Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Eu estava feliz demais. Meu sorriso era imenso, quase encostando nas minhas orelhas e isso chamou a atenção de todo mundo por onde eu passava.

- Por/ra, pai, finalmente! – Gritei, assim que entrei no quarto.

- Silêncio, está num hospital. – A enfermeira que estava no quarto me olhou com repreensão.

- Desculpa. – Sussurrei, estendendo as duas mãos e meu pai riu baixinho quando viu.

- E aí, filho? Parece que não foi dessa vez que me derrubaram. – Murmurou ele, quando eu sentei naquela poltrona.

- Pois é, nós somos de aço. É de família.

Victor riu, esperando que enfermeira acabasse de lhe avaliar e passasse todos os cuidados que deveriam ser tomados agora que ele só tinha um pulmão trabalhando. Pra mim, o mais importante era matar o Brooke para que ele não tentasse alguma merda de novo, mas não acho que a enfermeira escreveria isso.

Logo depois, meu pai trocou de roupa e eu peguei todas as suas coisas, descendo com o papel de alta na mão. Assinamos um negócio na recepção e quando saímos para o ar imundo da cidade, era Victor quem estava sorrindo.

- Então, quer me contar porque tá quase balançando o rabo de tanta felicidade?

- Ué, não posso tá feliz com a sua alta? – Disfarcei, enquanto caminhávamos até o carro.

- Christopher, por que você ainda tenta me enganar? – Suspirou, implicando.

Abri a porta do carro e ele entrou. Depois, dei a volta e assumi o volante, passando o cinto pelo peito.

- Olha, já tá na hora de você passar esse carro para mim, né?

- Vai sonhando, garoto.

- Tô falando sério, coroa!

- Parece que alguém ficou mal acostumado nesse tempinho. – Disse papai, rindo. – Espero que tenha cuidado direitinho da minha máquina.

- Claro. – Ri por dentro, lembrando das inúmeras vezes em que arregalei os olhos por ter feito merda no carro. – Eu só transei no banco em que o senhor tá sentado e fumei maconha ali atrás, mas tá beleza.

Victor cerrou os olhos para mim e eu dei uma risada, girando a chave.

- Tô te zoando, pai. – Garanti, sorrindo. – Bom, não totalmente.

Ele revirou os olhos enquanto eu saía com o carro.

- Você e essa menina parecem dois coelhos. – Murmurou, balançando a cabeça. – Não vai demorar muito pra vocês arranjarem um filho. E aí o Fernando mata você, com razão. E eu mato meu melhor amigo. Acabou de vez a gangue.

Olhei pela janela, deixando o cantinho da boca se erguer.

- Não era isso que você e o Fernando queriam? Juntar os sobrenomes? – Impliquei. – Deu certo. Quando eu casar com a Dul, ela vai ser uma Uckermann também.

Ele ficou em silêncio.

- Por que vocês dois simplesmente não aceitam?

- É complicado demais, Christopher. – Murmurou. – Eu sou seu pai, eu criei você, te conheço demais. Não acho que esteja pronto para abrir mão de todas as coisas por esse amor. Você no fundo age como se não merecesse a Dulce e isso não é bom.

Eu suspirei baixinho, me preparando para todo o discurso de sempre.

- Christopher, no momento em que as coisas se tornarem perigosas demais para ela, você vai fazer a mesma coisa que fez antes, vai se afastar. – Victor disse, como se enxergasse um futuro diante dele. – Porque sabe que se afastando, está afastando Dulce do perigo.

Eu parei por um momento, imaginando porque as pessoas esperavam isso de mim. Esperavam que eu abandonasse de novo a mulher da minha vida. Esperavam que eu fosse aquele cara de novo. E isso doía.

Mas quando eu imaginava meu nenenzinho, com os olhos iguais o da mãe, eu tinha certeza que não. Abri um sorriso imenso e quis que os famosos nove meses passassem mais depressa.

- Que foi, Christopher? Por que tá sorrindo desse jeito?

- Nada, pai.

Mas na verdade era tudo.