Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Senti a lufada de ar gelado assim que saí do metrô, fazendo com que eu me envolvesse em meu próprio abraço. Pela primeira vez em toda a minha vida, estava feliz de chegar naquele lugar imundo. Apesar de tudo, o Compton é meu lar e muitas coisas boas aconteceram comigo graças a isso.

Não andei por dois minutos até um carro parar ao meu lado, freiando e depois dando ré.

- Dulce? – Vi o rosto de Poncho me encarar com choque e depois abrir um sorriso aliviado. – Por/ra, graças a Deus! Entra, vem!

Dei a volta sem pestanejar e assim que sentei ao seu lado no banco do carona, meu peito esquentou de conforto. Agradeci aos céus por nada de ruim ter acontecido comigo e com meu bebezinho.

- Ucker? – Poncho falou no celular. – Eu a encontrei!

Imaginei o suspiro de Ucker e suspirei junto.

- Sério, por/ra! Tô falando sério, você acha que eu ia te zoar com isso?

Alfonso então encerrou a chamada, jogando o celular no painel do carro e acelerando o máximo que podia, até estacionar em menos de dois minutos em frente a casa de Ucker.

Mal fechei a porta e braços fortes me envolveram, me pressionando contra o carro.

- Você tá bem? – Ucker segurou meu rosto entre as mãos, me olhando de forma preocupada.

- Tô. – Assenti com a cabeça.

- Ele te fez alguma coisa? – Perguntou com raiva e eu neguei com a cabeça. – Tem certeza? Ele não encostou em você?

Engoli em seco, navegando o olhar e obviamente, Ucker percebeu.

- O que ele te fez? – Questionou mais calmo.

- Nada. – Insisti, mas minha voz tremeu.

- Dul...

- Nada, sério.

- Então por que você tá com essa cara?

- Tá bom, tá bom. – Fechei os olhos e suspirei. – Ele me deu um beijo à força. Foi a coisa mais nojenta de toda a minha vida. Mas tá tudo bem, já passou.

Não era exagero, antes fosse.

- QUEM ESSE DESGRAÇADO PENSA QUE É? – As veias do seu pescoço e de sua testa saltaram. – Eu vou matar esse filho da pu/ta agora!

- Ucker! – Arregalei os olhos, segurando seu braço. – Você não vai matar ninguém, pelo menos, hoje não.

- Por que você tá defendo o filho da mãe do Brooke de novo? – Ele me encarou, inflando as narinas.

- Eu não tô defendendo ninguém. – Murmurei, chocada. – Mas eu não quero que você faça as coisas dessa forma, de sangue quente. Então larga essa arma e se acalma.

- Me acalmar? – Ucker franziu a testa. – Me acalmar por/ra nenhuma! Esse cara já tá fazendo hora extra na Terra! Vou acabar com essa merda dessa história de uma vez! Poncho, desce do carro! 

Ouvi a porta de Poncho abrindo na mesma hora.

- Poncho, fica aí! – Gritei de volta, olhando nos olhos de Ucker. – Você não vai a lugar nenhum.

- Dul, eu não...

- Shii! – Cobri sua boca com a mão. – Me escuta um minuto. Eu amo você, não me deixa sozinha. Fica comigo. – Falei determinada.

Vi então seus olhos perderem o escuro assustador enquanto ele se acalmava. Ucker ficou alguns segundos me encarando, antes de tirar minha mão da sua boca e envolver meu rosto com suas mãos, me beijando de forma desesperada. Ele me pressionou contra o carro novamente, me deixando completamente fora de mim.

- Nunca mais me assusta desse jeito, tá me ouvindo? – Ele manteve as mãos nas minhas bochechas, o nariz encostado no meu. – Eu não sei viver sem você, por/ra. Eu te amo pra cara/lho, então por favor, não sai do meu lado nunca mais.

- Tudo bem. – Assenti, deixando um sorrisinho escapar. – Pode deixar comigo.

Ele me beijou de novo, dessa vez de forma mais calma e só nos separamos quando o pigarro de Alfonso foi ficando cada vez mais alto.

- Preciso te contar como me livrei daquele babaca. – Murmurei, rindo.

- E eu preciso te contar outras coisas sobre esse babaca. E de como o seu pai me acordou com socos. – Ucker segurou minha mão e foi me puxando pra dentro. – Mas... Você primeiro.