Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Só a imagem me fazia mal. Só de imaginar por um segundo o corpo pálido e sem vida de Ucker sendo encontrado num terreno abandonado, me fazia querer chorar. Eu queria ser forte para não chorar na frente das pessoas, mas sou fraca. Fraca demais.

- Anda, Dulce, o tempo está passando! – Ordenou meu pai, em sua carranca de insensibilidade.

Ele saiu do meu quarto, levando consigo mamãe e Henry, prestes a obedecerem suas ordens sem questionar.

- Eu te ajudo. – Disse Annie, ao me ver chorar.

Ela sentou mais próxima das diversas roupas que haviam sido colocadas sobre a mala, começando a organizá-las. Demorei para perceber que não fazia sentido minha melhor amiga continuar com aquilo... Eu não iria a lugar nenhum.

- Annie. – Sequei as lágrimas rapidamente. – Annie, para.

Mas ela continuou, então me aproximei e segurei suas mãos.

- Eu vou ficar.

- Ah, não, Dul. – Reprovou a loira. – Não tome a pior decisão, hoje não.

- Não vou fugir, não sem o Ucker.

- Dulce, estamos correndo perigo. – Disse, puxando as mãos. – Fomos ameaçados de morte. Compton está em guerra, desprotegido, inimigos podem estar em toda parte... Então, isso não é hora de ser rebelde e não obedecer seu pai.

- Você não percebe? – Franzi a testa. – Ucker vai ficar.

- Christopher é bem grandinho, ele sabe se cuidar e pode fazer isso melhor ainda se você estiver em segurança. – Insistiu Annie. – Agora, me ajuda com essas roupas.

- Não. – Respondi, firme.

- Dul, pensa direito.

- Você não entende. – Rebati.

- Claro que entendo. Mas você precisa ficar em segurança. – Ela olhou na direção da minha barriga. – Ou já esqueceu?

- Annie, eu vou ficar com o Ucker. Não vamos nos separar, de novo não.

- Não é como da outra vez. – Ela revirou os olhos. – Pensa no seu bebê. Ele é só um bebezinho, Dul.

- Você ouviu o que o meu pai disse? Ouviu o que estava escrito naquele bilhete? – Soltei tudo de uma vez, nervosa. – A guerra só acaba quando o Ucker morrer. Estão todos atrás dele, Annie. E o meu pai não pode protegê-lo e eu nem sei se vai... Os Hunters não são mais totalmente confiáveis, a união deles está abalada. O Ucker, mais do que nunca, corre sério risco de morte. Ele também está em perigo, muito mais que a gente e nem tem o direito de fugir, de se esconder... Não de novo.

- Dul, eu sei que...

- Não, Annie, me escuta. – Murmurei. – Eu não posso deixar o amor da minha vida. Eu não vou fazer isso, até porque se eu conheço bem aquele lá, ele pode ter ideia de se entregar e querer salvar todo mundo. E eu não posso deixar que o Ucker morra sem ver o rosto do nosso filho.

Ela assentiu, parecendo desistir de me convencer do contrário.

- Só me prometa que vai arrumar as malas e pensar direitinho enquanto isso? – Pediu.

Assenti, culpada por estar mentindo logo para Annie. Depois disso, a loira me deu um beijo na testa e foi embora.

Não bastaram dois minutos e eu estava com uma das pernas do lado de fora, fugindo pela janela.

Precisava encontrar Ucker e torcia para que ele estive em casa. Precisava mais que tudo do abraço dele. Só assim tudo ficaria bem.

Abri o portão de casa fazendo o mínimo de ruído, ouvindo a voz de meu pai lá de dentro. Caminhei apressadamente e olhando para os lados até virar na rua de Ucker, com o coração acelerado de tanto nervosismo. Nunca me senti completamente segura dentro desse lugar, mas agora o Compton me dava calafrios de medo.

- Por favor, Ucker, esteja em casa. – Sussurrei, falando sozinha.

Parei na calçada, olhando sua casa por um segundo antes de atravessar o portão. E foi nesse exato segundo que uma voz masculina me chamou pelo nome.

Paralisei com a mão ainda no portão, encarando o vazio. Respirei fundo e virei primeiro o rosto para trás, olhando por cima do pescoço, depois lentamente fiquei de frente para o homem alto e estranho que me encarava do outro lado da rua.

- Ai, meu Deus! – Ergui as duas mãos ao perceber que ele apontava uma arma para mim na altura de sua barriga.

Ele era um Hunter, eu tinha certeza disso. Foi ele quem Ucker arrancou do meu quarto na festa do meu aniversário, aquele que ia me ajudar na experiência com a maconha. E agora ele era um traidor.

- Alex? – Lembrei seu nome. – Não faz isso, por favor. Abaixa essa arma.

Ergui mais ainda as mãos tremidas, mas ele não hesitou, apesar da expressão arrependida de quem não queria fazer aquilo.

- Ordens são ordens. Eu sinto muito.

Assenti, deixando uma única lágrima escorrer pelo rosto.

Fechei os olhos e abaixei o rosto, apenas esperando a morte vim. Mas o único barulho que escutei não foi uma arma... Foi uma freiada brusca de um carro.

- Abaixa essa arma! – Gritou alguém.

Arregalei os olhos, surpresa ao ver um carro grande e preto parado no meio da rua, entre mim e Alex. Mais surpresa ainda ao perceber quem era o motorista.

- Adam?

- Entra no carro, Dulce!

- O que...? – Gaguejei.

- Entra! – Gritou, abrindo a porta rapidamente com uma arma na mão.

Caminhei não sei como, já que até onde sabia minhas pernas tinham parado de me obedecer. Bati a porta do carro e Adam arrancou com ele, cortando as ruas do Compton como um jato até que não estivéssemos mais nelas.

- Você tá bem? – Disse, lançando seus olhos azuis na minha direção.

Apenas assenti com a cabeça, segurando no painel do carro quando ele fez uma curva exageradamente rápido.

- Adam. – Sussurrei. – Adam. Adam, Adam!

E eu estava gritando quando ele passou dos cem quilômetros numa rua complemente deserta. De repente, Adam freou e girou com o carro até que ele cantasse pneu. Suspirei de alívio quando vi que estávamos parados e ele gargalhou da minha reação.

- Desculpa, foi a adrenalina! – Exclamou, me olhando. – Céus, quanto tempo não nos vemos, Dul. Senti saudades.

E estendeu o corpo até mim, lançando seus braços a minha volta num abraço. Como se nada tivesse acontecido.

- Adam...

- Eu sei, eu sei. – Disse, sorrindo. – Você também sentiu a minha.

- Adam... Você salvou a minha vida. – Sussurrei, em choque.

- Não precisa me agradecer.

Ele ligou o carro de novo, mas antes de sair, me encarou de volta.

- Na verdade, precisa sim. – Disse e seus olhos azuis ficaram momentaneamente mais escuros.

E no segundo seguinte, suas mãos firmes seguraram meu rosto com tanta força que minhas bochechas arderam. No segundo seguinte, Adam Brooke me beijou a força e eu quis vomitar.

E não era pela gravidez.

OIIII, MIGAS SUAS LOCAS! Então, sei que prometi responder vocês, mas esse site tá carregando muito mal, só eu sei o sacrifício que foi postar esses capítulos! Espero que estejam acompanhando e gostando cada vez mais ;)

Ah, e a cena do prólogo vem se aproximando cada vez mais, então preparem esses coraçõezinhos <3

Beijinhos e obrigadaaaa <3