Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

Beijo gostoso que te leva no céu e te traz de volta pra Terra em questão de minutos. Essa era a melhor definição para o que eu sentia enquanto nossas línguas travavam uma deliciosa batalha. Eu não sei se sou a primeira a ter uma sensação que parece te tontear e te levar a pensamentos sujos, os quais nunca pensou ter. Era normal imaginar tirar cada peça de roupa de um cara e querer sentir as mãos dele tirarem as suas também? Aquilo nunca combinou comigo, eu era tão reservada, tão cheia de “não me toques”. E agora...

- Eita. – Ucker sorriu de lado, quando nos afastamos por breves segundos, só deu tempo de ver o quanto sua boca estava lindamente vermelha e voltamos a nos beijar.

Seus dedos gelados já apertavam minhas costas, subindo pela minha pele nua e agarrando minha nuca quando queria controlar os movimentos do beijo, que agora parecia mais uma disputa travada.

Quando me dei conta, sua boca descia pela linha do meu queixo e contornava cada volta do meu pescoço, me fazendo revirar os olhos de prazer e jogar a cabeça pra trás. Permaneci de olhos fechados, apenas desfrutando da sensação. Mas quando os abri, meu Deus, só naquele momento me dei conta do ambiente em que estávamos...

Minhas mãos foram rápidas ao afastar Ucker e ele parou imediatamente ao perceber minha recusa. Não tive coragem de olhar pra ele, apenas fiz a primeira coisa que veio na mente, abaixando pra pegar os livros espalhados no chão.

- Gosto de estudar. – Ele brincou, rindo e a minha sorte era que o cabelo estava jogado na cara escondendo a minha vergonha.

Não tive o que responder, então me mantive calada, jogando os livros fechados sobre a mesa. Só que ele também optou por isso, o que causou um silêncio constrangedor.

- Tô com sede. – Murmurei, quase não conseguindo olhar pra ele. – Eu... vou pegar um suco pra gente. – Fiz sinal pra cozinha e quando me levantei, Ucker segurou em minhas mãos e me puxou, fazendo-me sentar novamente no sofá.

Eu o encarei, confusa e envergonhada.

- Agora vai ficar assim? – Perguntou, erguendo uma sobrancelha. – Cadê a minha Dulce extrovertida, espontânea?

Quase morro ao ouvir isso sair da boca de Ucker. Ele me chamou de minha. Minha Dulce.

- Ela tá um pouco... escondida agora. – Murmurei, sorrindo de leve e ele riu.

- Fala pra ela voltar pra mim agora! – Ucker brincou e nós dois rimos. – Não sério, eu entendo o porquê de você ficar assim, mas não fique. – Falou, tentando ser sério, com um sorriso de canto.

- Entende? – Franzi a testa. É claro que ele não entendia.

- Sim, entendo. – Ucker umedeceu os lábios e uniu as sobrancelhas, controlando o riso.

Precisei de dez segundos, no meu processo lento, pra entender o que ele queria dizer com aquilo.

- Você acha que...- Gaguejei, sem saber como dizer aquilo. – Você acha que eu nunca fiz isso antes.

- Ei, eu não disse nada. – Ele pegou um livro sobre a mesa e abriu em qualquer página. – Você que tá se entregando aí.

- Eu não sou virgem. – Murmurei, aumentando o tom, levemente irritada.

- Caraca, relaxa garota. – Ucker riu. – Ninguém aqui tá falando em virgindade.

- Então o que quis dizer? – Eu perguntei, quase sem coragem, mas ele continuava se divertindo muito. Só respondeu depois de uma risada.

- Quis dizer que você não me conhece o suficiente pra me dar uns pegas no sofá da sua casa com o risco do seu irmão atravessar aquela porta e me matar. – Disse tudo de uma vez e eu senti o fogo queimar minhas bochechas. Eu queria um buraco pra enfiar a cabeça. Um forno. Pra ligar, queimar e deixar tostar.