Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

A semana demorou mais do que imaginei. Estava sentindo saudades de ficar em casa, nunca me senti a vontade na casa dos outros, isso eu tinha desde pequena. Tudo bem, Luca era meu melhor amigo e estava sendo maravilhoso  vê-lo passar todo a vontade, sem camisa pela casa, ou então acabando de sair de um banho, mas isso só me deixava mais envergonhada do que podia.

- Sexta a noite. – Murmurou Luca, respirando de alívio e jogou-se ao meu lado no sofá, passando a toalha no cabelo molhado.

- Pois é, pelo menos acabamos com o trabalho. – Suspirei, fechando meu clássico “O morro dos ventos uivantes”, que eu devia estar lendo pela vigésima vez.

- Foi bom ter você aqui, sempre fico sozinho. Aliás, tenho que confessar que foi melhor ainda, porque é a primeira semana em meses que eu como alguma coisa além de miojo no jantar. – Brincou, rindo e eu revirei os olhos, colocando o livro sobre a mesa. – Você cozinha bem a beça.

- Diz isso porque ainda não comeu a comida da minha mãe. – Eu sorri, cruzando as pernas e segurando os pés como uma bailarina.

- Ué, o que acha de me levar um dia lá pra conhecê-la? – Ofereceu Luca e eu fiz uma careta.

- O que é isso, um pedido de namoro enrustido? – Perguntei, tentando desviar aquele assunto pra qualquer lugar que não fosse Luca nas ruas de Compton.

- Só se você aceitar. – Rebateu, rindo.

Revirei os olhos e suspirei.

- Então é não, gatinho. – Ousei dizer, e ele me puxou pra cima dele, enrolando um braço no meu pescoço como se me enforcasse. Eu comecei a gargalhar de mais uma de suas palhaçadas.

- Não vai mesmo aceitar? Diz sim se não eu te mato. – Brincava e eu ria cada vez mais, tentando puxar seu braço do meu pescoço.

- Eu estou fraca de tanto rir. – Comentei e ele me soltou dando uma gargalhada.

- Que risada linda, morango. – Comentou Luca e eu corei, parando de rir como uma retardada e olhando pra ele. – Opa. Tem alguma coisa vibrando e eu acho que... – Ele puxou meu celular de baixo da almofada. – É o seu.

Estendi a mão, porém Luca deu uma de intrometido como sempre e olhou na tela.

- Ucker? – Murmurou, então meu coração deu uma acelerada estranha. – Quem é Ucker?

- O cara que eu... que eu te falei. - Respondi, ainda com a mão estendida.

- O bad boy tatuado. Posso atender? – Perguntou Luca, sorrindo de lado daquele seu jeito imbecil.

- Me dá aqui. – Exigi, pegando de sua mão. – E fica quieto, por favor.

Luca fez um biquinho de deboche e ergueu as duas mãos, depois levantou-se, indo pra cozinha.

- Alô. – Murmurei, abrindo um sorriso e ouvi aquela risadinha gostosa do outro lado da linha. – Oi, gatão. – Brinquei.

- E aí, princesa. Tudo na paz? – Perguntou, assenti com a garganta. – Tô sentindo tua falta aqui na quebrada, não acha que tá na hora de voltar?

- Ia voltar hoje, só que ficou meio tarde. – Respondi, mas achei lindo ele dizer que estava sentindo minha falta. – E você, ligou pra dizer que tá com saudades de mim?

- Quem é o convencido agora? – Ucker riu e eu ri junto. – Na verdade, liguei pra te fazer um convite. É que vai ter um show lá na balada, lembra, a de semana passada? Então, vou com meus amigos e acho que a Annie vai também, tá afim?

- Olha... – Cocei a nuca, olhando pra cozinha. O cheiro do brigadeiro de Luca já tomava conta do ambiente, que furada minha. – Eu...

- Tá ficando gostoso, morango! – Luca gritou propositalmente da cozinha, rindo como um babaca.

- Merda. – Sussurrei, tampando a entrada do celular, só que já tinha certeza que Ucker tinha escutado.

- Beleza, já entendi. – Ucker riu, mas seu tom era forçado. – A gente se vê amanhã, então.

- Não, eu vou. Quando estiver saindo daqui, eu te ligo. – Murmurei, já levantando e calçando os chinelos.

- Valeu. – Respondeu Ucker, simplesmente e desligou a chamada. Joguei o celular na mesa e corri até a cozinha.

- Luca, seu filho da mãe, vou te matar! – Gritei, enquanto ele gargalhava de sua maneira mais habitual.