando apenas um traço vermelho apareceu e transamos ali mesmo, no banheiro. Agora, Dulce... Ela achava mesmo que era fácil lidar com o peso imenso que é fazer xixi numa fitinha e mudar a sua vida inteira com isso? É difícil mirar sua urina nisso. Mais ainda esperar os minutos necessários para o resultado do teste. Mas ainda descobrir se vai ser mãe ou não.


- Porra, ele não sabe enfiar uma camisinha naquele pa/u? – Perguntei. – Eu teria te dado uma pílula do dia seguinte.


- Eu sei, fui idiota. Eu simplesmente estava feliz demais pra me importar com isso. – Dul me encarou. – Foi no meu aniversário, na festa, e no outro dia eu estava exausta. Depois mamãe chegou com toda aquela coisa de natal e eu me esqueci completamente. Foi a primeira noite com o Ucker, depois de tanto tempo sem ele... Eu sei que não é justificativa, mas...


- Calma, não se culpa dessa forma. – Estiquei as mãos, afinal, minha intenção não era deixá-la pior. – Eu também já fiz isso, acontece, amiga.


- E se eu estiver grávida, Annie? – Dulce suspirou. – Atrasar a faculdade mais ainda, parar de trabalhar...


- E isso importa? – Questionei. – É um bebê. Ninguém quer ficar grávida adolescente, antes de ter sua independência, sua estabilidade... Mas as coisas são assim e você não pode ficar triste por isso. Se você estiver grávida, então é o momento certo. Você é uma sortuda, Dul, porque o Ucker te ama e você vai ter todo o apoio do mundo, inclusive o meu.


Ela assentiu, secando uma lágrima em sua bochecha.


- Na verdade, eu não me sinto triste, eu só tô meio perplexa... E com medo, muito medo. – Dul prendeu o lábio entre os dentes. – Mas eu preciso fazer isso.


- Vou te esperar lá fora.


Abri a porta e saí, sentando na cama. Esperei poucos minutos, antes de Dulce sair com o teste ainda em branco nas mãos.


- Ok, me distraia por alguns minutos. – Ela riu nervosa. – Por favor.


E foi o que eu fiz. Contei para Dul uma história ridícula que ela já conhecia, mas que sempre lhe arrancava risadas. Era a velha história da minha tentativa de primeira vez, com meu primeiro namorado, que era um filhinho de papai. Ele me levou pra casa de praia dos pais, prometendo que seria coisa de filme. Entramos no quarto, ele foi ao banheiro e no caminho, não enxergou a porta de vidro, bateu com toda a força a cabeça e quase desmaiou. O que era pra ser uma noite de luxúria, se transformou em cenas sem graça de compressas de gelo. Sexo depois dessa contusão nem pensar!


- E o pior é que o coitado nunca me comeu. – Suspirei, rindo.


- Você não vale nada.


- Eu sei. – Sorri. – Mas você me ama.


- Sim, amo. Demais.


Ficamos nos encarando um tempo, com sorrisos nos lábios, até que Dul percebesse que os minutos tinham passado, até mais do que era necessário.


- Bom, vamos lá. – Ela pegou o teste nas mãos e ficou olhando por um bom tempo.


Foi como se semanas passassem e Dul continuava ali, encarando aquele teste sem me dizer uma única palavra. Apesar de estar me corroendo de ansiedade, eu não queria estragar seu momento.


- Ah, droga! – Dul arfou. – Não acredito.


- O que? – Levantei, assustada. – O que foi?


- Não acredito, Annie. – Ela me encarou, com os olhos arregalados. – Não acredito que meu filho teve que ouvir sua história ridícula da compressa de gelo.


Naquele momento eu não sabia o que sentia. Só consegui sorrir e abraçar Dulce, enquanto lágrimas desciam pelos meus olhos. Tive que conferir por mim mesma as duas linhas vermelhas, que significavam que sim, positivo, minha melhor amiga Dulce Maria estava grávida. Gravidíssima daquele filho da mãe do Ucker.


- E cadê aquele babaca pra saber que vai ser pai? – Perguntei, já imaginando a cara do desgraçado.


- Eu não sei. – Dul fez um muxoxo. – Ele sumiu, o dia inteiro. Espero que ele esteja bem.


- Relaxa, aquele ali sabe se cuidar. Agora, deixa eu ver essa barriguinha linda, mamãe gostosa. – Brinquei, já ficando de joelhos e levantando a camiseta de Dulce, antes que ela pudesse me impedir.


A ruiva gargalhou quando encostei o ouvido em sua barriga lisa. Apesar de saber que era cedo demais para alterações perceptíveis ali, eu não pude me conter.


- Oi, bebê. – Sussurrei, sorrindo. – Você vai ser o bebê mais lindo do mundo, sabia? E eu espero que você seja melhor do que o seu pai, aquele zé ruela.


Dul gargalhou.


- E eu espero também que você seja gostoso e cheio de saúde, pra titia aqui te encher de beijos. Já tô ansiosa pra te ver, príncipe do Compton. Ou princesa, né?


Me afastei para olhar Dulce, que estava completamente emocionada.


- Seja bem vindo. Somos todos loucos aqui. – Abri um sorriso. – Mas somos os melhores.


 



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Autor(a): princesinha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1592



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  • dynhah_2018 Postado em 14/07/2021 - 15:11:48

    As vezes venho aqui só pra ver se vc vai continuar! Essa história merecia um final!

  • jesofiaaa Postado em 29/11/2020 - 13:32:42

    Ninguém consegue entrar em contacto com essa menina? Gostaria tanto de um desfecho parece mentira, mas ainda entro aqui toda a semana para ver se tem novidade

  • goncalves Postado em 17/05/2020 - 22:00:18

    Até hoje espero o desfecho dessa história 😭😭

  • thay. Postado em 22/09/2019 - 02:26:08

    Bom, é a primeira vez que comentou aqui, mas eu acompanho a história bem do início. Nem sei se a autora ainda tem acesso a fanfic, mas pra mim é a melhor que eu já li, e eu gosto muito de ler. Mesmo depois de tanto tempo, eu sempre venho ver se ela foi atualizada. Sei que foi parada por uma perda e sinto muito, mas espero que um dia você possa voltar a postar. Amo essa fanfic!

  • amanda.dourado Postado em 08/09/2019 - 17:37:13

    Será que algum dia vc irá voltar pra terminar essa história kkkk

  • livinalili_ Postado em 01/12/2018 - 11:13:59

    sei como é sofrer uma perda, ainda tenho esperanças que volte a postar

  • malu_vieira Postado em 04/09/2018 - 12:45:59

    saudades, espero cheinha de esperança até hoje

  • magrelaohana Postado em 31/05/2018 - 19:01:59

    Sdds

  • reinavondy Postado em 09/07/2017 - 09:20:33

    Sinto muito pela sua perda.. deve ser muito difícil para você .. eu leio essa fanfic desde os primeiros dias em que foi criada..mas nunca tinha chegado a comentar antes.. pois ainda não tinha feito uma conta aqui.. e ainda vou está por aqui se algum dia você resolver continuar.. adoro a forma como você escreve.. os detalhes.. é incrível.. sinto falta de ficar pulando pela casa com cada atualização sua rs.. beijoss

  • duke61 Postado em 02/07/2017 - 22:19:03

    Olá, vir sua postagem na fanfic O Príncipe Vagbundo, sinto muito pela sua perda, sei como é perder alguém ou algo que se ama, as vezes surge um vazio dentro da gente que dói, não sou muito de fazer comentários ou manda mensagem, mas espero que vc volte a posta, você escreve bem, seu enredo e narrativa são instigantes, não há erros graves de ortografia, então te digo que não desista de algo que você gosta, pois isso só nos fazem mais mal, falo por experiência própria, e uma das coisas que me ajudou foi os livros, e se você se dedicou a escreve-la é porquê te fazia bem, espero que fique tudo bem com você, e que Deus te conforte, estarei aqui torcendo e esperando você voltar, sua fic é maravilhosa demais pra ser simplesmente esquecida. Peço que pelo menos pense nisso.


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