Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

- Mas e aí, como foi com o Ucker? – Questionou Annie, assim que descemos do táxi em frente ao consultório. – Você não me contou muito além do que disse no telefone.

- Nós passamos a noite juntos, abraçadinhos. O Ucker fica agindo como se eu estivesse vulnerável a tudo agora, fazendo todas as coisas por mim, me enchendo de vontades e manias. – Caminhei ao seu lado sorridente até a entrada. – Ele tá todo bobo, Annie. Um babão.

- Eu imagino. – Ela riu, empurrando a porta de vidro.

- A melhor parte é que ele tem certeza que é menina. Christopher tá insistindo nisso, mas eu não queria criar tanta expectativa sobre o sexo do bebê. – Acariciei a barriga por instinto. – Eu não tenho preferências, só quero que venha...

- Com saúde. – Completou minha melhor amiga, rindo depois. – Uau, você já tá com todo o discurso de mamãe decorado. Tô apaixonada.

Revirei os olhos e ri, indo até o balcão onde estava a recepcionista. Informei meu nome e horário marcado e ela pediu que eu aguardasse.

- Já pensou no nome? – Annie perguntou, assim que sentei na cadeira ao seu lado.

- Não. – Suspirei. No fundo, eu já tinha algumas preferências, mas deixaria para escolher quando descobrisse se era menina ou menino.

Por enquanto, ninguém precisava saber que eu ficava a tarde inteira correndo por sites feitos para mães de primeira viagem e escolhendo entre inúmeras opções para nome de bebês.

- Então tudo bem, você volta daqui há uma semana. – Ouvi a voz do Dr. Benjamin, conversando com uma mulher enquanto saíam de sua sala.

Ela se despediu, com um sorriso cheio de admiração, mas os olhos azuis do médico já estavam colados na minha cara. Ele não precisava ser tão bonito, isso era profundamente desnecessário. Annie suspirou ao meu lado quando ele abriu um sorriso de orelha a orelha, passando a ignorar a mulher na sua frente.

Esse médico era um caso sério. A minha ginecologista de anos era uma senhora bem velhinha, que eu mal ouvia nas consultas de rotina se não apurasse bem os ouvidos. Mas ela se aposentou e me recomendou com ótimas referências Arthur Benjamin, ginecologista e obstetra que eu imaginei um velhinho também, mas dei de cara com um médico de recém trinta anos. E agora, aqui estamos.

- Srta. Saviñón! – Exclamou, mal escondendo sua animação. – Venha, sua vez.

Sorte hoje ser o dia em que Victor estava saindo de alta, ou Ucker viria na consulta comigo e provavelmente, usaria uma bala de sua pistola.

Mas eu não tinha contado, para que ele não desistisse de buscar o pai.

- Boa tarde. – Sorri discretamente, caminhando em direção à sala com Annie no meu encalço.

- Boa tarde, senhoritas. É sua amiga? – Perguntou quando entramos na sala e ele fechou a porta.

Annie rapidamente tomou as frentes da situação.

- Sim, sou Anahí, prima barra melhor amiga da mãe e madrinha do bebê. – Ela sorriu abertamente, esticando a mão. – Prazer.

Dr. Benjamin apertou a mão da loira com um sorriso e mesmo com os evidentes dez anos que separavam nossas idades, comigo e Annie ali ele deveria se sentir num sonho erótico.

- Sentem-se. – Ele caminhou até sua cadeira, organizando alguns envelopes enquanto eu e Annie sentávamos. – Já consigo ver as bochechas coradas de grávida, Dulce. 

Ele tinha a mania de me chamar pelo primeiro nome quando queria me elogiar, o que sempre me deixava morrendo de vergonha. Isso acontecia com frequência.

- Mulheres grávidas são tão adoráveis, não? – Dr. Benjamin riu, voltando-se para Annie, que assentiu achando maior graça.

Ele ficou com o olhar em mim por alguns segundos, suficientes para minhas bochechas corarem e eu ter de recorrer a um pigarro.

- Bom, vamos aos exames. – Disse, segurando os envelopes.

Annie riu baixinho e me cutucou com o pé de maneira discreta. Eu não precisei olhar para saber que ela estava rindo da situação, como sempre fazia.