Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Uma semana depois, eu estava morrendo de raiva, enfiada novamente naquele pub infernal.

- E aí, gostou das "férias" de fim de ano? – Steven, o dono do pub, passou por mim com um sorriso de dentes amarelos. – Eu sou ou não sou o melhor chefe do mundo?

Quase revirei os olhos, abrindo uma garrafa de cerveja com o abridor e tentando ignorá-lo, sem sucesso.

- Então, como foi seu tempo livre?

- Fiquei noiva. – Dei um sorriso debochado, secando o suór da testa.

- Ah, é? – Isso não o impediu de checar novamente o tamanho minúsculo da minha saia xadrez. – Que sorte a do cara, gostosa desse jeito.

Eu tentei me controlar, juro que tentei. Mas não deu.

- Sorte a sua não saber quem ele é, ou estaria morto agora. Sorte a sua eu não contar o que você faz todo dia, sendo um machista escro/to e me assediando só porque é o dono dessa merda e acha que eu sou propriedade do pub. Mas eu não sou! – Larguei a garrafa com força no balcão. – E se você não consegue fechar essa sua boca podre e aprender a respeitar uma mulher, eu vou te ensinar.

Me aproximei, cruzando os braços, enquanto Steven me encarava chocado.

- Se eu souber que você continua sendo um babaca com as meninas que trabalham aqui e que se sujeitam a isso porque precisam do dinheiro pra sobreviver, eu vou mandar o meu noivo vim aqui. E ele não vai vim sozinho. – Dei um sorriso. – Muito menos querendo conversar. Então, Steven, escuta com atenção: se gosta tanto assim do que tem dentro das calças, melhor ficar esperto.

Ele não respondeu sequer uma palavra, enquanto todas as pessoas dentro daquele pub nos encaravam. Caminhei para os fundos, empurrando com as mãos firmes a porta. Tirei aquele uniforme humilhante com um sorriso no rosto, colocando minha calça jeans e uma camisa xadrez azul, e sentindo um prazer imenso em calçar tênis de novo.

Quando saí, Steven ainda estava com aquela cara de idiota.

- Aliás, eu me demito. – Sussurrei, jogando o bolo de roupas com o uniforme que eu não pretendia usar nunca mais em cima dele.

Saí do pub me sentindo outra pessoa, muito mais confiante. Em parte eu devia isso ao medo absurdo que as pessoas tinham de Christopher, que só agora eu estava aprendendo a usar. Mas no fundo, o real motivo era o instinto materno de proteção que a cada dia aflorava mais em mim, me tornando uma pessoa que coloca em primeiro lugar a integridade do meu bebê e consequentemente, a minha.

Caminhei até o ponto de ônibus e enquanto esperava, decidi ligar para Ucker.

- Oi, linda. – Ele atendeu no segundo toque.

- Oi, amor. Você tá aonde?

- Tô parado no sinal, indo te buscar. – Respondeu. – Saiu mais cedo?

- Quase isso. Eu me demiti.

- Quê? Por quê? – Perguntou Ucker.

- Percebi que usar saia curta pra servir cerveja não era pra mim. – Dei de ombros. – Além do mais, eu tava odiando passar minhas noites longe de você.

Eu quase pude ouvir seu sorriso do outro lado da linha.

- Eu não falei nada porque não quis ser babaca e mandar em você, mas... – Ucker hesitou. – Ah, sendo sincero, eu não gostava nem um pouco desse teu trabalho. Você merece coisa melhor, amor.

- Eu sei. – Dei um meio sorriso. – E aí, como o seu pai tá?

- Ah, ele já tá no quarto normal, se recuperando. Mas por/ra, é perceptível o quanto ele melhorou. – O alívio e a felicidade na sua voz também eram. – O médico já tirou ele de risco e falou em alta pra semana que vem já.

- Que ótima notícia. – Comentei animadamente. – Eu te disse que tudo ia dar certo e que ele ia sair dessa. A família Uckermann é foda.

- Você só conhece nós dois. – Ele riu abertamente. – Ah, e a Babi.

- Corrigindo: os homens da família Uckermann são foda.

Aí sim que ele gargalhou.

- Eu tô criando um monstro. – Ucker suspirou.

- Tá mesmo, não imagina o quanto.

- Eu não tenho medo desse monstrinho.

- Deveria. Ele morde.

- Adoro mordidas. – Rebateu Ucker.

- Sei que adora.

- Até daqui a pouco, amor. Eu te amo, bun/da grande.

- Tô te esperando. – Sorri. – E amo você muito mais, bun/da grande.

Ucker riu antes de desligar. E eu fiquei sorrindo por um bom tempo.