Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Permaneci sentada na espera de Ucker, avaliando cautelosamente o quarto em que estava. Era pouca coisa maior que o meu e muito mais aconchegante, apesar de sua pequena bagunça, parecia tão confortável. Coloquei os pés no chão pra levantar e senti a ponta do skate, escondido embaixo da cama. O peguei e virei de cabeça pra baixo, vendo as rodinhas gastas e a personalização dele. Entre diversos desenhos e pixes, havia o nome de Babi com um coração, que ela mesmo deveria ter feito. Fiz cara de nojo e coloquei de volta no chão.

- Não gosta do meu skate? – Perguntou ele, entrando no quarto com um copo de água na mão.

- Não, é só que... – Gaguejei, procurando uma desculpa.

- Foi ela quem fez. – Disse ele, sacando de cara. – Se quiser, pode fazer o seu também, talvez tenha espaço.

- Talvez outra hora. – Peguei o copo em sua mão. – Obrigada. – Pedi, pegando também o pequeno comprimido. – Isso não é ecstasy, não né? – Parei hesitante, olhando para Ucker que riu.

- Claro, tô tentando te tornar uma viciada. Meu objetivo de vida. – Ele bufou e revirou os olhos, ri e coloquei o comprimido na língua, jogando a água por cima em seguida. – Ah, tenho uma coisa pra te dar, espera.

Observei curiosa ele sair quase correndo do quarto e bebi todo o copo enquanto aguardava. Ucker voltou rindo e arregalei os olhos imediatamente ao ver as pequenas peças em suas mãos, sentindo o coração palpitar de vergonha. Ele girou a calcinha fio-dental rosa no dedo indicador e estendeu o sutiã de bojo da mesma cor pra mim.

- Isso é seu. – Ele sorriu, safado e jogou pra mim. – Já tá seco, pode vestir.

Eu nunca quis em toda a minha vida esconder minha cara como naquele momento. Meu Deus, eu ia me matar, ia quebrar aquele copo e cortar os meus pulsos com um pedaço de vidro, sério.

- Sem ficar envergonhada, princesa. – O Ucker sorriu, sentando ao meu lado na cama. – Se não quiser colocar, beleza. Se quiser tirar a camisa também, eu não vou reclamar. Pode ficar a vontade.

Fiquei completamente em silêncio ao sentir o olhar dele descer por meu corpo, olhando pra minhas pernas descobertas. Soltei um único pigarro e levantei, ele riu do meu nervosismo.

- O banheiro é ali, tem escova nova no armário. – Apontou e eu segui até o local apontado ainda sem dizer uma palavra.

Entrei, trancando a porta e só respirei de alívio quando senti minhas costas coladas a madeira.

Fiquei alguns segundos ali antes de olhar para o pequeno banheiro, avaliando tudo, até o teto. Caminhei até o espelho em frente a pia, dando de cara com a minha pior expressão, cheguei a me assustar. Meu rosto estava tão pálido, exceto pelas bochechas ainda coradas de vergonha. Os olhos manchados de negro embaixo, a maquiagem do dia anterior ainda estava na minha pele. Lavei o rosto e depois, abri o armário, pegando uma escova de dentes na embalagem. Escovei os dentes e o cabelo, estiquei a camisa na esperança que ela escondesse minhas coxas e suspirei, me avaliando. Eu tinha que estar mais gata, porque ele estava tão gato. E eu com aquela cara de quem tinha acabado de acordar em plena ressaca.

 Desisti de parecer mais bonita, colocando a mão na porta da maçaneta e suspirando com força. Já tinha decidido: ia ligar pra Annie, pedir pra que ela trouxesse roupas para mim, nem que fossem as suas próprias e depois ir embora, fugindo de toda aquela tentação.

Só que... como tomar alguma decisão, ou ter certeza dela, quando se abre a porta e se encontra a imagem de costas daquele pedaço terreno de pecado, vestindo apenas uma cueca boxer preta e nada além disso? Ao olhar aquelas costas másculas e definidas e aqueles músculos se contorcerem com os movimentos dos braços desenhados, quem iria querer ir embora daquele quarto?

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