Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Graças a Deus. Quase não acreditei quando minha bun/da sentou na poltrona do ônibus. Não que fosse muito confortável, mas era o que eu tinha de disponível e já estava de bom tamanho. Encostei a cabeça e fiquei olhando pela janela por um bom tempo, vendo o dia chuvoso começar a dar sinal de melhora.

 Minha cabeça deu uma sonhada e nessa viagem, encontrou com Ucker misturado nos meus pensamentos. Nunca tinha tido um relacionamento com mais ninguém daquele tipo. Chagava a ser estranho comparar o quanto eu sou difícil com os outros caras, mas o quanto ficava maleável nas mãos dele. Ele me dominava, como o próprio disse.

Peguei o celular na bolsa e fiquei hesitante olhando o número de Ucker na agenda. Suspirei, decidindo ligar, por fim. Afinal, se ele tinha salvo o número ali era porque queria que eu ligasse, não?

- Oi. – Sussurrei, obrigando minha voz a sair estável.

- Alô? – A voz dele estava rouca e sonolenta, típica voz de quem tinha acabado de acordar.

- Ai, meu Deus, desculpe. Acordei você. – Pedi, envergonhada. Sorte estarmos conversando por telefone, ou ele estaria rindo de minhas bochechas coradas.

- Tudo bem. – O riso dele foi inevitável. – Eu só estava... – Ucker parou pra bocejar. – Tirando meu cochilo da tarde. – Completou, ainda bocejando. – Pode falar, princesa.

- Você tira sonecas da tarde, como um bebê? – Perguntei, não me contendo. Ele riu de novo.

- Eu sou um bebê. – Brincou Ucker.

- Não, não é.

- Ligou pra implicar comigo, é? – Perguntou ele.

- Não, mas eu achei que houvessem coisas melhores pra você fazer. – Dei de ombros, passando a mão pelos cabelos e o ouvindo bocejar novamente, dessa vez forçado em forma de deboche.

- Se estivesse aqui em casa ia ver o tédio que tá isso aqui. – Ucker disse, suspirando. – Bom, se você tivesse aqui em casa não taria tédio nenhum... – Ele fez como se estivesse pensando alto e minhas bochechas queimaram de vergonha.

Que sorte aquela conversa ser pelo celular, sorte, sorte!

- Mas e você, tá aonde? – Continuou, mas havia um tom no fundo de sua voz que eu já sabia reconhecer.

- Tô no ônibus, voltando pra casa e implorando pela minha cama. – Bocejei também. – Levantei as cinco, tive todas as aulas, mas graças a Deus fui liberada do trabalho porque uns moleques estão fazendo rolézinho no shopping, então o gerente...

- Cara/lho, as cinco? – Ele perguntou, surpreso, parecendo só ter ouvido essa parte da minha fala. – Quer que eu mate o filho da pu/ta que te acordou as cinco?

Gargalhei, revirando os olhos e ele riu também.

- Se quiser dar um jeitinho na faculdade, eu agradeceria. Uns dias acordando depois do sol faria bem. – Pedi, ele assentiu com a garganta.

- Farei isso, princesa. – Concordou, brincalhão. – E você, o que vai me dar por esse favor?

- Você é um interesseiro, sabia? – Acusei, rindo. – Só quer fazer as coisas esperando algo em troca.

- O mundo é assim. – Rebateu. – Se você quiser, minha cama é boa pra cara/lho... – Começou, fingindo inôcencia, bem sério. – Pra dormir, porque eu imagino como você deve estar cansada.

- Uhum, sei. – Concordei com ironia, mordendo o lábio. – Meu ponto é o próximo, beijo.

Desliguei sem esperar pra ouvir sua resposta, mas tenho certeza que foi uma risada pelo meu desvio de assunto. Era a cara dele. Confesso que foi um convite tentador, e tornou-se mas ainda quando recebi sua mensagem de texto logo que desci do ônibus, dizendo: “Ainda faço carinho no seu cabelo pra tu dormir...”.

Sorri e corri pra casa, imaginando aquela cena pateticamente romântica na minha mente.  

Beijinhos, comentem ;)