Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Silêncio era tudo o que eu ouvia atrás de mim. Um silêncio que gritava, que escancarava a expressão perplexa de todos a nossa volta. O tumulto que seguia-se de calma. A bonança depois da tempestade.

- Christopher, vamos conversar! – Gritou Fernando, atrás de mim.

Ou não.

- Deixa a arma aqui. – Ouvi Blanca murmurar, puxando da mão dele, que provavelmente relutou para entregar.

- Eu vou junto. – Papai se meteu.

Beijei a testa de Dulce, que me olhava com olhos apreensivos. Puxei a beira da camisa, limpando o sangue que já secava no rosto. Depois segui os dois, que caminhavam em direção a sala da minha casa. Já me sentia mais seguro ao ver minha sogra com a arma de Fernando sob sua posse. Isso me dizia que, pelo menos hoje, eu não morreria. O resto eu desenrolo.

Nem vendo a filha sofrer com toda aquela briga Fernando abaixava o topete. Depois eu que sou o babaca egoísta da situação.

- Senta aí! – Disse Fernando, apontando para o sofá.

- Tô bem de pé. – Cruzei os braços, passando as costas da mão no nariz e vendo mais sangue descer.

- Christopher, senta logo... – Papai suspirou, me pedindo que eu colaborasse.

Me joguei no sofá, bufando bem alto. Papai empurrou minha cabeça contra o encosto no sofá e eu entendi que era para que meu nariz parasse de sangrar.

- Precisava mesmo disso? – Questionou meu pai, encarando Fernando.

- Não é sua filha né, Victor?

- E isso te da o direito de estourar a por/ra das veias do nariz do meu filho? – Rebateu meu pai.

- Ele engravidou a Dulce! – Fernando aumentou o tom.

- Foi à força, por acaso?

Quando meu pai disse isso, eu ouvi os dois rosnarem juntos. Já estava imaginando melhores amigos de infância caindo na porrada na sala da minha casa, porque iam ser avôs.

- Ou, ou! Parem com isso. – Me intrometi, apertando as narinas para conter o sangue, então minha voz saiu anasalada. – Cês dois vieram aqui pra brigar comigo ou pra brigarem entre si?

Eles bufaram ao mesmo tempo, voltando seus olhares para mim.

- Deve achar que casar e ter filhos é a coisa mais simples não é, Christopher? – Fernando começou e eu revirei os olhos. – Você é um moleque e a Dulce tem 19 anos! Entende a merda em que vocês estão se metendo?

- Considera um bebê assim?

- Então você quer criar um bebê com dinheiro do crime? – Ele riu, cruzando os braços.

- Não foi assim que você fez? – Lhe encarei seriamente.

Vi o sorriso debochado de Fernando sumir e ele trincou o maxilar, respirando com raiva. Não desviei o olhar por um segundo, nem mesmo quando ouvi meu pai se intrometer.

- Christopher, por que você não me contou sobre isso?

- Porque eu e Dulce estávamos esperando o senhor sair do hospital. Mas eu não sabia que ela ia contar hoje, até porque eu queria estar do lado dela nesse momento. – Respondi. – Acontece que a Dul tem medo da reação do Fernando, por isso ela não me queria junto. – Falei como se ele não tivesse lá, respondendo apenas meu pai. Mostrei a camisa, mãos e rosto sujos de sangue e eles entenderam o recado.

- Pu/ta que pa/riu! – Fernando levou a mão até os olhos, apertando as pálpebras fechadas e suspirando. – Eu não tô acreditando que o que eu mais queria evitar na vida da minha filha aconteceu! Foi por isso que fez aquela ceninha no natal, pedindo Dulce em casamento e tudo? Foi só porque ela está... Grávida?

- Não. – Rebati com firmeza. – Eu não fazia ideia e ela também não. Eu realmente quero casar com a Dulce, não só pra assumir um filho que é meu, mas...

- Corta esse papo, moleque. – Me interrompeu Fernando. – Na primeira oportunidade você foge. É bem a sua cara. E apesar de eu estar morrendo de vontade de quebrar todos esses dentes da sua boca e arrancar o seu pa/u com uma faca enferrujada, a merda já tá feita. Agora é ter peito para as consequências.

- Eu entendo a sua raiva, mas dizer que a merda já tá feita? – Franzi a testa, aumentando o tom. – Se é assim que você lida com essa situação, fo/da-se! Mas eu não vou encarar isso como se fosse algo ruim e se você encara o problema é teu, eu não tenho que concordar com você. Essa gravidez pode não ter sido planejada, mas tá me fazendo feliz pra cara/lho, sua filha me faz feliz pra cara/lho. Eu e ela estamos contentes com essa situação, mesmo sendo pegos de surpresa, e eu tô cagando pra essa tua opinião babaca de merda que não entende que eu e sua filha vamos ter um bebê e que nós estamos felizes com isso! Se você não tá, pode morrer de mentirinha de novo, pra mim não vai fazer a mínima diferença, aliás, seria um pu/ta favor.

Fernando me encarava com os olhos dominados de fúria, coisa que nem mesmo meu pai conseguiria evitar. Ele quase espumava pela boca, mas o divisor de águas entre o controle que ele tentava manter e o total descontrole que se aproximava foram minhas últimas palavras.

- Pode fugir. Aliás, faz isso, cê é um covarde mesmo, falando aí que fugir é a minha cara e os cara/lho, sem conseguir se enxergar. Não é porque você foi um péssimo pai, que fez seus filhos acreditarem que tu tava morto e nem viu eles crescerem que eu vou ser também. Eu vou ser bem diferente de você, Fernando, bem diferente, porque eu vou ser bom para a Dulce e principalmente, pro nosso bebê. Eu vou ser o pai que você quis ser, mas falhou vergonhosamente.

Quando eu vi já tinha levado outro soco e Fernando estava em cima de mim, me segurando pela camisa.

Papai puxou seus braços com muita força para arrancá-lo e evitar que o estrago na minha cara fosse maior, mas o sangue já descia de novo pelo meu nariz, assim como a boca repleta de um gosto metálico. Todo mundo entrou na sala ao ouvirem o grito de meu pai, mas foi Dulce quem me preocupou. Quando olhei para ela, seus lábios já estavam sem cor, pálida como nunca, e seu corpo mole despencou contra o chão.

Oi, gatinhas! Adorei os comentários <3

Brigadinha por tuuuuuudoooo ! Beijos, eu volto, hein (eu sempre volto)!