Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

Respirei fundo, tentando tomar coragem antes de girar a chave na porta. Por que Henry não ia passar o fim de semana com Gabriele e me deixava em paz? Poxa, ele tem namorada, tem provas pra corrigir, ele tem uma vida. Que deixe a minha, cacete, por favor.

- Olha, se não é a margarida desaparecida! – Exclamou meu irmão mais velho assim que pûs o primeiro pé na sala.

- Oi pra você também, maninho. – Rebati, irônica, colocando a bolsa rosa sobre o sofá pequeno. – Realmente, eu também senti sua falta, querido. – Murmurei como se falasse sozinha, me estiquei até ele e lhe deu um beijo no rosto.

- Devo perguntar onde você estava? – Henry coçou o rosto e cerrou as pestanas para mim.

- Está preparado pra ouvir a resposta? – Cruzei os braços.

- Annie está no seu quarto. – Ele disse, mudando de assunto bruscamente, enquanto eu ria, indo na direção indicada. Abri a porta contente por estar novamente em casa, porém meu momento de paz acabou quando Anahí colou seu olhar em mim.

- Seja bem-vinda de volta, descabaçada! – Exclamou a loira bem alto, com uma revista na mão.

- Será que dá pra falar baixo? – Resmunguei, colocando o dedo indicador sobre a boca ao fechar a porta. – Meu Deus, quanto escândalo.

- Mas é claro! – Ela cruzou as pernas, sorrindo. – Ucker realmente merece palmas, eu nunca mais duvidarei da capacidade do garoto. – Annie bateu quatro palmas, enquanto eu revirava os olhos e sentava na beira da cama, arrancando as sandálias de tiras.

- Annie, com certeza você se formou em constranger as pessoas. – Murmurei, começando a sentir as bochechas corarem.

- Constranger quem? – A loira ergueu suas sobrancelhas finas e claras. – Não se sentiu constrangida ao pegar Christopher de jeito, né? Para de sonseamento.

- Essa palavra não existe. – Tive que rir.

- Tanto faz. – Bufou, revirando os olhos. – Vamos para os melhores momentos. Doeu? Sangrou? Ele é gostoso? – Ela mordeu a ponta do indicador. – Ele é bem-dotado?

- Um pouco. Não. Sim. – Respondi, por vez, respectivamente. – Vamos dizer que... ele foi abençoado. Mas se bem que as vezes, te da uma sensação estranha que não vai caber.

Anahí levou as duas mãos até a boca para abafar o gritinho.

- Oh my God! – Disse, ao baixar as mãos para pegar em meu braço. – Eu preciso de mais informações.

- Sem tantos detalhes. – Ri, batendo nela com a revista que estampava Zac Efron na capa.

- O que? – Ela riu, se defendendo com o travesseiro. – Até parece que não me conhece. Eu quero saber de cada suspiro, cada gemido... Vamos soltando essa língua, queridinha. – Gargalhei.

- Você devia ganhar o MTV Awards de maior fofoqueira da história. – Revirei os olhos, começando a contar resumidamente a manhã maravilhosa que tivera com Ucker. Claro, não contei cada detalhe, isso ultrapassaria meu limite de vergonha, então, tentei resumir ao máximo, mesmo diante das perguntas indecentes de Annie.

Por fim, acabamos dormindo agarradas na minha cama depois de assitir High School Musical 2 e mais uma porção de capítulos de séries da Disney. Estava tão exausta que ao acordar, as dez horas da noite, nem conseguia me lembrar do sonho que tinha tido.

Bocejei, levantando da cama e ajeitei o lençol sobre o corpo de Annie, devido a queda de temperatura com o fim do dia. Ela estava tão apagada em seu sono que não tive coragem de acordar minha amiga, então fui até a cozinha tomar um copo de água.

Henry tinha colado um bilhete na porta da geladeira, avisando mais uma saída de sábado com a namorada. Passei a mão na testa, limpando as gotas de suór e decidi tomar um ar, abrindo a porta da sala. Saí no quintal escuro de casa, me apoiando na árvore que havia ali. Foi quando vozes que tomavam a rua silenciosa foram se aproximando, a mais alta era extremamente familiar a mim, reconheci Ucker na hora.

Ele vinha subindo a rua com mais quatro garotos, todos de skate embaixo dos braços e bonés aba reta. Christian e Alfonso estavam juntos e pareciam rir de alguma coisa dita por Ucker. Os cinco estavam conversando animadamente e naquele momento, vi o loiro passar um pequeno cigarro de maconha para Ucker, que o ajustou na ponta dos dedos e tragou, soprando a fumaça pro alto. Naquele momento, o estalo foi tão alto em minha cabeça que eu quase não acreditei no que tinha feito há horas atrás. Ele não era pra mim. Com quem eu estava me metendo? Com um dos caras que eu repudiava, com um dos que eu sentia nojo e virava a cara ao passar na rua? Com um cara da gangue responsável pela morte de meu pai? Eu estava entrando numa encrenca sem nem perceber. E ver aquela fumaça se espalhar no céu acima da cabeça de Ucker foi como me trazer de volta pra realidade.

Corri pra dentro de casa, temendo ser vista pelo grupo. Com as costas coladas na madeira da porta, as lembranças em minha mente me dominaram. E lembrei imediatamente de meu pai, deixando uma única lágrima grossa cair pela face chocada.

Eu quero mais comentários e vocês querem mais capítulos, então... Vamos unir o útil ao agradável, hein kk`

Obrigada por tudo, e vamos ver esse lance de maratona, hein? Beijos ;)